EFEMÉRIDES – Dia 15 de Abril
Howard Browne (1908 – 1999)
Nasce em Omaha, Nebraska, EUA. É editor de ficção científica, escritor de livros de mistério e de argumentos para cinema e séries de televisão, como por exemplo Missão Impossível. Assina também com os pseudónimos Alexander Blade, Ivar Jorgensen, John Evans, Lawrence Chandler, Lee Francis. Sob o pseudónimo John Evans, destaca-se o detective privado Paul Pine — inspirado em Philip Marlowe de Chandler — que é a figura principal de contos e de romances: Halo In Blood (1946), Halo For Satan (1948), Halo In Brass (1949) e The Taste of Ashes (1957. Em Portugal está editado:
A Porta Indiscreta (1966) Colecção Xis, Minerva. Título Original: Thin Air (1954)
Howard Browne (1908 – 1999)
Nasce em Omaha, Nebraska, EUA. É editor de ficção científica, escritor de livros de mistério e de argumentos para cinema e séries de televisão, como por exemplo Missão Impossível. Assina também com os pseudónimos Alexander Blade, Ivar Jorgensen, John Evans, Lawrence Chandler, Lee Francis. Sob o pseudónimo John Evans, destaca-se o detective privado Paul Pine — inspirado em Philip Marlowe de Chandler — que é a figura principal de contos e de romances: Halo In Blood (1946), Halo For Satan (1948), Halo In Brass (1949) e The Taste of Ashes (1957. Em Portugal está editado:
A Porta Indiscreta (1966) Colecção Xis, Minerva. Título Original: Thin Air (1954)
Jeffrey Archer (1940)
Jeffrey Howard Archer nasce em Londres. Político, membro do parlamento com uma vida pessoal atribulada, é um escritor de bestsellers no Reino Unido. Cria a série Kane & Abel, com 4 títulos publicados; a série Clifton Chronicles com 1 volume editado e próximo agendado para Maio de 2012; 12 romances editados entre 1976 e 2009; e 13 livros com colecções de short stories publicados entre 1980 e 2011. Em Portugal estão editados muitos dos seus livros, a maior parte pelas Publicações Europa América.
CLICAR AQUI Jeffrey Howard Archer nasce em Londres. Político, membro do parlamento com uma vida pessoal atribulada, é um escritor de bestsellers no Reino Unido. Cria a série Kane & Abel, com 4 títulos publicados; a série Clifton Chronicles com 1 volume editado e próximo agendado para Maio de 2012; 12 romances editados entre 1976 e 2009; e 13 livros com colecções de short stories publicados entre 1980 e 2011. Em Portugal estão editados muitos dos seus livros, a maior parte pelas Publicações Europa América.
TEMA — ABEL E CAIM
O assassínio bíblico de Caim, na pessoa de Abel, seu irmão, tem sido ao longo dos tempos objecto de estudos, contos e romances com centenas de páginas. O tema parece-nos atractivo de tal modo que guardamos religiosamente tudo o que encontramos sobre assunto. O presente trabalho é um deles. Quebrar as regras do registado é crime, mas esperamos o perdão do autor, Wellington Gabriel Mainero.
O conto curto Hermanos foi publicado em 1980 e aqui fica com a devida vénia.
IRMÃOS
— Deves fazê-lo!
Caim encarou o mensageiro com um olhar selvagem. O seu coração debatia-se entre o profundo e fraterno amor e os dilacerantes ciúmes que, por vezes o invadiam.
— Não! Não o farei! Recuso-me! — decidiu.
— Deves repensar… o enviado do céu modelou a voz tentando dar convicção do seu argumento — a História não pode alterar-se, repete-se a si mesma uma e outra vez. Numa outra única ocasião se escreveu o livro do teu Povo e está escrito que assim deve suceder. Pensa, sem o teu crime não há Redentor, nem esperança para os teus filhos… Reflecte, por favor!
O primogénito observava as suas mãos, grandes e calejadas de amanhar a terra, o sentido de cada dia. Aninhadas debaixo das unhas estavam todas as suas vidas anteriores.
De umas ruínas antigas, meio cobertas pelos danos do tempo, chegou-lhe a doce melodia de uma flauta e o balir de ovelhas.
— Não! — a sua voz era firme, determinante, não admitia réplica.
