EFEMÉRIDES – Dia 14 de Julho
Jocelyn Davey (1908-1994)
Chaim Raphael nasce em Middlesbrough, Inglaterra. Professor universitário, de hebraico; consultor e director dos Serviços de Informação Britânicos; consultor da Intelligenge Agency e do Departamento do Tesouro, começa a escrever romances policiários nos anos 50, arquitetando as suas histórias em torno de Ambrose Usher, um personagem dotado de uma inteligência fora do comum que colabora com o Forein Office em trabalhos de natureza secreta. Estão editados: The Undoubted Deed (1956), também editado com o título A Capitol Offense, The Naked Villainy (1958), A Touch of Stagefright (1960), A Killing in Hats (1965), A Treasury Alarm (1976) e Murder in Paradise (1982).
Sheldon Siegel (1958)
Nasce em Chicago, Illinois, EUA. Advogado e escritor. Os seus romances, são caracterizados como thriller legal, um sub-género do drama legal; são bestsellers e estão traduzidos em várias línguas. Tendo como pano de fundo o mundo dos tribunais, o autor cria o personagem Mike Daley que protagoniza: Special Circumstances (2000), Incriminating Evidence (2001), Criminal Intent (2002), Final Verdict (2003), The Confession (2004), Judgment Day (2008) e Perfect Alibi (2009). O autor prepara já o próximo romance The Terrorist Next Door, este fora da série Mike Daley e cuja acção se desenrola em Chicago.
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TEMA — O MISTÉRIO DOS DISCOS VOADORES — O NOSSO MUNDO E… OS OUTROS
De Maria do Rosário Marques
Quase diariamente, em pontos diferentes do planeta, alguém garante ter visto no céu um abjecto estranho não identificado. Na verdade os OVNI estão aí e os problemas que o assunto levanta levaram à necessidade de um estudo criterioso da matéria apesar dos entraves oficiais que se têm feito sentir desde o início da “era moderna dos OVNI”, em 1947.
De qualquer modo sabe-se que o “fenómeno” é estudado na maior parte dos países, desde há alguns anos. O dossier OVNI é extenso e extremamente complexo e, apesar da má vontade “governamental” (mundial), centenas de serviços e laboratórios de pesquisa especializados em aeronáutica e aeroespacial, além do arsenal de algumas armadas mundiais, não conseguiram identificar os objectos voadores estranhos.
Quanto a mim — parafraseamos Charles Fort por quem sentimos uma justa admiração — limito-me a aceitar. Não podendo ver as coisas universalmente, contento-me em localizá-las. De maneira que nunca coisa alguma foi provada e as declarações teológicas são igualmente suspeitas, mas dominaram a maior parte dos espíritos no seu tempo por processos puramente hipnóticos; que na época seguinte, as leis, dogmas, fórmulas e princípios da ciência materialista nunca foram provados, mas os espíritos dirigentes de tal reinado foram levados por auto-sugestão a acreditar neles mais ou menos firmemente (…) As enormidades e os absurdos continuarão (…).
Substituindo a crença pela ACEITAÇÃO, usarei métodos convencionais, meios pelos quais todas as crenças foram formuladas e sustentadas; os meus métodos serão os dos teólogos, dos selvagens, dos sábios e das crianças. Não sou um realista. Não sou um idealista. Sou um intermediarista. Nada é real, mas nada é irreal e todos os fenómenos são aproximações de uma parte ou outra entre a realidade e a irrealidade.
De facto esses objectos estranhos, fazendo parte do insólito, intrometeram-se no nosso quotidiano, friamente, demonstrando existir uma inteligência superior à nossa (pelo menos do domínio da tecnologia). Essa intromissão de forma tão prosaica provocou e continua a provocar um CHOQUE. O choque de sabermos que somos visitados, sem conhecer a identidade dos visitantes e as suas reais intenções.
