26 de julho de 2012

CALEIDOSCÓPIO 208

Efemérides 26 de Julho
Edwin Balmer (1883 – 1959)
Nasce em Chicago, EUA. Repórter desde 1903, torna-se editor da Redbook, uma revista feminina que privilegia a publicação de short stories de aventura, mistério e crime. Edwin Balmer escreve livros policiários e ficção científica, alguns em parceria com os escritores William MacHarg e Philip Wylie. Individualmente escreve 11 romances policiários, sendo o mais divulgado The Blind Man's Eyes (1946).


Jean-François Coatmeur (1925)
Nasce em Finistère, Pouldavid-sur-Mer, França. Professor do ensino secundário e em Africa, escreve o seu primeiro romance em 1963, Chantage Sur Une Ombre. Tem cerca de 30 romances publicados, todos classificados como policial psicológico negro com excepção de Des Croix Sur La Mer (1991), que é inspirado num acontecimento autobiográfico e recebe o Prix Bretagne 1992. O autor tem 6 obras adaptadas ao cinema e à televisão. Destacam-se as premiadas:
Les Sirènes De Minuit (1976) — Grand Prix de Littérature Policière;
La Bavure (1980) — Prix Mystère de la Critique 1981;
La Danse Des Masques (1989), Prix du Suspense e c Grand Prix des Écrivains de L'Ouest — 1990.


TEMA — ALGO DE SOBRENATURAL (PARTE 1)
PROCURANDO AS ORIGENS DO MEDO — CAUSAS NATURAIS / SOBRENATURAIS
Quando o estrondo do trovão penetra na caverna natural, quando o traço incandescente do raio abate a grande árvore da floresta, esmaga a pedra informe como se se tratasse de frágil torrão de areia sob o pé, de um gigante invisível, os primitivos seres humanos guincham, atiram-se ao chão repleto de detritos e restos de ossos descarnados de animais, amontoam-se apoiando-se uns nos outros, olhos fechados que não querem ver, mãos sobre as cabeças de cabelos emaranhados, compridos, enlameados; na mente pouco desenvolvida instala -se a mais antiga das emoções — o medo, o mais intenso dos medos — o medo do desconhecido.
Mais do que o prazer ou a dor, a ameaça do desconhecido, imprevisível ao mesmo tempo converteu-se numa fonte omnipotente de pesadelos, próprios de uma humanidade com noções reais escassas ou nulas, de experiência limitada.
Em tais condicionantes de vida, nos alvores do mundo tão poderosamente incipientes, não é estranho que os homens, se acolhessem nos braços da religião e da superstição.
A herança de então, não chega até nós apenas na ordem biológica. Os instintos e as emoções são fenómenos tremendamente arreigados, subconscientemente activos durante milénios, ainda que exteriormente pareçam submergidos.
E esses mundos ocultos e insondáveis de estranhas coisas, de alucinantes medos, transformaram-se em tradição oral.
Nas longas noites de quietude, no negrume traspassado por uma réstia de luar, mais tarde em redor do fogo, o feiticeiro desperta sentimentos de tremor com relatos macabros… o velho chefe balançando a cabeça, aceitando para os outros os terrores próprios.
Os mais obscenos e maléficos mistérios cósmicos, incorporaram-se primeiro no folclore popular sobrenatural, na lenda, depois na literatura, logo na exploração da narrativa fantástica com assento no quadro do terror.
O fantástico é; uma presença espectral suspensa entre o ser e o nada, viola o real e põe-se para além dos limites da razão.
Tão velho como o pensamento, o fantástico de horror, de terror, fixa-se nas primitivas emoções, invoca o desconhecido, cria demónios e espectros.
Na Idade Média associa-se-lhe magia e cabala.
O gótico agrega-lhe fantasma.
Mais recentemente, são os textos que se estruturam ao redor de figuras faustianas ou vacilam entre explicações naturais ou sobrenaturais da origem do DIABO…
(continua)

Odilon Redon - Homem Primitivo sentado à sombra 



DICIONÁRIO DE AUTORES CONTEMPORÂNEOS DA NARRATIVA DE ESPIONAGEM (9)

12 – BAR-ZOHAR (MICHAEL)
1938
Bar-Zohar

Michael (Michel ou Micha‘el) Bar-Zohar, israelita, doutorado em ciências politicas em Paris e professor universitário em Haifa; militar paraquedista, foi também membro do parlamento israelita. Apaixonado pela história judaica contemporânea e pelo destino de Israel. O autor tem uma vasta obra no campo da não ficção, mas os estudos que publicou sobre Hitler, a crise de Suez ou a guerra dos Seis Dias, deram-lhe também inspiração para os romances de espionagem. Os seus romances são caracterizados por um ponto de partida ardiloso, que atrai o interesse do leitor e por uma fundamentação rigorosa, muito bem documentada.
Bar-Zohar usa também os pseudónimos Michael Barak e Michael Hastings e tem a sua obra publicada em vários países. Os romances de espionagem publicados são:

The Third Truth (1972)
The Spy Who Died Twice (1973)
The Secret List (1975)
Enigma (1978), mais tarde adaptado ao cinema
The Deadly Document (1979)
The Phantom Conspiracy (1981)
Double Cross (1982)
A Spy In Winter (1984)
The Unknown Soldier (1986)
The Devil's Spy (1988)
Brothers (1993)



13 – BARK (CONRAD VOSS)
1913 — 2000


Conrad Voss Bark, jornalista, colaborador do The Times e da BBC, é o criador de William Holmes, que não é um verdadeiro espião, mas um homem dos serviços de segurança britânicos, responsável da equipa encarregada da protecção do Primeiro Ministro, logo inevitavelmente ligado ao mundo da espionagens.
A primeira missão de William Holmes surge em 1962 no livro Mr Holmes At Sea e relata a busca do ministro das Finanças, desaparecido em plena crise económica durante uma sessão de pesca no alto mar. Seguem-se:
Mr. Holmes Goes To Ground (1963)
Mr. Holmes And The Fair Armenian (1964)
Mr. Holmes And The Love Bank (1965)
The Shepard File (1966)
Second Red Dragon (1967)
See The Living Crocodiles (1967)



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