Olhou desafiante o mensageiro — Diz ao teu amo que não atentarei contra a vida do meu irmão, ainda que o preço seja não conhecer a sua religião de Amor. A primeira página da nossa História será distinta, porque será fraterna. E voltando as costas ao Anjo, tomou o peso da enxada inclinando-se sobre o sulco da terra.
Pela primeira vez em muito, muito tempo, sentiu-se um HOMEM LIVRE!
TEMA — LITERATURA POLICIÁRIA — DETECTIVES DO OCULTO (1)
O género policiário, que se iniciou sob a égide do raciocínio, para adquirir posteriormente um universo díspar de métodos, situações e ambientes, mantêm, não obstante, uma característica inalterável:
O MISTÉRIO.
Quer se contenha numa intrincada equação, queda e racional, quer se substitua esta pela força bruta dos punhos ou das balas, sempre releva a sombra de um mistério, por mais impreciso, e a necessidade de o explicar. É a “explicação” que sempre se procura, de Dupin a Sam Spade, de Sherlock Holmes a Philip Marlowe.
A par do comum dos detectives, oficiais, privados ou simples amadores, existe uma gama de personagens para os quais “tornar inteligível” é a palavra de ordem, movimentando-se, entretanto, na órbita do imaterial ou do invisível.
Em pleno apogeu do espiritismo, do ocultismo, das sociedades teosóficas, apresenta-se uma autêntica panóplia de argumentos ornada de mortos cujo retorno é tecnicamente possível; a consequente criação literária dos DETECTIVES DO OCULTO, com jurisdição no reino do invisível, surge como um prolongamento necessário num espaço livre deixado pelos seus outras colegas criminalistas.
Se bem que, depreciativamente, se denominem de “caça fantasmas”, nada tem a ver com as narrações sofisticadíssimas, complicadas e aterradoras, de fantasmas vitorianos ou pós vitorianos, espectros espectaculares, ou contos góticas de inspiração Ann Radcliffe, fachada de crimes verdadeiros sob o aparentemente sobrenatural.
A nova versão daquela velha mercadoria, tem bênção doutrinal e científica dos documentos espíritas, com expressão realista e informe técnico, redigidos por investigadores de fenómenos e factos inexplicáveis absolutamente objectivos: um ruído, uma sombra, um queixume, algo que, pela sua inverosimilhança, seja capaz de despertar o interesse das actividades da Society for Psychical Research ou provocar complexa e anormal emoção no leitor.
Numa época, pois, em que o sobrenatural adquiriu direito a uma possibilidade científica, ou pelo menos para-científica, as narrativas de detectives de oculto são o resultado da contaminação de um novo vírus de carácter benigno para o policiário; os detectives da espécie são, entretanto, autênticos ocultistas, peritos em fenómenos paranormais, investigadores tenazes, autênticos pioneiros de uma nova ciência, senhores de usa nova metodologia de detecção. A mesma capacidade de intelecto e dedução, astúcia e iniciativa são comuns a Sherlock Holmes ou ao Professor Challenger — alias ambos criação de Conan Doyle — ou a Poirot e Carnacki, a única diferença é o terreno onde se aplicam aquelas capacidades. Para os detectives do oculto, naturalmente, um Além susceptível de investigação, mas um Além realista e até materialista, pois existe independente dos nossos sentidos.
A tipologia dos detectives do oculto, caçadores de fantasmas, tão só “investigadores psíquicos profissionais”, é vasta e variada.
Aponta-se, em regra, como natural precursor destas figuras o Dr. Van Helsing, personagem da novela de Stoker, Drácula, se bem que as características deste, como posteriormente Kronos Blade, Peter Vincent, o jornalista Kolchak, os qualifiquem como caçadores de vampiros, o que é bem diferente. Verdadeiramente os arquétipos são os personagens de Le Fanu, e de Conan Doyle o Professor Hesselius e o Professor Challenger. Relevam, entretanto, numa curta abordagem ao tema, John Silence, Carnacki, Harry Dickson, Jules de Grandin e outros.
