EFEMÉRIDES – Dia 22 de Março
Dutra Faria (1919 – 1978)
Francisco de Paula Dutra Faria nasce em Angra do Heroísmo, Açores. Figura fortemente ligada ao Estado Novo. Com o pseudónimo Patrick Al-Cane publica em folhetins no Diário da Manhã O Mistério da Serra Interdita, que é posteriormente editado pela Tipografia Olegário Fernandes em 1945, é Nº 1 da Colecção Biblioteca da Aventura e do Mistério.
Dutra Faria (1919 – 1978)
Francisco de Paula Dutra Faria nasce em Angra do Heroísmo, Açores. Figura fortemente ligada ao Estado Novo. Com o pseudónimo Patrick Al-Cane publica em folhetins no Diário da Manhã O Mistério da Serra Interdita, que é posteriormente editado pela Tipografia Olegário Fernandes em 1945, é Nº 1 da Colecção Biblioteca da Aventura e do Mistério.
Ella Griffiths (1926 – 1990)
Nasce em Oslo, Noruega. Usa diferentes pseudónimos: Ella Griffiths Ormhaug, Ella Griffiths Hytten, Ella Ormhaug e Ella Hytten. Escreve livros para crianças, jovens, contos, ficção científica e romances desde 1957. Inicia-se na narrativa policiária com Hun Møtte en Fremmed, (Ela conheceu um estranho, em tradução literal) e até 1988 publica um total de 16 livros nesta temática. Está traduzida em várias línguas. O seu livro Hilsen Lucifer (1970) recebeu vários prémios. As suas obras mais conhecidas são as que têm como personagens principais os detectives e irmãos Rudolf e Karten Nielsen: Murder On Page Three (1984), The Water Widow (1986) e ainda Dead Men Don't Steal, um livro de short stories, algumas incluídas na conhecida série britânica Contos do Imprevisto.
Nasce em Oslo, Noruega. Usa diferentes pseudónimos: Ella Griffiths Ormhaug, Ella Griffiths Hytten, Ella Ormhaug e Ella Hytten. Escreve livros para crianças, jovens, contos, ficção científica e romances desde 1957. Inicia-se na narrativa policiária com Hun Møtte en Fremmed, (Ela conheceu um estranho, em tradução literal) e até 1988 publica um total de 16 livros nesta temática. Está traduzida em várias línguas. O seu livro Hilsen Lucifer (1970) recebeu vários prémios. As suas obras mais conhecidas são as que têm como personagens principais os detectives e irmãos Rudolf e Karten Nielsen: Murder On Page Three (1984), The Water Widow (1986) e ainda Dead Men Don't Steal, um livro de short stories, algumas incluídas na conhecida série britânica Contos do Imprevisto.
James Patterson (1947)
Nasce em Newburgh, New York, EUA. É um dos escritores mais conhecidos e com mais vendas de sempre, o autor de alguns dos bestsellers da última década. Estima-se que se tenham vendido 220 milhões de cópias dos seus livros em todo o mundo. O autor tem uma vastíssima obra literária, com livros para crianças e jovens, ensaios e ficção, mas o destaque vai para o thiller. O primeiro livro escrito por Patterson é The Thomas Berryman Number (1976), vencedor do Edgar Award para Best Fist Novel em 1977. Cria a série Alex Cross, o detective/psicólogo que surge pela primeira vez em Along Came a Spider (1992) e tem hoje um total de 20 livros; a série Women's Murder Club, com 11 títulos; e a série do detective Michael Bennett, escrita em parceria com Michael Ledwidge, com 5 livros. O autor tem adaptado diversos trabalhos ao cinema e televisão, o mais conhecido é A Conspiração da Aranha com Morgan Freeman no papel de Alex Cross. Em Portugal estão editados vários livros do escritor pela Editorial Presença e Quinta Essência, esta última com a série O Clube das Investigadoras.
