EFEMÉRIDES – Dia 1 de Abril
Edgar Wallace (1875 - 1932)
Richard Horatio Edgar Wallace nasce em Greenwich, Inglaterra. Jornalista, argumentista, escritor e editor está considerado como um dos melhores autores de romances policiários. O seu trabalho como correspondente de guerra dá-lhe conhecimentos sobre o mundo da espionagem. Publica o primeiro romance em 1905 The Four Just Men, com que inicia uma série de 6 títulos. Cria o Comissário Sanders, o Lieutenant Bones e o detective J. G. Reeder entre outros. O guião de cinema mais conhecido é o famoso King Kong. Deixa uma vastíssima obra, também publicada em Portugal por diferentes editoras: Círculo de Leitores, Dêagá,Gradiva, Livros do Brasil, Minerva e Publicações Europa America.
Ver HOMENAGEM EDGAR WALLACE no Caleidoscópio 41 clicando AQUI
Edgar Wallace (1875 - 1932)
Richard Horatio Edgar Wallace nasce em Greenwich, Inglaterra. Jornalista, argumentista, escritor e editor está considerado como um dos melhores autores de romances policiários. O seu trabalho como correspondente de guerra dá-lhe conhecimentos sobre o mundo da espionagem. Publica o primeiro romance em 1905 The Four Just Men, com que inicia uma série de 6 títulos. Cria o Comissário Sanders, o Lieutenant Bones e o detective J. G. Reeder entre outros. O guião de cinema mais conhecido é o famoso King Kong. Deixa uma vastíssima obra, também publicada em Portugal por diferentes editoras: Círculo de Leitores, Dêagá,Gradiva, Livros do Brasil, Minerva e Publicações Europa America.
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Maurice Arcy (1888 -1946)
René Baudu nasce em França. Escritor policiário e de ficção científica usa o pseudónimo Maurice Arcy. Publica La Formule Rouge, Le Maître de la Guerre e Le Tueur de Cerveaux.
TEMA — NARRATIVA – QUATRO IMAGENS DA ROSA
IMAGEM 1
Flor de doce perfume (Enciclopédia)
Diz a lenda
… e a nobre senhora receando a ira do seu real esposo, com um olhar suave, mostrou exclamando
— São rosas, Senhor...
IMAGEM 2
Caracteriza-se por folhas imparipinuladas e caule com ESPINHOS (Enciclopédia)
É um facto que:
Numa tarde de sol, a senhora Stevenson tratava do seu jardim quando a senhora Butler, sua vizinha parou para admirar o roseiral. Colhendo uma rosa vermelha, a Sra. Stevenson foi até ao portão e, com um sorriso amável ofereceu-a à admiradora. A Sra. Butler aceitou a flor com gratidão e levou-a ao rosto para lhe sentir a fragrância, após o que trocou algumas palavras com a ofertante, despediu--se e dirigiu-se ao lar.
Frente à sua residência começou a sentir-se mal. Cambaleante, trémula, e transpirando profusamente, conseguiu chegar ao quarto, deitando-se na cama, quase desfalecida.
Aguardou no leito várias semanas presumindo que a enfermidade fosse uma das muitas doenças tropicais que então grassavam na região.
Contou então a John Middleton, indivíduo das suas relações, que poucos minutos antes de ser atingida pela doença havia cheirado uma flor que lhe dera a vizinha.
Tanto bastou para Middleton convencer a amiga de que a flor continha bruxaria.
Middleton fora uma das vinte pessoas que recentemente haviam sido acusadas de “pacto com o Diabo”. Fora sujeito ao”Suplício da Água”, escapando ao afogamento por confessar que era realmente bruxo e implorando perdão público para os muitos e horríveis pecados que havia cometido, pecados esses que iam desde o furto de galinhas e perus, do “gazear” nos tempos de estudante, ao dormir com a mulher do próximo.
As autoridades tomaram conhecimento do caso.
A Sra. Butler foi submetida a interrogatório e acusou a vizinha de haver posto feitiço na rosa que lhe ofertara. Sua filha chegou mesmo a acrescentar que tinha apanhado a rosa do chão, onde sua mãe a deixara caída, e que a rosa estava negra e orvalhada.