O Professor Martin Hesselius, criação de Joseph Sheridan Le Fanu (1814-1873) é um dos mais claros antecedentes da figura de detective ocultista profissional. Licenciado em medicina e cirurgia, nunca praticou uma ou outra profissão, não obstante interessar-se com entusiasmo pelo estudo das mesmas, adquirindo conhecimentos e um “olho clínico” quase infalível, que o tornaram justamente admirado. Motiva-o, ao não exercício directo, certamente, a circunstância da amputação de dois dedos em resultado, de um corte insignificante de um bisturi, a partir do qual começou a ressentir-se da saúde, tornando-se num vagabundo profissional, um vagabundo que, se não rico, pelo menos sem grandes necessidades. Possuía uma estranha visão do mundo e do homem. Este, essencialmente um espírito, sendo o espírito uma substância organizada, ainda que tão distinta da material que conhecemos por matéria, como distinta é a luz natural da eléctrica. O corpo material, no sentido mais literal, é apenas uma roupagem e, em consequência, a morte não é uma interrupção da existência mas uma libertação do corpo natural, processo que começa com a que designamos de morte e se completa dias mais tarde com a “ressurreição em potência”
Vai mais longe… Em cada homem existem pelo menos dois espíritos malignos que procedem do inferno e vivendo no homem, habitam o mundo dos espíritos…
Mais médico das almas que dos corpos, profundo conhecedor da metafísica, Hesselius é o autor de “Ensaios de -Medicina Metafísica”, e é apresentado em “Green Tea”, falando-se na investigação, de cinquenta e sete casos, em que põe à prova a sua capacidade mental, sem um único fracasso.
(Continua)
M. Constantino
O assassínio bíblico de Caim, na pessoa de Abel, seu irmão, tem sido ao longo dos tempos objecto de estudos, contos e romances com centenas de páginas. O tema parece-nos atractivo de tal modo que guardamos religiosamente tudo o que encontramos sobre assunto. O presente trabalho é um deles. Quebrar as regras do registado é crime, mas esperamos o perdão do autor, Wellington Gabriel Mainero.
O conto curto Hermanos foi publicado em 1980 e aqui fica com a devida vénia.
IRMÃOS
— Deves fazê-lo!
Caim encarou o mensageiro com um olhar selvagem. O seu coração debatia-se entre o profundo e fraterno amor e os dilacerantes ciúmes que, por vezes o invadiam.
— Não! Não o farei! Recuso-me! — decidiu.
— Deves repensar… o enviado do céu modelou a voz tentando dar convicção do seu argumento — a História não pode alterar-se, repete-se a si mesma uma e outra vez. Numa outra única ocasião se escreveu o livro do teu Povo e está escrito que assim deve suceder. Pensa, sem o teu crime não há Redentor, nem esperança para os teus filhos… Reflecte, por favor!
O primogénito observava as suas mãos, grandes e calejadas de amanhar a terra, o sentido de cada dia. Aninhadas debaixo das unhas estavam todas as suas vidas anteriores.
De umas ruínas antigas, meio cobertas pelos danos do tempo, chegou-lhe a doce melodia de uma flauta e o balir de ovelhas.
— Não! — a sua voz era firme, determinante, não admitia réplica.
Olhou desafiante o mensageiro — Diz ao teu amo que não atentarei contra a vida do meu irmão, ainda que o preço seja não conhecer a sua religião de Amor. A primeira página da nossa História será distinta, porque será fraterna. E voltando as costas ao Anjo, tomou o peso da enxada inclinando-se sobre o sulco da terra.
Pela primeira vez em muito, muito tempo, sentiu-se um HOMEM LIVRE!
TEMA — LITERATURA POLICIÁRIA — DETECTIVES DO OCULTO (1)
O género policiário, que se iniciou sob a égide do raciocínio, para adquirir posteriormente um universo díspar de métodos, situações e ambientes, mantêm, não obstante, uma característica inalterável:
O MISTÉRIO.
Quer se contenha numa intrincada equação, queda e racional, quer se substitua esta pela força bruta dos punhos ou das balas, sempre releva a sombra de um mistério, por mais impreciso, e a necessidade de o explicar. É a “explicação” que sempre se procura, de Dupin a Sam Spade, de Sherlock Holmes a Philip Marlowe.
A par do comum dos detectives, oficiais, privados ou simples amadores, existe uma gama de personagens para os quais “tornar inteligível” é a palavra de ordem, movimentando-se, entretanto, na órbita do imaterial ou do invisível.