Nasce em Newburgh, New York, EUA. É um dos escritores mais conhecidos e com mais vendas de sempre, o autor de alguns dos bestsellers da última década. Estima-se que se tenham vendido 220 milhões de cópias dos seus livros em todo o mundo. O autor tem uma vastíssima obra literária, com livros para crianças e jovens, ensaios e ficção, mas o destaque vai para o thiller. O primeiro livro escrito por Patterson é The Thomas Berryman Number (1976), vencedor do Edgar Award para Best Fist Novel em 1977. Cria a série Alex Cross, o detective/psicólogo que surge pela primeira vez em Along Came a Spider (1992) e tem hoje um total de 20 livros; a série Women's Murder Club, com 11 títulos; e a série do detective Michael Bennett, escrita em parceria com Michael Ledwidge, com 5 livros. O autor tem adaptado diversos trabalhos ao cinema e televisão, o mais conhecido é A Conspiração da Aranha com Morgan Freeman no papel de Alex Cross. Em Portugal estão editados vários livros do escritor pela Editorial Presença e Quinta Essência, esta última com a série O Clube das Investigadoras.
TEMA — NARRATIVA POLICIÁRIA — TRAIÇÃO DA AMNÉSIA
De Susana Raposo
O orvalho da manhã deslizava suavemente pelas folhas das escassas plantas rasteiras que revestiam aquele bom pedaço de terra batida.
A espessa bruma matinal quase que ocultava o simpático aglomerado de pinheiros, e alguns eucaliptos.
O indivíduo, estendido como que ao abandono, espreguiçava-se mergulhado numa atitude despreocupada, totalmente absorto do mundo que se estendia à sua volta. O seu olhar perdia-se, talvez deslumbrado, por todo aquele espaço desconhecido; sentia-se perfeitamente tonto, como se tivesse despertado de um sonho esquecido e incontável, do qual a sua existência emergisse e renascesse simultaneamente, não se recordando assim de qualquer passado que tivesse deixado repousado num tempo antecedente.
Estes seus pensamentos confusos e inseguros, foram estridentemente interrompidos por uma sirene barulhenta.
Instintivamente ergueu-se. Era irremediavelmente dominado por algo que tomava conta do seu ser… sim, era a sua própria amnésia que lhe coordenava os movimentos. Cortava a bruma, desviando-se frequentemente dos obstáculos que eram os ingénuos pinheiros. Dirigia-se a uma mancha de pessoas que se avistava ao longe.
Do local brotavam murmúrios e lamentações.
Uma mulher de meia-idade inundava-se em lágrimas, debruçada sobre um corpo moribundo e ensanguentado.
— Foi ele! Ainda tem o ódio escrito na face! — exclamou a mulher, de um modo agressivo mas triunfante, assim que reparou no primo do seu marido, que acabara de chegar ao local do massacre.
O homem não ofereceu qualquer resistência. O seu estado tornara-se ainda mais obscuro.
Dois dias depois, já atrás das grades, a sua memória voltou a assumir a sua posição. Vinham-lhe as imagens da forma como tinha espancado o seu primo… mas em sua auto-defesa.
O primo não lhe perdoara o facto de ter regressado ao seu país natal, pois uma saborosa herança estava em jogo. Apesar de seu pai ter deixado a fortuna em testamento ao parente mais próximo, o primo que já não vivia, ele podia reivindicá-la caso aparecesse com tal intento.
A amnésia traiu-o. Fora ela que o conduzira ao local onde tinha deixado o defunto. Sim, de facto ele tinha morto um homem… um parente, mas naquela noite o primo tinha-o procurado para matá-lo a ele, só que a situação invertera-se.
E o seu carro? O que seria feito dele depois de se ter esmagado, contra o poste à beira da estrada?
A sua própria amnésia tinha sido a sua condenação.
Talvez um dia pudesse voltar ao estrangeiro e esquecer tudo aquilo, como outrora esquecera também o passado.
TEMA — FICÇÃO CIENTÍFICA — PARA ALÉM DO TEMPO
De J. F. T. Gonçalves
A nave passou zumbindo a rasar as copas das árvores verdejantes que rodeavam o vale, onde, algures no tempo, ficava a base-mãe.
Tangor, oficial da Esquadrilha Temporal do planeta Beta 5 do sistema de Centauro, dominou finalmente a angústia que o atormentava, depois da quinta evolução em torno do planeta. Estava no seu planeta natal, mas totalmente deserto dos milhões de seres, que algumas horas atrás o habitavam.