Depois de eliminadas impiedosamente, as confusões com objectos ou fenómenos conhecidos, as mistificações e os casos raros de alucinações patológicas, restam-nos várias dezenas de milhares de objectos voadores não identificados, autênticos, desde há um século, sem falar nas dos séculos anteriores. O estudo sistemático desses casos deram-nos alguns números e alguns traçados coincidentes mas não conseguiram explicar o porquê do fenómeno. E a interpretação global dos factos não pode ser assegurada com base em postulados antigos que se demonstram insuficientes ou erróneos.
O fulcro da questão estará, para alguns investigadores, nos tão conhecidos “encontros imediatos de terceiro grau”, no problema dos contactos — da comunicação. O carácter destes encontros faz recuar alguns cientistas (o absurdo aparente dos testemunhos). Porém a natureza destas informações e a sua interpretação pelos homens levará decerto ao encontro das duas vias paralelas — a do nosso mundo e a “do outro” (desculpem-me a expressão!). Por enquanto é o desencontro ocasional/intencional…
O que sabemos nós da natureza da comunicação que se diz ter sido efectuada entre as testemunhas humanas e o fenómeno OVNI?
Quando uma testemunha encontra um ocupante de um OVNI que lhe pergunta: “Que horas são?” e responde “São duas e trinta” para depois ouvir a réplica do estranho: “Mentes! São quatro horas” (facto que se produziu efectivamente, em França, em 1954), a história não é simplesmente absurda. Ela tem um, sentido simbólico que vai além das contradições aparentes do fenómeno.
É o investigador francês Jacques Vallée que nos dá este exemplo fantástico de um caso autêntico e continua referindo-se ao célebre caso dos americanos Betty e Bar-ney Hill. Em 1961 Barney tentou explicar a um humanóide a importância que o conceito de “tempo” tem nos humanos…
Mas o estranho não pareceu compreender. No caso do contacto a que primeiro nos referimos o diálogo continuou com a seguinte pergunta por parte do humanóide: “Estou na Itália ou na Alemanha?” — Continuava o “absurdo”, já que o encontro se situava em França. Depois da primeira pergunta que implicava a noção de “tempo” seguia-se outra com a noção de “espaço”… Isto pode-nos levar (eventualmente) a concluir que se tratava de um teste determinado.
Efectivamente o contacto entre as testemunhas humanas e o fenómeno OVNI produz-se sob condições controladas por este último. Um encontro-tipo com seres estranhos não pode ser nunca do tipo simplista e messiânico que alguns apregoam (veja-se o filme de Steven Spielberg). Enquanto não estivermos aptos a desmarcar a natureza autêntica do fenómeno, a tornarmo-nos seus “iguais” a comunicação com os construtores ou ocupantes dos OVNI parece tornar-se difícil e longínqua…
TEMA — DIÁRIO DE UM ADVOGADO — A VERDADE DE CADA UM…
Pirandelo é nosso constante companheiro na advocacia criminal. Ainda ontem ao chegar ao Distrito Policial, senti que a versão de meu constituinte não devia ser, não era verdadeira. Digo-lhe frontalmente, sem vacilações, o que estou sentindo.
— Mas doutor, o senhor quer que eu minta para parecer mais próxima da verdade?
— Não. — respondo — Quero que saiba que não escondo o que sinto mesmo quando posso estar errado e estou a lidar com constituinte. O problema é seu, mas… a solução tem de ser minha.
Duas senhoras, socialmente categorizadas, que haviam visto o atropelamento e a morte consequente, afirmaram, com precisão e certeza, que os factos se teriam passado de determinada maneira. Seguras na exposição. Sólidas como testemunhas. Verazes. Presenciais.
Pois bem. O constituinte começa a prestar declarações. Tão firme, tão encadeado nos detalhes, tão exacto que, aos poucos, sinto que aquelas duas senhoras começam a manifestar inquietação, a balançar com a cabeça e, no fim, já admitem francamente que poderiam estar equivocadas.
No entanto, qualquer coisa continua a me dizer Que o constituinte está a faltar à Verdade. No caso anterior em que eu também o defendera, podia ter começado a sua intimidade com tais situações… Ou estarei eu errado? Bem… porque posso errar, ora essa… De qualquer maneira, Pirandelo está sempre connosco. A Verdade como parece. A verdade de cada um…
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