Efemérides 9 de Setembro
Beverley Nichols (1898 - 1983)
John Beverley Nichols nasce em Bower Ashton, Bristol, Inglaterra. Jornalista, editor, compositor, escritor e dramaturgo publica, entre 1920 e 1982, mais de 60 livros sobre temas tão diferentes como jardinagem e religião ou gatos e parapsicologia. Escreve também uma colectânea de contos de mistério / detective e 5 romances policiários com o personagem Horatio Green: No Man's Street (1954) The Moonflower Murder (1955) Death To Slow Music (1956) The Rich Die Hard (1957) e Murder By Request (1960).
Richard S. Prather (1921 – 2007)
Richard Scott Prather nasce em Santa Ana, Califórnia, EUA. Escreve 40 romances policiários na série Shell Scott (ver TEMA) e 3 colectâneas de short stories. O autor, que também utiliza os pseudónimos David Knight e Douglas Ring vende mais de 40 milhões de cópias dos seus livros. Em 1986 recebe o prémio Live Achievement, que distingue a carreira literária e em 2007 recebe um Shamus Award pela criação Shell Scott., ambos atribuídos por Private Eye Writers of America. Em Portugal estão editados:
1 - É Proibido Matar (1965), Nº9 Colecção Policial de Bolso, Publicação Luís Campos. Título Original: Kill Him Twice (1965), reeditado em 1969 pela Editora Palirex com o título Quem Morre - Morre. É o 30º livro da série Shell Scott.
2 – Shell Scott Igual A Cinco (1966), Nº13 Colecção Policial de Bolso, Publicação Luís Campos. Título Original: Shell Scott ‘s Seven Slaughters (1961). É o 23º livro da série Shell Scott.
3 – Os Mortos Não Andam (1966), Nº19 Colecção Policial de Bolso, Publicação Luís Campos. Título Original: (?)
4 –Shell Scott Entra Na Luta (1967), Nº23 Colecção Policial de Bolso, Publicação Luís Campos. Título Original: (?)
5 – Funeral Para Shell Scott (1967) Nº26 Colecção Policial de Bolso, Publicação Luís Campos. Título Original: The Kubla Khan Caper (1966). É o 32º livro da série Shell Scott.
6 – O Ajuste De Contas (1968), Nº13 Colecção Shell Scott Antologias Policiais, Editora Íbis. Título Original: (?)
7 – Shell Scott Diverte-se (1968) Nº25 Colecção Clube do Crime, Editora Palirex. Título Original: (?)
8 – O Esquife Troiano (1969), Nº25 Colecção Clube do Crime, Editora Palirex. Título Original: The Trojan Hearse (1964) É o 28º livro da série Shell Scott.
9 – Hora De Violência (1969). Colecção Clube do Crime, Editora Palirex. Título Original: Gat Heat (1964). É o 33º livro da série Shell Scott.
10 – A Morte Também Usa Saias (1970). Colecção Clube do Crime, Editora Palirex. Título Original: (?)
11 – Corpos Em Bedlam (1970), Colecção Clube do Crime, Editora Palirex. Título Original: Bodies In Bedlam (1951). É o 2º livro da série Shell Scott.
12 – Demasiado Vigarista (1971), Nº53 Colecção Clube do Crime, Editora Palirex. Título Original: Too Many Crooks (1953). É o 12º livro da série Shell Scott também editado com o título Ride A High Horse.
13 – Mata-me Amanhã (1971), Colecção Clube do Crime, Editora Palirex. Título Original: Kill Me Tomorrow (1969). É o 35º livro da série Shell Scott.
Liza Marklund (1962)
Eva Elisabeth Marklund nasce em Pålmark Piteå, Norrbotten, Suécia. Editora, jornalista e uma das escritoras suecas de crime mais conhecidas em todo o mundo. Os seus livros estão traduzidos em mais de 30 línguas. A protagonista dos seus livros é a jornalista Annika Bengtzon uma série com 9 títulos; a série Maria Eriksson a tem 2 títulos publicados. Duas obras da autora, Sprängaren (1998) e Paradiset (2000) estão adaptadas ao cinema. Em Portugal estão editados:
1 – A Bomba (2002), Círculo de Leitores. Título Original: Sprängaren (1998). É o 1º livro da série Annika Bengtzon.
2 – Homicídio No Parque (2005), Nº79 Colecção Fio da Navalha, Editora Presença (clicar) Título Original: Studio Sex (1998). É o 2º livro da série Annika Bengtzon.
TEMA — ESTUDOS DE LITERATURA POLICIÁRIA — O PERSONAGEM DE RICHARD PRATHER: SHELL SCOTT
De M. Constantino
Scott integra a escola dos “duros”, tipo Mike Shayne, e adquiriu singular popularidade logo a partir do seu aparecimento Case of the Vanishing Beauty em (1950). Tem escritório de investigações privadas em Hamilton Building, no centro de Los Angeles, onde instalou um aquário que contem toda a classe de peixes exóticos de várias cores. É um homem grande, 1.85 m de altura, pesa 90 kg, tem cabelo louro, quase branco, cortado muito curto que dir-se-ia uma seara de trigo recém cegada, um rosto género Cary Grant, de mandíbula expressiva, sobrancelhas quase brancas, bastante cerradas em acento circunflexo, o nariz ostenta a glória de ter enfrentado o inimigo em Okinawa, bem como a orelha esquerda, atravessada por uma bala de calibre 38. Tem 30 anos. É um detective violento — não tanto como Mike Hammer — dissimulado pelo seu carácter repleto de humor e sarcasmo, É de facto um cínico activo, descarado mas simpático. A sua clientela detectivesca abrange o inferno urbano californiano sem se preocupar demasiado com o panorama social que o rodeia, aproveitando-se até dele.
