22 de novembro de 2012

CALEIDOSCÓPIO 327

Efemérides 22 de Novembro
Joel Townsley Rogers (1896 - 1984)
Nasce em Sedalia, Missouri, EUA. Editor e escritor de aventura, ficção científica e também de policiários. Autor de centenas de short stories, o seu livro mais famoso é The Red Right Hand (1945), um clássico, onde um médico tenta descobrir a verdade sobre uma série de crime em que ele próprio parece estar envolvido. E, Portugal há registo das seguintes edições:
1 – A Mão Decepada (1954), Nº85 Colecção Vampiro, Livros do Brasil. Título Original: The Red Right Hand (1945).
2 – O Relógio Parado (1959), Nº139 Colecção Vampiro, Livros do Brasil. Título Original: The Stopped Clock (1958), também editado com o título Never Leave My Bed.


Jon Cleary (1917 – 2010)
Jon Stephen Cleary nasce em Erskineville, New South Wales, Austrália. È um dos escritores australianos mais populares, autor de short stories e romances escreve também narrativa policiária a criar o Inspector Scobie Malone da polícia de Sidney, que surge em 1966, em The High Commissioner e é a figura central de mais 19 livros. Jon Cleary recebe vários prémios pela sua obra literária, na área do policiário destaca-se: em 1975 o Edgar Award para Best Novel com Peter's Pence, em 1996 recebe a distinção máxima da Australian Crime Writers Association (ACWA) pelo conjunto da sua obra policiária e pelo seu contributo para este género literário. O livro Degrees Of Connection (2004), o último da série Scobie Malone, recebe o Ned Kelly Award (ACWA) para Best Novel. Em Portugal estão editados 2 livros do escritor:
1 – Morte Branca (1971), Colecção Capa Amarela, Editorial Minerva. Título Original: The Pulse Of Danger (1966).
2 – O Grande Senhor (1974), Colecção Autores Modernos, Edições Romano Torres Título Original: Man's Estate (1972), também editado com o título The Ninth Marquess.
  
Brian Cleeve (1921 - 2003)
Brian Brendon Talbot Cleeve nasce em Southend, Essex, Inglaterra. Jornalista, homem de radio e televisão e ainda autor de mais de uma centena de contos e 20 romances policiários mistério, thrillers de espionagem. Os contos de Brian Cleeve são publicados em revistas ou colectâneas em todo o mundo, destaca-se o conto Foxer, nomeado em 1966 para o Edgar Award na categoria de short story.

Hugh C. Rae (1935)
Huhg Crawford Rae nasce em Glasgow, Escócia. Editor e autor de ficção policiária escreve 14 romances de mistério/detective da série Inspector/Superintendent McCaig, a maior parte com a Escócia como pano de fundo, 5 thrillers sob o pseudónimo Robert Crawford, da série Arthur Salisbury & Frank Shearer. Hugh Rae escreve também romances históricos, com enredos intrincados, em parceria com Peggie Coghlan e sob o pseudónimo Jessica Stirling e 7 romances na série Fighting Saga of SAS com o pseudónimo James Albany. O autor usa ainda o pseudónimo R. B Houston e um outro, Stuart Stern em 2 livros que escreve com S. Hunger. O livro The Shooting Gallery é nomeado em 1973 para o Edgar Award na categoria de Best Novel.



TEMA — CRÓNICAS REPÓRTER X — A TRAGÉDIA DE GOMEZ CARRILLO
Os inimigos de Gomez Carrillo acusaram-no de carrasco de Mata-Hari; afirmaram que fora ele, ao serviço dos franceses, por cobiça de uma gorjeta quantiosa ou por vingança de despeitado, quem lhe armara a cilada da sua prisão — da qual ela só sairia para ser fuzilada, numa madrugada trágica, em Vincennes.
Gomez Carrillo defendeu-se ferozmente desta ignomínia. Escreveu um livro — Mata- Hari, le mystere de sa vie et de sa mort. E lendo-o não se acredita que um jaguar atinja tal perfeição de fregolismo de alma — ao ponto de a disfarçar assim, tão bela e tão clara.
— Só dois anos depois da morte de Mata-Hari é que eu soube o papel infame que me distribuíam nessa tragédia — escreve Carrillo. E., contudo nunca a conheci! Uma só vez estive para a ver. Foi ao princípio da sua carreira. Recusei o convite que me tinham feito, e nunca mais pensei. Nela.

