EFEMÉRIDES – Dia 31 de Março
Lionel Davidson (1922 - 2009)
Lionel Davidson nasce em Hull, Yorkshire, Inglaterra. Jornalista, repórter, editor e escritor conceituado. Publica o primeiro livro The Night of Wenceslas em 1960 e com ele ganha o Gold Dagger, o prestigiado prémio da britânica Crime Writers Association para o melhor romance de espionagem. No total o autor escreve 6 livros policiários, a maioria com elemento forte, uma descrição precisa dos locais onde decorre a acção — Praga, Alemanha Oriental, Tibete, Israel — consequência da profissão de repórter internacional do autor. Volta a ganhar o Gold Dagger em 1966 com A Long Way to Shiloh e em1978 com The Chelsea Murders. Escreve também 4 livros de aventura/suspense para jovens com o pseudónimo David Line.
Lionel Davidson (1922 - 2009)
Lionel Davidson nasce em Hull, Yorkshire, Inglaterra. Jornalista, repórter, editor e escritor conceituado. Publica o primeiro livro The Night of Wenceslas em 1960 e com ele ganha o Gold Dagger, o prestigiado prémio da britânica Crime Writers Association para o melhor romance de espionagem. No total o autor escreve 6 livros policiários, a maioria com elemento forte, uma descrição precisa dos locais onde decorre a acção — Praga, Alemanha Oriental, Tibete, Israel — consequência da profissão de repórter internacional do autor. Volta a ganhar o Gold Dagger em 1966 com A Long Way to Shiloh e em1978 com The Chelsea Murders. Escreve também 4 livros de aventura/suspense para jovens com o pseudónimo David Line.
TEMA — PROBLEMÍSTICA POLICIÁRIA — A QUESTÃO DO “COMO?”
A clássica apresentação de problemas, por mais engenhosas que sejam na forma, termina, com pouca mutabilidade, pelo clássico desafio: Quem? Porquê?
No quem pretende-se um elemento identificador, em geral do suspeito ou criminoso; no porquê, a justificação da afirmativa ou negativa proposta para o quem. A narração, em sequência, havia já informado como foi cometido o crime ou, noutros casos, descrito a sua execução.
Não é diferente, no seu conjunto, do sistema tradicional na novela ou romance de tema policiário.
Um outro elemento pode, em determinadas condições, entrar em causa: o como?
Conhecemos o quem, o porquê, ignoramos o como.
Para esta hipótese, o puzzle (enigma) contém crime, criminoso, ou só um deles, motivo, oportunidade, etc. Carece de uma única peça: como foi praticado. Como encaixar essa peça no conjunto geral? Como pode a vítima apresentar um buraco de bala se não existe, nem poderia existir, arma? Como passar, invisível, na presença de atentos observadores?
Os exemplos da necessidade de encontrar o como? são múltiplas, mesmo na vida real não faltam situações que podem pôr à prova os mais apetrechados detectives.
São imensos os casos da vida real que nos podem pôr a questão do como?.
Não resistimos, antes de transportarmos a acção para a problemística, em citar um dos grandes mistérios do como?
Certo dia, o professor de uma universidade de Calcutá, descobriu escandalizado que alguém, constante e sistematicamente, fornecia aos alunos, com antecipação, as perguntas dos exames (caso não inédito em Portugal).Uma cuidadosa investigação não conseguiu desmascarar o culpado.
Providências sem conta foram tomadas para impedir a repetição deste facto, mas nenhuma delas obteve sucesso. Finalmente um prelo manual foi instalado numa sala cuidadosamente vigiada e a impressão dos questionários das provas foi confiada a um único impressor, de carácter e reputação inatacáveis.
O impressor era auxiliado por uni jovem nativo, vestido apenas com uma tanga e um turbante, que era despido e revistado quando deixava o recinto.
Apesar de todas essas precauções, os questionários continuavam a ser divulgados com toda a regularidade.
Por um processo de eliminação chegou-se a conclusão de que o ladrão só poderia ser o ajudante, e uma constante vigilância foi organizada em torno dele.
A questão era como?
Como conseguiria o ajudante; apesar de despido e revistado, sair do compartimento fechado e extremamente guardado com o questionário subtraído?
Como? No entanto, fazia-o facilmente.
