15 de agosto de 2012

CALEIDOSCÓPIO 228

Efemérides 15 de Agosto
Clayton Rawson (1906 – 1971)
Clayton S. Rawson nasce em Elyria, Ohio, EUA. É escritor e editor de várias publicações ligadas à narrativa policiária: Unicorn Mystery Book Club, True Detective, Master Detective, Ellery Queen's Mystery Magazine. É mágico e ilusionista amador, membro da Society of American Magician, e os conhecimentos que detém nesta estão bem patentes nos seus livros. Publica 6 romances de mistério/detective: Death From A Top Hat (1938), The Footprints On The Ceiling (1939), The Headless Lady (1940), No Coffin For The Corpse (1942) e sob o pseudónimo Stuart Towne — Death Out Of Thin Air (1941) e Death From Nowhere (1943). Em Portugal está editado:
1 – A Mulher Degolada (195?), Editorial Século. Título Original: The Headless Lady (1940)



Stieg Larsson (1954 – 2004)
Karl Stig-Erland Larsson nasce em Skelleftehamn, Suécia. Jornalista, editor chefe da revista anti-racista Expo é também o autor da conhecidíssima trilogia Millenium, um sucesso editorial em todo o mundo. A morte repentina e prematura do escritor, pouco depois de entregar os 3 livros à sua editora, impediu-o de assistir ao êxito sa sua obra. Em Portugal a trologia está editada com os seguintes títulos: Os Homens que Odeiam as Mulheres, A Rapariga que Sonhava com uma Lata de Gasolina e um Fósforo e A Rainha no Palácio das Correntes de Ar. (clicar para mais informação)



TEMA — RAWSON É O CRIME IMPOSSÍVEL EM QUARTO FECHADO
Por M. Constantino
Com a excepção de Clayton Rawson, escritor policiário criador do mágico – detective, o grande Merlini, prestigiador por distracção, nenhum outro escritor conseguiu alguma vez, ombrear com o prestigioso e prolífero John Dickson Carr (Carter Dickson), em matéria de produção de narrativas de crimes impossíveis em quarto fechado. Rawson, apesar de ter escrito apenas seis romances e pouco mais que o mesmo número de novelas ou contos, nunca se serviu da sua arte de escamoteador, antes usava uma mistura de simplicidade e subtileza.
Um dos problemas, que se põem aos escritores da modalidade, visto existirem poucas situações de impossibilidade aproveitáveis, é o facto de aparecerem duas ou três histórias, de diferentes autores, utilizando a mesma chave ou enredo, que sejam por vezes discutidas entre os autores, como no caso de Carr e Rawson. Um dia John Dickson Carr escreveu que a “situação impossível perfeita seria aquela que pudesse ser explicada em quatro ou cinco linhas”. De imediato Clayton Rawson respondeu que tinha um enredo em conformidade, acrescentando que se tratava de um crime num quarto selado por dentro com tiras de esparadrapo e que a explicação seria tão simples que se poderia escrever na cabeça de um alfinete, Carr espevitado não tardou a responder que ia escrever sobre o assunto. Agora era Rawson que temia que o adversário tivesse encontrado a sua solução e só suspirou de alívio quando a história de Carr apareceu, bem elaborada, mas longe do enredo que imaginara. Rawson não tardou a escrever sobre a sua “situação impossível”, tendo batido Carr na sua especialidade, pois este usara maquinaria para atingir os seus fins, quando Rawson procedera apenas com hábil imaginação.
O episódio não é único. Sucedeu mais do que uma vez entre os dois esplêndidos escritores.