É um homem tocado pela sorte, vive com optimismo, não desdenha o álcool, pelo contrário. Tem é um atractivo para o sexo feminino: ao narrar as suas aventuras transforma-as em picantes anedotas.
Não dispensa a sua grande amizade e inter colaboração com o capitão Phil Samson da Polícia de Investigação criminal de Los Angeles.
TEMA — MAIS ESTRANHO DO QUE A FICÇÃO — O FANTASMA SOLUÇANTE
Numa tarde de Outono de 1950 a Senhora Lily Harkness, uma vidente e médium londrina de meia-idade, chegou de carro ao pátio de um solar de Sussex do século XVI, sendo acolhida calorosamente pelo seu proprietário.
Foi o prelúdio de uma das mais espantosas sessões da história das investigações psíquicas, uma tentativa para esconjurar um fantasma que durante várias gerações, assustara os moradores daquela bela e antiga moradia… o fantasma da rapariga soluçante.
As aparições centravam-se num aposento de pequenas dimensões do segundo andar, com vistas para o parque, através duma janela que ocupava a maior parte duma das paredes.
Era um quarto alegre e confortável, mas raras vezes alguém teve a coragem para lá passar mais de uma noite.
Invariavelmente o ocupante acordava ao som dum pranto incontrolável, ou então com a sensação de uma sinistra depressão, que a Senhora Harkness experimentou imediatamente ao ser conduzida ao aposento depois da sua chegada.
— Dá-me a impressão de alguém se ter suicidado neste aposento — declarou. Após uma ligeira hesitação prosseguiu — Não, esperem: não foi suicídio, foi assassínio!
A sessão ocorreu no quarto assombrado pouco depois da meia-noite. Quatro testemunhas tomaram lugar numa mesa redonda juntamente com a Senhora Harkness. Uma única vela iluminava a cena. A Senhora Harkness manteve os olhos fechados enquanto tentava estabelecer contacto com o mundo dos espíritos.
Subitamente uma série de espasmos agitaram-lhe o corpo com tal violência que os assistentes recearam que caísse da cadeira.
A Senhora Harkness começou a falar, a perguntar quem se encontrava ali, quem procurava estabelecer contacto. De repente a sua voz modificara-se totalmente — transformara-se na voz de uma adolescente.
Uma das testemunhas recordou depois que a voz não provinha da Senhora Harkness, mas dum recanto escuro do aposento.
— Os seus lábios moviam-se, mas o som vinha dum lugar qualquer muito diferente — disse-me. — Todos perscrutámos a escuridão, tentando perceber de onde provinha a voz.
— A ironia da situação era que havia um fantasma que se -uuIru us a o por nossa causa do que nós por causa dele, embora na altura não o soubéssemos.
— Eles perseguem-me — disse a voz aterrorizada. — Não os deixem levar-me à força. Não os deixem levar-me de novo para o frio.
Depois, no seu tom normal de voz, a Senhora Harkness perguntou:
— Quem és tu? Que receias?
— Sou a Mary — murmurou a voz, deixando transparecer o seu terror. — Não deixem que eles me levem de novo para aquele lugar sombrio. Tenho frio… tanto frio…
— Ninguém te vai levar para lado nenhum, — retorquiu a Senhora Harkness. — Estamos aqui para te ajudar.
— Ninguém me pode ajudar. Pequei — foi a resposta.
A voz perdera um pouco da sua histeria e mostrava-se mais calma e resignada. Um dos presentes retomou o interrogatório.
— Que mal fizeste Mary?
— Tive um filho. Todos foram cruéis para comigo. O pai morreu e fiquei sozinha, sem saber que fazer. O bebé estava sempre a chorar. Estava doente. Eu não sabia o que havia de fazer e…
— Conta-me o que fizeste. Não tenhas receio.
— Matei o meu bebé. Oh! Deus me ajude…
De repente, segundo relataram os presentes um brilho intenso encheu o aposento e a figura de uma jovem materializou-se à janela. Sorridente, segurava um bebé nos braços.
Uma estranha calma desceu sobre o aposento e a figura esfumou-se lentamente. A Senhora Harkness, que aparentava encontrar-se em transe, começou a agitar-se. As cores voltaram a cobrir as faces empalidecidas.
Ela tinha a certeza. Fora assassínio. Mas agora, de certa maneira, a alma atormentada fora libertada. A sensação de depressão desapareceu do aposento e, a partir dessa data, ninguém mais se importou de lá passar a noite.
A rapariga foi libertada, como os espiritualistas acreditavam, e autorizada a abandonar o limbo a que fora confinada? Ninguém o pode afirmar.
A última certeza é que, a partir daquela data, o triste fantasma da Mary nunca mais foi visto naquela velha casa do Sussex.
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