Pensou? Descobriu?
Vejamos:
Depois da composição do exame o ajudante, aproveitando-se de uma momentânea ausência do impressor, tirava a tanga e sentava-se sobre a página de tipos de metal. A impressão assim obtida não era visível na sua pele escura e, mais tarde, quando chegava a casa, bastava sentar-se sobre uma folha de papel branco para ter as questões reproduzidas numa cópia quase perfeita.
Copiava essa cópia, lida por meio de um espelho por estar invertida, que a seguir policopiava e vendia entre os alunos...
TEMA — ENIGMA PRÁTICO — O TESOURO ESCONDIDO
De Austin Ripley (EUA)
Trabalhando secretamente num caso de audacioso roubo de jóias e dinheiro, Fordney, disfarçado de escritor excêntrico, alugou um chalé na pequena aldeia de Mumset, até onde o levava uma pista que aí desaparecia.
No bar Phoenix o criminalista meteu conversa com um homenzarrão de nome Abner Wren, cujas fanfarronadas o intrigavam. Fingindo-se embriagado, pagou várias bebidas a Wren, e veio a saber que este era fazendeiro numa região próxima. Seguiu-se um momento de emoção. Piscando os olhos, o camponês, já inteiramente tonto, falou num mapa secreto, que trazia no bolso, num esperto parente da cidade e num tesouro enterrado. Disse que precisava apressar-se a pôr mãos à obra. Habilmente, Fordney revistou-lhe os bolsos, tirou o mapa, anotou os seus pormenores essenciais e tornou a colocá-lo no lugar.
Não havia dúvida de que indicava o esconderijo do produto do roubo que ele andava a investigar. Mas, que fazer? O mapa mostrava o tesouro enterrado entre duas grandes pedras, distantes dez pés uma da outra, situadas num campo a cinco milhas da aldeia. Não havia tempo para pedir auxílio. Ele não possuía instrumentos a não ser uma faca. Além disso, era seu intuito prender o cérebro da quadrilha: Reggie Arden, Afinal, resolveu o problema! Mas precisava chegar ao local antes de Wren.
Três horas mais tarde, no chalé de Fordney:
Xerife Wedgeon — Quer dizer, Fordney, que viu Wren cavar quinze pés no local indicado no mapa, depois em volta do buraco, mas que ele não encontrou nada? Você não cavou em lugar algum e, no entanto, sabe que o tesouro ainda está no mesmo sítio…
Wedgeon estava furibundo.
Fordney — Exactamente. O dinheiro e as jóias estão no lugar onde foram enterrados originariamente. Venha, xerife. Vamos buscá-los, e é bem possível que deitemos a mão a Ardell no local, tão boquiaberto como o senhor…
Pergunta-se: Qual o ardil que Fordney empregou para vencer Wren e Ardell? Qual a solução? Puxe pela cabeça, o caso poderia dar-se consigo e com algo que tivesse escondido e encontrar-se na situação de Fordney. Que teria feito? Como resolveria?
A resolução depende do seu próprio engenho
A clássica apresentação de problemas, por mais engenhosas que sejam na forma, termina, com pouca mutabilidade, pelo clássico desafio: Quem? Porquê?
No quem pretende-se um elemento identificador, em geral do suspeito ou criminoso; no porquê, a justificação da afirmativa ou negativa proposta para o quem. A narração, em sequência, havia já informado como foi cometido o crime ou, noutros casos, descrito a sua execução.
Não é diferente, no seu conjunto, do sistema tradicional na novela ou romance de tema policiário.
Um outro elemento pode, em determinadas condições, entrar em causa: o como?
Conhecemos o quem, o porquê, ignoramos o como.
Para esta hipótese, o puzzle (enigma) contém crime, criminoso, ou só um deles, motivo, oportunidade, etc. Carece de uma única peça: como foi praticado. Como encaixar essa peça no conjunto geral? Como pode a vítima apresentar um buraco de bala se não existe, nem poderia existir, arma? Como passar, invisível, na presença de atentos observadores?
Os exemplos da necessidade de encontrar o como? são múltiplas, mesmo na vida real não faltam situações que podem pôr à prova os mais apetrechados detectives.
São imensos os casos da vida real que nos podem pôr a questão do como?.