Raquel Meller, a catalã com rosto de andaluza e os olhos de cigana, foi, de facto, o último amor de Gomez Carrillo — o sol que deu vida á sua velhice precoce e o frio que lhe gelou o coração hipersensível e gasto — pela longa maratona de todos os prazeres…
O idílio começou em 1919 — quando eu estava em Espanha. Enviou nessa altura para Caras y Caretas um artigo que terminava assim: “Encontrei finalmente a mulher criada pela minha imaginação, ao despontar da puberdade. Encontrei o meu último amor. O caminheiro sentimental — pára, por fim, à sombra das tílias milagrosas.”
Um ano depois casava-se em Biarritz. Foi seu padrinho o conde de Romanones. O diário madrileno, La Jornada — dirigido então pelo saudoso Andrés Gonzales Blanco, intitulou a notícia com três palavras: El poeta, la cupletera y el conde..
O poeta queria fazer da “coupletera” o seu maior poema — o seu canto de morte. Cuidou-a — como se fosse um livro. Impô-la à França, ao mundo. Fez da artista vulgar — a vedette disputada. Enriqueceu-a. Bateu-se em duelo em Montevideo porque um crítico duvidou da sinceridade da sua arte. Feriu noutro duelo, o maior jornalista do México porque esquecera que Raquel era Rainha — e a tratara como simples artista… Em 1921, fiz com eles — com Raquel e com Gomez Carrillo — uma viagem de Paris a Barcelona e pasmei-me da metamorfose do cronista. Deixara o absinto, deixara o tabaco, bebia águas minerais… É que ele queria viver, viver mais do que premeditara, no bodo que fizera até então da sua saúde — e buscava a piedade para o seu corpo, para prolongar o seu amor.
Um dia tremeram os fios da Havas com uma notícia sensacional. Gomez Carrillo e Raquel Meller divorciavam-se.
Porquê? Ninguém sabia ao certo. Ciúmes? Mútua desilusão?
Ah! Não era. Eu posso afirmá-lo… Em 1925 visitei-o na Rue Castelane. Queria autorização para filmar a mais suave, a mais cristã das suas novelas: El Evangelio Del Amor.
— Não posso! Não posso! Escrevi-a para Raquel. A obra é dela. Foi ela quem me inspirou. E ela ama-a! Só se ela o consentir… Vá procurai-a… Repita-lhe o que eu acabo de lhe dizer: que a novela foi-me inspirada pelos seus olhos! Que lhe pertence!
E eu fui. Encontrei-me com Raquel no seu camarim do Palace:
— Nunca! A obra é minha. Só eu a farei! Conheço a história dessa novela. Enrique escreveu-a pensando em mim! E se vir Enrique diga-lhe o que acabo de lhe dizer: que a obra pertence-me… Que a tenho sempre comigo!
Continuavam a amar-se — para além da separação! Paradoxo? Sei lá… Fatalidade! Deus a castigar com penas de amor os que muito se amam.

A última vez que visitei Gomez Carrillo foi em Dezembro de 1926. Encontrei-o muito abatido, os olhos mais alvados; a voz mais lenta; o pigarro bronquítico mais teimoso. Tivera, na véspera, uma horrível hemoptise. Estivera a esvair-se em sangue. Temera a morte.
— E Raquel, como sabe, está nos Estados Unidos!
Ele temia, sobretudo morrer sem escrever, com o olhar, no olhar de Raquel, o seu último poema!

Um detalhe… Raquel chegara a Paris na véspera de Gomez Carrillo tombar para sempre. Deus foi generoso. O poeta morreu como queria — á sombra da alma da mulher que amava, levando para além o hálito do beijo do seu último amor.
Que bela crónica faria Gomez Carrillo com a sua própria morte!