Clayton Rawson
TEMA — MIL FORMAS DE ACABAR O MUNDO
Continuação de CALEIDOSCÓPIO 225 (clicar)
Não acabam aqui os cataclismos prometidos.
As estrelas são mortais. Sempre a libertarem a luz da sua superfície, luz que é energia e se perde, quando todo o combustível for consumido prevê-se que a estrela morra. Mas na medida que vai morrendo torna-se mais densa e aproxima-se mais do seu centro: é o início de um buraco ou abismo negro, o último papão para o fim do mundo terreno.
A opinião dos cientistas, entretanto, é de que existem ainda que longe do sistema solar, mas a aproximarem-se implacavelmente.
Um buraco ou abismo negro é algo do assustador, de assombroso jamais imaginado. Um lugar em que a gravidade é tão forte que nada, nem a própria luz, pode escapar; uma área com devida a consumpção e subsequente impulsão e colapso de estrelas moribundas ao arderem e que atingem um estado de densidade incrível, que atrai e “engole” toda a matéria que penetra na sua zona gravitacional. Gases e matéria que se libertam de outras estrelas no espaço, são prontamente atraídas e desaparecem na escuridão abismal dos buracos negros.
Poder-se-ia perguntar o que aconteceria ao planeta atraído por uma destas armadilhas invisíveis, se o próprio Universo pode ser “engolido” para uma nova fase no interior ou do outro lado do abismo negro.
Quem cresce e morre, tem necessariamente de nascer… até as estrelas! Não está posta de parte a probabilidade de brilhar um dia no céu ou no lugar onde até então nada fora observado, a luz de uma nova estrela.
Seis vezes, pelo menos, ao longo dos últimos 2000 anos foram registadas estrelas mais brilhantes que as normalmente conhecidas a ponto de poderem ser observadas em pleno dia: são as designadas “super novas” pelos astrólogos.
É difícil estudar em detalhe este tipo de estrelas, não só pela raridade, mas porque assinaladas em galáxias a milhões de anos-luz de distância.
Há anotações sobre a observada em 1954 na constelação Taurus e sobre a Tycho (1572) que, no auge do seu brilho se apresentaram cinco a dez vezes mais brilhantes do que o planeta Vénus. A mais recente é de 1920, mas a mais brilhante, considerada um espécime excepcional, foi a aparecida em 1885 que, no máximo da sua intensidade seria de dez milhões de vezes mais brilhante que o nosso Sol.
Há quem sonhe com explosões dessas estrelas.
Há motivo para as aguardar ?
Os astrólogos respondem afirmativamente. O grau de violência de uma dessas explosões excede a nossa compreensão, a energia libertada é tão elevada que os números perdem a sua significação.
Uma super nova situada na nebulosa do Caranguejo, situada a 4500 anos-luz da Terra, explodiu mais ou menos na época em que os Egípcios antigos construíam as suas pirâmides. Os raios luminosos do fenómeno atingiram a Terra em meados da Idade Média: a distância foi bastante para não produzir qualquer efeito especial.
Suponhamos, suponhamos apenas que uma super nova explodiria a “apenas” algumas dezenas de anos-luz da Terra ou do Sol. Será possível calcular os efeitos de uma explosão simultânea de algo como dez milhões de milhares de milhões das actuais bombas termonucleares mais potentes?

Sem fugir ao programa “estrelas”, de referenciar um outro tipo provável de catástrofe final, assinalada pelos cientistas.
Têm sido estudados com acuidade os imensos desastres que causaram pura e simplesmente a eliminação de espécies inteiras, exemplificadas pelo desaparecimento dos dinossauros que bem poderia ter sido o ser humano.
Vem declarado solene e convincente pelos paleontologistas famosos, que o agente dessa destruição que regularmente visita o nosso planeta seria uma estrela baptizada “estrela assassina”. O Sol manteria um sistema bastante frequente no Universo, de “estrela dupla” com uma companheira gémea, ainda nossa desconhecida, distante de nós qualquer coisa como vinte e dois biliões de quilómetros. De cada vez que toca os confins do nosso sistema planetário, em cada vinte e seis ou trinta milhões de anos envia à Terra uma verdadeira chuva de cometas, transformando-a em alvo dos seus tiros, impactos violentos e devastadores que podem atingir o ponto de rotura total.
Há trinta e sete milhões de anos uma, outra a catorze milhões, ciclicamente, o fenómeno atinge a Terra faltando desta vez magros milhões de anos para nova visita da assassina… e que pode ser a última, para a Terra!
Os especialistas em sondagens e previsões, profetas, sábios e cientistas das mais variadas classes dificilmente chegam a acordo quanto ao fim.
Explodirá o Sol? Será, a Terra arrasada por bombas gigantescas? Será um cometa que trará o fim? Será pela acção do homem que se afadiga em criar loucas armas, vírus, que pode fulminar o mundo e a raça humana ou por um cataclismo natural?
O desentendimento daqueles técnicos, profetas e pensadores a imagem que projectam é que não sabem realmente quando e como, deveria tranquilizar-nos. Não tranquiliza. O homem é por índole fatalista, Consciente embora da sua inconsciência, ainda que já não acredite profecias e profetas, diligencia em dar-lhes motivos que justificam os seus vaticínios de um fim próximo. Empenha-se por um lado em atacar-se a si próprio em guerras e autodestruições de todos os géneros, por outro, prepara o infalível suicídio.
Não lhe basta o fantasma dos quatro cavaleiros do Apocalipse, criou novos e potentes agentes de destruição: poluição, droga, abate de florestas, superprodução… para quê continuar?

Aristóteles no Século IV a.C punha a grande proposição:
O homem é Deus ou animal?
Talvez a definição esteja enfim correcta
O HOMEM UMA BESTA QUE SE JULGA DEUS !

Quatro Cavaleiros do Apocalipse de Albrecht Dürer

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