Em pleno apogeu do espiritismo, do ocultismo, das sociedades teosóficas, apresenta-se uma autêntica panóplia de argumentos ornada de mortos cujo retorno é tecnicamente possível; a consequente criação literária dos DETECTIVES DO OCULTO, com jurisdição no reino do invisível, surge como um prolongamento necessário num espaço livre deixado pelos seus outras colegas criminalistas.
Se bem que, depreciativamente, se denominem de “caça fantasmas”, nada tem a ver com as narrações sofisticadíssimas, complicadas e aterradoras, de fantasmas vitorianos ou pós vitorianos, espectros espectaculares, ou contos góticas de inspiração Ann Radcliffe, fachada de crimes verdadeiros sob o aparentemente sobrenatural.
A nova versão daquela velha mercadoria, tem bênção doutrinal e científica dos documentos espíritas, com expressão realista e informe técnico, redigidos por investigadores de fenómenos e factos inexplicáveis absolutamente objectivos: um ruído, uma sombra, um queixume, algo que, pela sua inverosimilhança, seja capaz de despertar o interesse das actividades da Society for Psychical Research ou provocar complexa e anormal emoção no leitor.
Numa época, pois, em que o sobrenatural adquiriu direito a uma possibilidade científica, ou pelo menos para-científica, as narrativas de detectives de oculto são o resultado da contaminação de um novo vírus de carácter benigno para o policiário; os detectives da espécie são, entretanto, autênticos ocultistas, peritos em fenómenos paranormais, investigadores tenazes, autênticos pioneiros de uma nova ciência, senhores de usa nova metodologia de detecção. A mesma capacidade de intelecto e dedução, astúcia e iniciativa são comuns a Sherlock Holmes ou ao Professor Challenger — alias ambos criação de Conan Doyle — ou a Poirot e Carnacki, a única diferença é o terreno onde se aplicam aquelas capacidades. Para os detectives do oculto, naturalmente, um Além susceptível de investigação, mas um Além realista e até materialista, pois existe independente dos nossos sentidos.
A tipologia dos detectives do oculto, caçadores de fantasmas, tão só “investigadores psíquicos profissionais”, é vasta e variada.
Aponta-se, em regra, como natural precursor destas figuras o Dr. Van Helsing, personagem da novela de Stoker, Drácula, se bem que as características deste, como posteriormente Kronos Blade, Peter Vincent, o jornalista Kolchak, os qualifiquem como caçadores de vampiros, o que é bem diferente. Verdadeiramente os arquétipos são os personagens de Le Fanu, e de Conan Doyle o Professor Hesselius e o Professor Challenger. Relevam, entretanto, numa curta abordagem ao tema, John Silence, Carnacki, Harry Dickson, Jules de Grandin e outros.
O Professor Martin Hesselius, criação de Joseph Sheridan Le Fanu (1814-1873) é um dos mais claros antecedentes da figura de detective ocultista profissional. Licenciado em medicina e cirurgia, nunca praticou uma ou outra profissão, não obstante interessar-se com entusiasmo pelo estudo das mesmas, adquirindo conhecimentos e um “olho clínico” quase infalível, que o tornaram justamente admirado. Motiva-o, ao não exercício directo, certamente, a circunstância da amputação de dois dedos em resultado, de um corte insignificante de um bisturi, a partir do qual começou a ressentir-se da saúde, tornando-se num vagabundo profissional, um vagabundo que, se não rico, pelo menos sem grandes necessidades. Possuía uma estranha visão do mundo e do homem. Este, essencialmente um espírito, sendo o espírito uma substância organizada, ainda que tão distinta da material que conhecemos por matéria, como distinta é a luz natural da eléctrica. O corpo material, no sentido mais literal, é apenas uma roupagem e, em consequência, a morte não é uma interrupção da existência mas uma libertação do corpo natural, processo que começa com a que designamos de morte e se completa dias mais tarde com a “ressurreição em potência”
Vai mais longe… Em cada homem existem pelo menos dois espíritos malignos que procedem do inferno e vivendo no homem, habitam o mundo dos espíritos…
Mais médico das almas que dos corpos, profundo conhecedor da metafísica, Hesselius é o autor de “Ensaios de -Medicina Metafísica”, e é apresentado em “Green Tea”, falando-se na investigação, de cinquenta e sete casos, em que põe à prova a sua capacidade mental, sem um único fracasso.
(Continua)
M. Constantino
Sem comentários:
Enviar um comentário