Inicia-se o último dia do presente ano, o mês mais solidário de todos os meses, ainda que todos eles o devam ser.
Abrimos a folha com a imperativa crónica: ABRIR O CORAÇÃO.
Do estudo do homem como ser humano, é a filosofia a ciência que mais têm preocupado o próprio homem. Nele se incluem todo o vasto campo do nascimento, existência e morte, da prática cultural à realização pessoal.
Nascer, sobreviver, têm naturalmente, significado. O homem foi criado para viver, mas nenhum ser humano se conforma ter apenas a importância de viver, quer mais. E, na verdade, tem oportunidade de levar uma vida feliz e dinâmica, porém, em regra, é cego para a felicidade que está perto, esgota-se antes, ambiciosamente, num frenesim incontido, torturado por ansiedades e dúvidas, em subir a escarpa do triunfo onde enganosamente procura encontrar a ventura que, afinal, deixou para trás.
Temos receio em afirmar que falamos com experiência feita; receio temos em negar a evidência consumada. O êxito tornou-nos mais sábios, não mais felizes.
O homem actual tem todas as possibilidades de ser mais feliz que os seus semelhantes das gerações passadas. Hoje, como nunca, o homem tem ao seu dispor facilidades para obter o que de melhor a vida tem para oferecer, inclusive uma gama enorme de conhecimentos sobre quase todos os assuntos concebíveis, recolhidos, classificados e ordenados…
… curiosamente o gigante tecnológico em que se transformou, fê-lo pigmeu nos anseios mais essenciais e importantes — a faculdade de se conhecer a si próprio e agir com esse conhecimento.
Todos enxergamos muito mais sobre o mundo material que nos rodeia, que do mundo natural dentro de nós.
O mundo material dá-nos vida; o mundo íntimo faz-nos viver.
Ao mundo primeiro pergunta-se: o que poderei tirar da vida?
— O que fizeres do uso apropriado das tuas faculdades e possibilidades.
Ao mundo segundo, indaga-se: como poderei obter a alegria de viver?
— No amor.
Há mais de 2000 anos Jesus trouxe consigo o Amor para unir as pessoas entre si.
O nosso mundo interior preenche-se na alegria de amor: amar os outros, agir com entusiasmo ao serviço do bem.
O mundo natural dentro de nós assegura-nos uma dupla necessidade de amar e ser amado, de aceitar e de dar, de contar para o outro e de contar com o outro.
Num mundo desorganizado e egoísta, o amor perde a sua força…
… a força que, afinal, está na faculdade de cada um se conhecer, dar-se a conhecer e abrir o coração!
M. Constantino
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