A senhora Stevenson não tardou a ser presa. Um “júri” de sete mulheres desnudaram a acusada percorrendo minuciosamente todo o seu corpo, procurando sinais ou verrugas que, no dizer dos entendidos em bruxarias, costumavam ser “chupados pelos demónios”. A pele, é certo, não continha o mais ligeiro indício de mancha, mas, dentro da boca da acusada, segundo declarações do “júri”, havia “duas pequenas tetas”, consideradas provas bastantes de que a senhora era de facto feiticeira.
Condenada, morreu na forca, sustentando até que a vida se extinguiu, a sua inocência e ignorância do que fosse bruxaria, arte diabólica ou espíritos sobrenaturais.
Chamava-se, na realidade, Christian Stevenson, tinha quarenta e cinco anos, viúva, de temperamento alegre, cabelos castanhos e tez clara. Vivia num bungalô à beira da estrada, nas cercanias de Hawilton — Bermudas — naquele longínquo ano de 1653.
A senhora Stevenson colhera, da rosa, tão só... os espinhos.
IMAGEM 3
SÍMBOLO do regalo e dos prazeres, abraçava as estátuas de Vénus, os pagãos inspiravam-se neste culto, para impor o uso da rosa às meretrizes (Enciclopédia)
É um facto, igualmente.
Numa tarde de domingo de Páscoa, no ano de 1959, de céu triste e chuva impertinente, uma morena alta, vestida de saia preta e blusa vermelha, o que lhe realçava o corpo atraente, depois de ser estimulada por alguns cálices de martini no Bar do Hotel da Westh Sixth Street, em Los Angeles, acompanhada de um corpulento sargento de fuzileiros, registou-se como hóspede do mesmo hotel.
Foi-lhe dado o quarto 303.
Ferne Celia Reed Wessel, a bela morena, conforme foi constatado, hospedava-se habitualmente no hotel, e dele se servia como lugar de encontro com um variado sortido de amantes.
Ninguém a viu subir ao quarto.
Quase 24 horas depois, o gerente do hotel telefonava á polícia: a empregada da limpeza, quando pretendia fazer a arrumação do 303, encontrara Ferne morta.
Os polícias puderam observar o trágico quadro de um violento assassinato. O corpo, quase nu, estava deitado de través no meio das roupas desarrumadas da cama de casal. A única peça de roupa que vestia, a combinação, achava-se em tiras e não cobria os feios ferimentos que realçavam a carne que antes fora desejável. À volta do pescoço, num laço frouxo, a blusa que usara. Marcas de dedos enfurecidos imprimiam-se nas lívidas e macias carnes da garganta da vítima.
— Estrangulada — sussurrou um polícia.
— E sufocada — acrescentou outro.
Enquanto esperavam o médico legista, os detectives puseram-se a observar o quarto. Como todos os quartos de hotéis destinados a amores clandestinos, nada dizia dos seus ocupantes. O que restava das roupas da mulher estavam caídas sobre uma cadeira ou caídas no chão, rasgadas, como se tivessem sido arrancadas brutalmente. Na casa de banho adjacente, na pia cheia de água, flutuava uma rosa amarfanhada.
— Assassinato e rosas! — comentou um polícia.
— Estas pobres infelizes não aprendem. É sempre a mesma história — sentenciou o outro.
Depois que o grupo de peritos efectuou o seu trabalho, procurando impressões digitais e outras pistas, depois que o corpo foi removido, a polícia prosseguiu as investigações junto dos fregueses do bar e do hotel.
Todos os suspeitos se comprovaram inocentes. Sete meses depois, a despeito de todo o esforço desenvolvido, o criminoso, “o estrangulador da rosa”, como passou a ser designado, continuou desconhecido e à solta.
Em 22 de Novembro, um outro crime monstruoso, em idênticas circunstâncias, veio relembrar o caso Ferne. Numa casa reboque, em Polk Street, Sylmar, a noroeste de Los Angeles, Nancy Louise Tardy, de 28 anos, mas também bonita morena, foi encontrada estrangulada, nua, de braços e pernas abertos sobre a cama. As roupas jaziam em pedaços à sua volta, como se tivessem sido arrancadas violentamente do seu corpo.