Tangor regressara de uma missão de rotina, e encontrara o planeta sem quaisquer vestígios de civilização. Apenas um templo, que observava pelo visor e ia agora inspeccionar.
A sua grande preocupação era o inexplicável não funcionamento do medidor de efectividade espaço-temporal, impedindo-o de viajar no espaço-tempo. Também o medidor de efectividade de tempo normal estava parado. Piorando a situação, o robot-mecânico tinha “enlouquecido” e agitando os braços metálicos dizia coisas sem nexo e sem qualquer utilidade prática.
A nave volteou e aproximou-se do vale. Numa colina que dominava toda a depressão, erguia-se o estranho Templo.
O detector iónico seguiu a nave, e o computador biológico — Guardião do Templo — melancolicamente constatou que há mais de 20 números Aleth nenhum sábio ou monge visitara o templo sem ser em estado de profunda meditação, em viagem pelo irreal e pelo fantástico.
Tangor preparou a manobra de aterragem. Verificou a aparelhagem e ficou pensativo a olhar o medidor que continuava sem funcionar. A nave poisou com um suave e quase hipnótico balanço. Saiu, depois de carregar a arma de fusão e deixar os robots-guardas em estado de alerta. Aproximou-se da escadaria do templo verificando que era imponente, de um estilo muito antigo. Mas em tal estado de conservação que parecia que o tempo não tinha feito sentir a sua acção. A meio da escadaria, uma sensação de medo fê-lo voltar-se. A algumas dezenas de metros a sua nave cintilava e o robot-guarda assobiou em sinal de que estava atento. Quase lhe deu a impressão que o robot tinha piscado o olho! Mas não, tal não era possível. Nunca tinha visto uma “coisa” daquelas piscar o olho a um ser humano. Ainda pensando nisto deu-se consigo no patamar superior. Ao pisá-lo o portão abriu-se, ao mesmo tempo que uma voz fria e sem emoção, dizia: “Sê bem vindo, humano, ao Templo onde é guardado o segredo do Tempo Efectivo de Normalidade Geral, regulado na mesma intensidade universal.
“Saberás que qualquer gesto ou acção de agressividade, ainda que intencional, te trará imediatamente a morte. Deixarás a arma à entrada ou não chegarás a dar três passos no interior do templo. Acompanhar-te-á um andróide que te vedará a visita à zona interdita. Estarei de vigia e basta que fales se pretenderes qualquer informação”.
O computador estranhou o comportamento da criatura que ali ficou parada, olhando espantado o interior escuro para além da entrada, sabendo que olhava para além do tempo…
Tangor nada disse. Deu meia volta e desceu as escadas. Sabia que estava perdido, condenado a não voltar mais voltar ao seu planeta. Os sábios do seu Sistema já tinham visitado o templo há muitos milhares de unidades de tempo, apenas espiritualmente. De outra maneira era quase impossível, mas ele estava ali! Agora sabia que tinha entrado no chamado “buraco intemporal”, que era por assim dizer a porta para um tipo de “universo paralelo”. Para entrar, uma hipótese num milhão. Para sair, talvez nenhuma… Procurar a saída para o seu Universo era pouco mais ou menos procurar uma esfera infinita, cujo centro está em todo o lado e o círculo limite em parte nenhuma!
Entrou na nave e os reactores de activação dimensional começaram a zunir. Lembrou-se dos heróis que morriam nas suas “vimanas”, na grande batalha do “Armagedon”, no longínquo planeta dos homens da Terra, dos quais falava o “Livro dos Deuses”. Lembrou-se ainda da sua companheira, afastada dele... apenas uma eternidade!
Já a nave subia no espaço azul, quando o portão do Templo se fechou. O Guardião meditava para com os seus componentes electrónicos, sem saber como elaborar o relatório do estranho acontecimento.
Tangor, 1º Oficial Graduado da Esquadrilha Temporal, acelerou a sua "vimana" na ordem do factor inverso do módulo de gravidade, com rumo ao infinito. O robot-mecânico fitava um ponto que não existia. A nave tremeu ligeiramente e o humanóide de metal, começou a cantarolar baixinho. Tangor ligou o sistema de auto-desintegração da nave, e entrou na câmara de suspensão de vida!