TEMA — FICÇAO CIENTÍFICA — BIBLIOTECA ESSENCIAL DE FICÇÃO CIENTÍFICA E FANTASIA (62-65)


Volume 62 — Trudno byt' bogom / Hard to be a God (1961) de Arkady e Boris Strugatski


Arkady (1925 – 1991) e Boris (1933 – 2012) Strugatski são dois irmãos russos, dos mais conhecidos escritores de Ficção Científica. O primeiro é filósofo e o segundo astrólogo, disparidade profissional que se completa no domínio da literatura. São autores de obras relevantes como “Escape Attempt” (1962) e “The Kid from Hell” (1974)
Dentro da pouca notabilidade da ficção científica soviética, Que Difícil é ser Deus! pode considerar-se uma obra mestra. Plena de subtil ironia e enquadrada na temática especulativa, a acção desenrola-se num planeta distante habitado por homens idênticos aos da Terra, mas que, pelo desenvolvimento técnico e científico, mesmo histórico, estão ainda na idade da pedra. À Terra envia para ali algumas de zenas de exploradores para estudo da sua vida. Um desses exploradores apaixona-se por uma jovem alienígena, facto que serve para os autores apresentarem um romance palpitante.
 
Ficha Técnica
Que Difícil é ser Deus!
Autor: Arkady e Boris Strugatski
Tradução: Mário de Sousa
Ano da Edição: 1979
Editora: Editorial Caminho
Colecção: Mamute Nº1






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Volume 63 — The Three Stigmata of Palmer Eldritch (1964) de Philip K. Dick
(é o 2º livro do escritor incluído na Biblioteca, para informações sobre o autor e 1º livro clicar AQUI )


The Three Stigmata of Palmer Eldritch é o retrato de uma realidade negativa num mundo objectivo: o mundo da droga. Aliás, é tradicionalmente aceite de que terá sido escrito sobre a influência directa da droga, se bem que o autor sempre o tenha desmentido. De qual quer modo, face aos extraordinários dotes literários de Philip Dick, o leitor vê-se submergido num trama em que dificilmente distinguirá o verdadeiro do falso.
A existência de uma espécie de Messias tecnológico que reina num Universo paralelo no qual são lançados os que tomam droga e um falso-verdadeiro procedimento que, por desgraça, é demasiado constante no nosso quotidiano.

Ficha Técnica
Os Três Estigmas de Palmer Eldritch
Autor: Philip K. Dick
Tradução: Carolina de Oliveira
Ano da Edição: 1981
Editora: Publicações Europa-América
Colecção: Livros de Bolso, Ficção Científica Nº10
Páginas: 175




Volume 64 — Bloodmoney, or How We Got Along After the Bomb (1965) de Philip K. Dick
(é o 3º livro do escritor incluído na Biblioteca, para informações sobre o autor e 1º livro clicar AQUI)


Bloodmoney, or How We Got Along After the Bomb: Os Sobreviventes, ou Depois da Bomba nas diferentes edições em tradução portuguesa. Um mutante perigoso com poderes PSI que se faz transportar numa cadeira de rodas, um feto horrível e louco usa os seus poderes telecinéticos para provocar o lançamento de mísseis americanos sobre as próprias cidades dos Estados Unidos. A novela descreve-nos a vida de vários personagens no dia da catástrofe, antes, durante e depois analisando as suas reacções e por fim, descreve a nova organização decorrente dos novos condicionalismos
 

Ficha Técnica
Os Sobreviventes
Autor: Philip K. Dick
Tradução: Maria Roque Casimiro
Ano da Edição: 1967
Editora: Panorama
Colecção: Antecipação
Páginas: 272






Ficha Técnica
Depois da Bomba
Autor: Philip K. Dick
Tradução: Eurico da Fonseca
Ano da Edição: 1983
Editora: Livros do Brasil
Colecção: Argonauta Nº309
Páginas: 247








Volume 65 — The Makers of Universes (1965) de Philip José Farmer
(é o 2º livro do escritor incluído na Biblioteca, para informações sobre o autor e 1º volume clicar AQUI 

Em The Makers of Universes um homem é projectado a um Universo paralelo que se revela como uma criação mental de Jadawin, um ser humano que, com outros, é capaz de criar mundos correspondentes aos seus desejos.
O mundo de Jadawin está povoado pelos maus variados seres mitológicos. Robert Wolff, o projectado, será ajudado por uma mulher com asas e pés de pássaro.
Um meio caminho entre a ficção mitológica e a fantasia heróica que não deixa de ser bastante original.


http://coleccaoargonauta.blogspot.pt/
Ficha Técnica
O Construtor de Universos
Autor: Philip José Farmer
Tradução: Eurico da Fonseca
Ano da Edição: 1970
Editora: Livros do Brasil
Colecção: Argonauta Nº161
Páginas: 168




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