Desta vez, as impressões digitais colhidas conferiam com as de Donald Kinnan, e Kinnan desaparecera misteriosamente.
Toda a grande máquina policial se movimentou. A prisão do suspeito foi solicitada a vários Estados, e um boletim com a sua descrição era diariamente transmitido na Rádio e na Televisão. Somente, porém, em 2 de Dezembro, enquanto a caçada prosseguia, um homem de cabelo ondeado, roupas esfarrapadas, barba crescida, entrou no posto policial de San Fernando Vallery, e se identificou.
— Sou Donald Kinnan.
Minutos depois confessava-se autor da morte de Nancy Tardy, do assassinato de Ferne Wessel, contando que, num impulso irresistível que o dominava, nove vezes, em várias cidades, tinha sufocado prostitutas até à morte.
… a todas deixara uma rosa… o símbolo.
IMAGEM 1
Flor de doce perfume (Enciclopédia)
Diz a lenda
… e a nobre senhora receando a ira do seu real esposo, com um olhar suave, mostrou exclamando
— São rosas, Senhor...
IMAGEM 2
Caracteriza-se por folhas imparipinuladas e caule com ESPINHOS (Enciclopédia)
É um facto que:
Numa tarde de sol, a senhora Stevenson tratava do seu jardim quando a senhora Butler, sua vizinha parou para admirar o roseiral. Colhendo uma rosa vermelha, a Sra. Stevenson foi até ao portão e, com um sorriso amável ofereceu-a à admiradora. A Sra. Butler aceitou a flor com gratidão e levou-a ao rosto para lhe sentir a fragrância, após o que trocou algumas palavras com a ofertante, despediu--se e dirigiu-se ao lar.
Frente à sua residência começou a sentir-se mal. Cambaleante, trémula, e transpirando profusamente, conseguiu chegar ao quarto, deitando-se na cama, quase desfalecida.
Aguardou no leito várias semanas presumindo que a enfermidade fosse uma das muitas doenças tropicais que então grassavam na região.
Contou então a John Middleton, indivíduo das suas relações, que poucos minutos antes de ser atingida pela doença havia cheirado uma flor que lhe dera a vizinha.
Tanto bastou para Middleton convencer a amiga de que a flor continha bruxaria.
Middleton fora uma das vinte pessoas que recentemente haviam sido acusadas de “pacto com o Diabo”. Fora sujeito ao”Suplício da Água”, escapando ao afogamento por confessar que era realmente bruxo e implorando perdão público para os muitos e horríveis pecados que havia cometido, pecados esses que iam desde o furto de galinhas e perus, do “gazear” nos tempos de estudante, ao dormir com a mulher do próximo.
As autoridades tomaram conhecimento do caso.
A Sra. Butler foi submetida a interrogatório e acusou a vizinha de haver posto feitiço na rosa que lhe ofertara. Sua filha chegou mesmo a acrescentar que tinha apanhado a rosa do chão, onde sua mãe a deixara caída, e que a rosa estava negra e orvalhada.
A senhora Stevenson não tardou a ser presa. Um “júri” de sete mulheres desnudaram a acusada percorrendo minuciosamente todo o seu corpo, procurando sinais ou verrugas que, no dizer dos entendidos em bruxarias, costumavam ser “chupados pelos demónios”. A pele, é certo, não continha o mais ligeiro indício de mancha, mas, dentro da boca da acusada, segundo declarações do “júri”, havia “duas pequenas tetas”, consideradas provas bastantes de que a senhora era de facto feiticeira.
Condenada, morreu na forca, sustentando até que a vida se extinguiu, a sua inocência e ignorância do que fosse bruxaria, arte diabólica ou espíritos sobrenaturais.
Chamava-se, na realidade, Christian Stevenson, tinha quarenta e cinco anos, viúva, de temperamento alegre, cabelos castanhos e tez clara. Vivia num bungalô à beira da estrada, nas cercanias de Hawilton — Bermudas — naquele longínquo ano de 1653.
A senhora Stevenson colhera, da rosa, tão só... os espinhos.
IMAGEM 3
SÍMBOLO do regalo e dos prazeres, abraçava as estátuas de Vénus, os pagãos inspiravam-se neste culto, para impor o uso da rosa às meretrizes (Enciclopédia)
É um facto, igualmente.