Lá em baixo, o Guardião tentava ainda detectar a nave que perdera já de vista. Entretanto, um robot-móvel procedia à substituição de um filtro biológico, que se decompusera. Velava assim pelo bom estado do seu Mestre e Senhor, Guardião do Templo, por todos os séculos sem fim…
De Susana Raposo
O orvalho da manhã deslizava suavemente pelas folhas das escassas plantas rasteiras que revestiam aquele bom pedaço de terra batida.
A espessa bruma matinal quase que ocultava o simpático aglomerado de pinheiros, e alguns eucaliptos.
O indivíduo, estendido como que ao abandono, espreguiçava-se mergulhado numa atitude despreocupada, totalmente absorto do mundo que se estendia à sua volta. O seu olhar perdia-se, talvez deslumbrado, por todo aquele espaço desconhecido; sentia-se perfeitamente tonto, como se tivesse despertado de um sonho esquecido e incontável, do qual a sua existência emergisse e renascesse simultaneamente, não se recordando assim de qualquer passado que tivesse deixado repousado num tempo antecedente.
Estes seus pensamentos confusos e inseguros, foram estridentemente interrompidos por uma sirene barulhenta.
Instintivamente ergueu-se. Era irremediavelmente dominado por algo que tomava conta do seu ser… sim, era a sua própria amnésia que lhe coordenava os movimentos. Cortava a bruma, desviando-se frequentemente dos obstáculos que eram os ingénuos pinheiros. Dirigia-se a uma mancha de pessoas que se avistava ao longe.
Do local brotavam murmúrios e lamentações.
Uma mulher de meia-idade inundava-se em lágrimas, debruçada sobre um corpo moribundo e ensanguentado.
— Foi ele! Ainda tem o ódio escrito na face! — exclamou a mulher, de um modo agressivo mas triunfante, assim que reparou no primo do seu marido, que acabara de chegar ao local do massacre.
O homem não ofereceu qualquer resistência. O seu estado tornara-se ainda mais obscuro.
Dois dias depois, já atrás das grades, a sua memória voltou a assumir a sua posição. Vinham-lhe as imagens da forma como tinha espancado o seu primo… mas em sua auto-defesa.
O primo não lhe perdoara o facto de ter regressado ao seu país natal, pois uma saborosa herança estava em jogo. Apesar de seu pai ter deixado a fortuna em testamento ao parente mais próximo, o primo que já não vivia, ele podia reivindicá-la caso aparecesse com tal intento.
A amnésia traiu-o. Fora ela que o conduzira ao local onde tinha deixado o defunto. Sim, de facto ele tinha morto um homem… um parente, mas naquela noite o primo tinha-o procurado para matá-lo a ele, só que a situação invertera-se.
E o seu carro? O que seria feito dele depois de se ter esmagado, contra o poste à beira da estrada?
A sua própria amnésia tinha sido a sua condenação.
Talvez um dia pudesse voltar ao estrangeiro e esquecer tudo aquilo, como outrora esquecera também o passado.
TEMA — FICÇÃO CIENTÍFICA — PARA ALÉM DO TEMPO
De J. F. T. Gonçalves
A nave passou zumbindo a rasar as copas das árvores verdejantes que rodeavam o vale, onde, algures no tempo, ficava a base-mãe.
Tangor, oficial da Esquadrilha Temporal do planeta Beta 5 do sistema de Centauro, dominou finalmente a angústia que o atormentava, depois da quinta evolução em torno do planeta. Estava no seu planeta natal, mas totalmente deserto dos milhões de seres, que algumas horas atrás o habitavam.
Tangor regressara de uma missão de rotina, e encontrara o planeta sem quaisquer vestígios de civilização. Apenas um templo, que observava pelo visor e ia agora inspeccionar.
A sua grande preocupação era o inexplicável não funcionamento do medidor de efectividade espaço-temporal, impedindo-o de viajar no espaço-tempo. Também o medidor de efectividade de tempo normal estava parado. Piorando a situação, o robot-mecânico tinha “enlouquecido” e agitando os braços metálicos dizia coisas sem nexo e sem qualquer utilidade prática.