Não resistimos, antes de transportarmos a acção para a problemística, em citar um dos grandes mistérios do como?
Certo dia, o professor de uma universidade de Calcutá, descobriu escandalizado que alguém, constante e sistematicamente, fornecia aos alunos, com antecipação, as perguntas dos exames (caso não inédito em Portugal).Uma cuidadosa investigação não conseguiu desmascarar o culpado.
Providências sem conta foram tomadas para impedir a repetição deste facto, mas nenhuma delas obteve sucesso. Finalmente um prelo manual foi instalado numa sala cuidadosamente vigiada e a impressão dos questionários das provas foi confiada a um único impressor, de carácter e reputação inatacáveis.
O impressor era auxiliado por uni jovem nativo, vestido apenas com uma tanga e um turbante, que era despido e revistado quando deixava o recinto.
Apesar de todas essas precauções, os questionários continuavam a ser divulgados com toda a regularidade.
Por um processo de eliminação chegou-se a conclusão de que o ladrão só poderia ser o ajudante, e uma constante vigilância foi organizada em torno dele.
A questão era como?
Como conseguiria o ajudante; apesar de despido e revistado, sair do compartimento fechado e extremamente guardado com o questionário subtraído?
Como? No entanto, fazia-o facilmente.
Pensou? Descobriu?
Vejamos:
Depois da composição do exame o ajudante, aproveitando-se de uma momentânea ausência do impressor, tirava a tanga e sentava-se sobre a página de tipos de metal. A impressão assim obtida não era visível na sua pele escura e, mais tarde, quando chegava a casa, bastava sentar-se sobre uma folha de papel branco para ter as questões reproduzidas numa cópia quase perfeita.
Copiava essa cópia, lida por meio de um espelho por estar invertida, que a seguir policopiava e vendia entre os alunos...
TEMA — ENIGMA PRÁTICO — O TESOURO ESCONDIDO
De Austin Ripley (EUA)
Trabalhando secretamente num caso de audacioso roubo de jóias e dinheiro, Fordney, disfarçado de escritor excêntrico, alugou um chalé na pequena aldeia de Mumset, até onde o levava uma pista que aí desaparecia.
No bar Phoenix o criminalista meteu conversa com um homenzarrão de nome Abner Wren, cujas fanfarronadas o intrigavam. Fingindo-se embriagado, pagou várias bebidas a Wren, e veio a saber que este era fazendeiro numa região próxima. Seguiu-se um momento de emoção. Piscando os olhos, o camponês, já inteiramente tonto, falou num mapa secreto, que trazia no bolso, num esperto parente da cidade e num tesouro enterrado. Disse que precisava apressar-se a pôr mãos à obra. Habilmente, Fordney revistou-lhe os bolsos, tirou o mapa, anotou os seus pormenores essenciais e tornou a colocá-lo no lugar.
Não havia dúvida de que indicava o esconderijo do produto do roubo que ele andava a investigar. Mas, que fazer? O mapa mostrava o tesouro enterrado entre duas grandes pedras, distantes dez pés uma da outra, situadas num campo a cinco milhas da aldeia. Não havia tempo para pedir auxílio. Ele não possuía instrumentos a não ser uma faca. Além disso, era seu intuito prender o cérebro da quadrilha: Reggie Arden, Afinal, resolveu o problema! Mas precisava chegar ao local antes de Wren.
Três horas mais tarde, no chalé de Fordney:
Xerife Wedgeon — Quer dizer, Fordney, que viu Wren cavar quinze pés no local indicado no mapa, depois em volta do buraco, mas que ele não encontrou nada? Você não cavou em lugar algum e, no entanto, sabe que o tesouro ainda está no mesmo sítio…
Wedgeon estava furibundo.
Fordney — Exactamente. O dinheiro e as jóias estão no lugar onde foram enterrados originariamente. Venha, xerife. Vamos buscá-los, e é bem possível que deitemos a mão a Ardell no local, tão boquiaberto como o senhor…
Pergunta-se: Qual o ardil que Fordney empregou para vencer Wren e Ardell? Qual a solução? Puxe pela cabeça, o caso poderia dar-se consigo e com algo que tivesse escondido e encontrar-se na situação de Fordney. Que teria feito? Como resolveria?
A resolução depende do seu próprio engenho
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