Numa tarde de domingo de Páscoa, no ano de 1959, de céu triste e chuva impertinente, uma morena alta, vestida de saia preta e blusa vermelha, o que lhe realçava o corpo atraente, depois de ser estimulada por alguns cálices de martini no Bar do Hotel da Westh Sixth Street, em Los Angeles, acompanhada de um corpulento sargento de fuzileiros, registou-se como hóspede do mesmo hotel.
Foi-lhe dado o quarto 303.
Ferne Celia Reed Wessel, a bela morena, conforme foi constatado, hospedava-se habitualmente no hotel, e dele se servia como lugar de encontro com um variado sortido de amantes.
Ninguém a viu subir ao quarto.
Quase 24 horas depois, o gerente do hotel telefonava á polícia: a empregada da limpeza, quando pretendia fazer a arrumação do 303, encontrara Ferne morta.
Os polícias puderam observar o trágico quadro de um violento assassinato. O corpo, quase nu, estava deitado de través no meio das roupas desarrumadas da cama de casal. A única peça de roupa que vestia, a combinação, achava-se em tiras e não cobria os feios ferimentos que realçavam a carne que antes fora desejável. À volta do pescoço, num laço frouxo, a blusa que usara. Marcas de dedos enfurecidos imprimiam-se nas lívidas e macias carnes da garganta da vítima.
— Estrangulada — sussurrou um polícia.
— E sufocada — acrescentou outro.
Enquanto esperavam o médico legista, os detectives puseram-se a observar o quarto. Como todos os quartos de hotéis destinados a amores clandestinos, nada dizia dos seus ocupantes. O que restava das roupas da mulher estavam caídas sobre uma cadeira ou caídas no chão, rasgadas, como se tivessem sido arrancadas brutalmente. Na casa de banho adjacente, na pia cheia de água, flutuava uma rosa amarfanhada.
— Assassinato e rosas! — comentou um polícia.
— Estas pobres infelizes não aprendem. É sempre a mesma história — sentenciou o outro.
Depois que o grupo de peritos efectuou o seu trabalho, procurando impressões digitais e outras pistas, depois que o corpo foi removido, a polícia prosseguiu as investigações junto dos fregueses do bar e do hotel.
Todos os suspeitos se comprovaram inocentes. Sete meses depois, a despeito de todo o esforço desenvolvido, o criminoso, “o estrangulador da rosa”, como passou a ser designado, continuou desconhecido e à solta.
Em 22 de Novembro, um outro crime monstruoso, em idênticas circunstâncias, veio relembrar o caso Ferne. Numa casa reboque, em Polk Street, Sylmar, a noroeste de Los Angeles, Nancy Louise Tardy, de 28 anos, mas também bonita morena, foi encontrada estrangulada, nua, de braços e pernas abertos sobre a cama. As roupas jaziam em pedaços à sua volta, como se tivessem sido arrancadas violentamente do seu corpo.
Desta vez, as impressões digitais colhidas conferiam com as de Donald Kinnan, e Kinnan desaparecera misteriosamente.
Toda a grande máquina policial se movimentou. A prisão do suspeito foi solicitada a vários Estados, e um boletim com a sua descrição era diariamente transmitido na Rádio e na Televisão. Somente, porém, em 2 de Dezembro, enquanto a caçada prosseguia, um homem de cabelo ondeado, roupas esfarrapadas, barba crescida, entrou no posto policial de San Fernando Vallery, e se identificou.
— Sou Donald Kinnan.
Minutos depois confessava-se autor da morte de Nancy Tardy, do assassinato de Ferne Wessel, contando que, num impulso irresistível que o dominava, nove vezes, em várias cidades, tinha sufocado prostitutas até à morte.
… a todas deixara uma rosa… o símbolo.
IMAGEM 4
Passou também a ser símbolo de luto e assim se tornou usual enfeitar com rosas as sepulturas (Enciclopédia)
No dia a dia.
Numa aldeia, numa vila, numa cidade, algures em qualquer lugar da terra…
…sobre uma sepultura recente a mão de uma criança depõe uma rosa…
M. Constantino
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