A nave volteou e aproximou-se do vale. Numa colina que dominava toda a depressão, erguia-se o estranho Templo.
O detector iónico seguiu a nave, e o computador biológico — Guardião do Templo — melancolicamente constatou que há mais de 20 números Aleth nenhum sábio ou monge visitara o templo sem ser em estado de profunda meditação, em viagem pelo irreal e pelo fantástico.
Tangor preparou a manobra de aterragem. Verificou a aparelhagem e ficou pensativo a olhar o medidor que continuava sem funcionar. A nave poisou com um suave e quase hipnótico balanço. Saiu, depois de carregar a arma de fusão e deixar os robots-guardas em estado de alerta. Aproximou-se da escadaria do templo verificando que era imponente, de um estilo muito antigo. Mas em tal estado de conservação que parecia que o tempo não tinha feito sentir a sua acção. A meio da escadaria, uma sensação de medo fê-lo voltar-se. A algumas dezenas de metros a sua nave cintilava e o robot-guarda assobiou em sinal de que estava atento. Quase lhe deu a impressão que o robot tinha piscado o olho! Mas não, tal não era possível. Nunca tinha visto uma “coisa” daquelas piscar o olho a um ser humano. Ainda pensando nisto deu-se consigo no patamar superior. Ao pisá-lo o portão abriu-se, ao mesmo tempo que uma voz fria e sem emoção, dizia: “Sê bem vindo, humano, ao Templo onde é guardado o segredo do Tempo Efectivo de Normalidade Geral, regulado na mesma intensidade universal.
“Saberás que qualquer gesto ou acção de agressividade, ainda que intencional, te trará imediatamente a morte. Deixarás a arma à entrada ou não chegarás a dar três passos no interior do templo. Acompanhar-te-á um andróide que te vedará a visita à zona interdita. Estarei de vigia e basta que fales se pretenderes qualquer informação”.
O computador estranhou o comportamento da criatura que ali ficou parada, olhando espantado o interior escuro para além da entrada, sabendo que olhava para além do tempo…
Tangor nada disse. Deu meia volta e desceu as escadas. Sabia que estava perdido, condenado a não voltar mais voltar ao seu planeta. Os sábios do seu Sistema já tinham visitado o templo há muitos milhares de unidades de tempo, apenas espiritualmente. De outra maneira era quase impossível, mas ele estava ali! Agora sabia que tinha entrado no chamado “buraco intemporal”, que era por assim dizer a porta para um tipo de “universo paralelo”. Para entrar, uma hipótese num milhão. Para sair, talvez nenhuma… Procurar a saída para o seu Universo era pouco mais ou menos procurar uma esfera infinita, cujo centro está em todo o lado e o círculo limite em parte nenhuma!
Entrou na nave e os reactores de activação dimensional começaram a zunir. Lembrou-se dos heróis que morriam nas suas “vimanas”, na grande batalha do “Armagedon”, no longínquo planeta dos homens da Terra, dos quais falava o “Livro dos Deuses”. Lembrou-se ainda da sua companheira, afastada dele... apenas uma eternidade!
Já a nave subia no espaço azul, quando o portão do Templo se fechou. O Guardião meditava para com os seus componentes electrónicos, sem saber como elaborar o relatório do estranho acontecimento.
Tangor, 1º Oficial Graduado da Esquadrilha Temporal, acelerou a sua "vimana" na ordem do factor inverso do módulo de gravidade, com rumo ao infinito. O robot-mecânico fitava um ponto que não existia. A nave tremeu ligeiramente e o humanóide de metal, começou a cantarolar baixinho. Tangor ligou o sistema de auto-desintegração da nave, e entrou na câmara de suspensão de vida!
Lá em baixo, o Guardião tentava ainda detectar a nave que perdera já de vista. Entretanto, um robot-móvel procedia à substituição de um filtro biológico, que se decompusera. Velava assim pelo bom estado do seu Mestre e Senhor, Guardião do Templo, por todos os séculos sem fim…
Sem comentários:
Enviar um comentário