EFEMÉRIDES – Dia 18 de Junho
Carolyn Wells (1862 – 1942)
Nasce em Rahway, New Jersey, EUA. Escreve mais de 170 livros, 70 dos quias policiários. Publica o primeiro livro em 1896, At the Sign of the Sphinx, que é um conjunto de charadas, seguem-se livros infantis, de humor e de poesia. No início do séc. XX fica fascinada pela obra de Anne Katherine Green, uma das primeiras mulheres da literatura policiária, e a partir dessa altura dedica-se também a este género. Os seus romances mais famosos são os da série Detective Fleming Stone, que aparece pela primeira vez em The Clue (1909) e termina em Who Killed Caldwell? (1949) com um total de 61 publicados. A escritora é ainda conhecida pelos seus contos de crime impossível.
Nasce em Brooklyn, Nova Iorque. Em 1913 casa com um diplomata britânico e vive em vários países da América do Sul, Caraíbas e Bermudas. Começa a escrever nos anos 20 e depois do crash da bolsa vira-se para um género mais rentável — o policiário; Cria o tenente Levy, publica 18 romances e vários contos curtos para revistas da especialidade. Em 1949 Raymond Chandle escolhe Elisabeth Sanxay Holding como a melhor escritora de suspense e seleciona The Blank Wall (1947) livro favorito. Este é adaptado ao cinema em 1949 e, mais tarde, em 2001 com o título The Deep End.
TEMA — SOBRENATURAL — AINDA OS VAMPIROS
O Diário de Notícias do passado dia 6 publicou a seguinte comunicação:
Descobertos dois esqueletos de vampiros
Dois esqueletos da Idade Média, atravessados por estacas de ferro, foram descobertos na vila de Sozopol, junto ao mar Negro. Segundo os arqueólogos, trata-se de esqueletos de pessoas que, na altura, foram consideradas vampiros. Conforme explicou Bodijar Dimitrov, director do Instituto de História Natural da Bulgária, os esqueletos “ilustram uma prática pagã que se manteve em certas vilas da Bulgária até ao primeiro decénio do século XX”.
Segundo os rituais da altura, quando era detectada, em vida, uma influência maligna numa pessoa, quando esta morria, o seu coração era atravessado por uma estaca de ferro ou madeira para a prender ao caixão e impedir que saísse, à meia-noite, transformada em vampiro.
Uma centena de tais esqueletos foram Já encontrados na Bulgária ao longo dos últimos anos.
O comentário é curto. Vampiros? Verdade ou ficção?
O comentário é curto. Vampiros? Verdade ou ficção?
TEMA — ALGO MAIS SOBRE OS VAMPIROS
Se a Polidori, John William Polidori (1795-1821), se atribui a paternidade da sombria personagem literária do vampiro, com todas as suas características, os seus gostos, os seus tipos, até o seu aspecto exterior, tal como hoje o imaginamos, Charles Nodier (1780-1844) será o seu empresário, o divulgador. Na sua obra, Sobre Alguns Fenómenos do Sono (1830), é esclarecedor o breve extracto.
Há pequenos lugarejos nos Morlaques onde existem vários “vukodlacks”, havendo até alguns onde o “vukodlacks” se pode encontra em quase todas as famílias, tal como o santo ou o idiota dos vales alpinos.
Aqui, a doença não se complica por uma enfermidade degradante que altere o próprio princípio da razão nas suas faculdades mais vulgares. O “vukodlack” acorda sofrendo todo o horror da sua percepção; receia-a e detesta-a, debate-se contra ela com fúria; para se subtrair dela recorre aos remédios da medicina, às orações da religião, ao corte de um músculo, à amputação de uma perna, ao suicídio muitas vezes. E quando morre exige que os filhos atravessem o seu coração com uma estaca e o preguem ao fundo do caixão, de modo a libertar o seu cadáver, no sono da morte, do instinto animal do sono do homem vivo.
O “vukodlack” é, além disso, um homem de bem, muitas vezes exemplo e conselheiro da sua tribo, e não raro seu juiz ou seu poeta. Por detrás da sombria tristeza que lhe impõe a percepção das lembranças e pressentimentos da sua vida nocturna, adivinha-se uma alma sensível, hospitaleira, generosa, que só pede que o amem.
É preciso que o sol se ponha, que a noite imprima um selo de chumbo sobre as pálpebras do pobre “vukodlack” para que vá arranhar com as unhas a cova de um morto, ou inquietar as vigílias da mãe que dorme junto do berço de recém-nascido; porque o “vukodlack” é vampiro, e os esforços da ciência e os rituais da igreja nada podem contra ele. A morte não o cura de modo nenhum, pois, mesmo na sepultura, conserva sempre alguma réstia de vida. E quando a sua consciência, torturada pela ilusão de um crime involuntário, repousa enfim peia primeira vez, não é surpreendente que o encontremos fresco e risonho sob a tumba: é que o infeliz nunca tinha dormido sem sonhar.
Geralmente esta aberração mental limita-se à ilusão intuitiva do infortunado que a experimenta. Ela cumpre-se em todas as circunstâncias, porque para isso nada mais é preciso do que o concurso do pesadelo o de sonambulismo. Aqui comece precisamente o domínio da filosofia médica, que não considera dois factos essenciais que eu, pelo contrário encaro como indubitáveis: o primeiro, é que a percepção de um acto extraordinário, que não ´é familiar à nossa natureza, converte-se facilmente em sonhos; o segundo é que a percepção desse sonho muitas vezes repetido converte-se facilmente em actos, sobretudo quando age sobre um ser débil e irritável.
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