Day Keene (1904 – 1969)
Gunard Hjerstedt nasce em Chicago, EUA. Começa uma carreira de actor, mas em 1940 desiste optando pela escrita, primeiro short stories em publicações como a Dime Mystery, Black Mask e Dime Detective. Usa os pseudónimos Day Keene e William Richards; escreve um total de 45 livros, duas dezenas de contos, teatro e rádio. Cria o personagem Jonny Aloha um ex-marine de ascendência havaiana que se estabelece em Los Angeles como detective privado. Day Keene é responsável por um programa de rádio — episódios com a duração de 15 minutos — que se manteve no ar entre 1937 e 1941, Kitty Keene, Inc, a única rádio-novela a ter como heroína uma mulher detective privado. Em Portugal estão editados os seguintes livros:
1 - O Perigo Bateu À Porta (1961), Nº1 Colecção Escorpião, Edições F.B.C.; Título Original: Wake Up For Murder (1952)
2 – O Eterno Triângulo (1957), Nº120 Colecção: Os Melhores Romances Policiais
Livraria Clássica Editora
3 – Payola (1966), Nº44 Colecção Rififi, Editora Íbis; Título Original: Payola (Pyramid) (1960)
4 - Perseguição Implacável (1969), Nº111 Colecção Rififi, Editora Íbis; Título Original: Mrs Homicide (1953)
5 - O Beijo da Morte (1969), Nº122 Colecção Rififi, Editora Íbis; Título Original: To Kiss or To Kill (1951)
6 – Procurado Por Homicídio (1969), Nº127 Colecção Rififi, Editora Íbis; Título Original: Hunt The Killer (1951)
7 – Culpado Por Medida (1970), Nº132 Colecção Rififi, Editora Íbis; Título Original: Framed in Guilt, também editado com o título Evidence Most Blind (1949);
8 – Os Mortos Não Falam (1970), Nº135 Colecção Rififi, Editora Íbis; Título Original: Dead Dolls Don't Talk (1959)
9 – Curvas Perigosas (1970), Nº140 Colecção Rififi, Editora Íbis
10 – Homens em Fúria (1970), Nº143 Colecção Rififi, Editora Íbis
11 – Matar É Pecado (1971), Nº146 Colecção Rififi, Editora Íbis; Título Original: It's a Sin to Kill (1958)
12 - O Homem Que Voltou (1971), Nº151 Colecção Rififi, Editora Íbis; Título Original: The Big Kiss-Off (1954)
13 – A Testemunha (1972), Nº3 Colecção Círculo Negro, Livraria Bertrand; Título Original: Strange Witness (1953)
14 – Mulher Marcada (1973), Nº10 Colecção Círculo Negro, Livraria Bertrand; Título Original: Notorious (1954)
15 – O Álibi Perfeito (1973), Nº19 Colecção Círculo Negro, Livraria Bertrand; Título Original: Carnival of Death (1965)
16 – Paixão Homicida (1974), Nº24 Colecção Círculo Negro, Livraria Bertrand; Título Original: Homicidal Lady (1954)
17 – O Grande Ídolo (1974), Nº27 Colecção Círculo Negro, Livraria Bertrand; Título Original: Love Me and Die (1951)
18 – Cidade Em Fúria (1974), Nº31 Colecção Círculo Negro, Livraria Bertrand; Título Original: Bring Him Back Dead (1956)
Lucille Fletcher (1912 – 2001)
Violet Lucille Fletcher nasce em Brooklyn, New York, EUA. Escritora e argumentista de rádio, televisão e cinema escreve 9 livros, 4 peças de teatro e 8 de rádio todos no género suspense ou policial psicológico. Na sua obra destacam-se The Hitch Hicker, um sucesso na rádio (1941) e Sorry, Wrong Number, também um exito como peça radiofónica , transmitida em 1943,1952 e 1959, editada como romance em parceria com Allan Ullman em 1948 e, mais tarde, base de um conhecido filme negro. A autora recebe em 1960 o Edgar Awad para o melhor drama de rádio por Sorry, Wrong Number na versão produzida pela CBS em 59.
TEMA — CASOS E ACASOS DO CRIME — FALSO SUICÍDIO
O homem estava agitado quando entrou precipitadamente na Esquadra da Polícia, entregando dois papéis ao agente de plantão.
— Acabo de recebê-los pelo Correio — disse, trémulo. — Corri imediatamente…
— Um minuto — interrompeu o agente, inspeccionando os papéis.
Um deles estava assinado: “Renée, tua esposa, que te ama verdadeiramente” Por cima, recitava: “Desde que não me amas, decidi terminar com a vida. Deixo-te tudo o que possuo. O meu testamento vai junto”.
O outro papel era o testamento, feito em forma legal e testemunhado. No momento em que a autoridade ergueu o olhar, o visitante não se conteve:
— Chamo-me François Gormer. Renée é minha mulher. Separámo-nos há alguns meses. Quando recebi esta carta, corri à sua casa, bati bastantes vezes à porta, porém não obtive resposta. Quero que um agente me acompanhe. Depressa, por favor!
O agente mandou chamar o detective Dulage, a quem rapidamente informou do que acontecia.
Quando Dulage chegou a casa da mulher não perdeu tempo. Com o auxílio de dois agentes precipitou-se escadas acima. A senhora Gormer jazia sobre a cama e na mesinha de cabeceira via-se um frasco cheio de xarope de cloro. O detective verificou que a mulher estava morta há diversas horas, devido, obviamente, a uma dose excessiva de cloro que ingerira. Notou, porém, algo que não combinava com a versão do marido. Gormer afirmara que correra para casa da mulher e que batera insistentes vezes à porta. A primeira coisa, porém, que Dulage vira ao chegar, fora uma campainha, em perfeito estado. Depois de chamar o médico legista, começou a examinar o tapete, em torno da cama. Perto da mesinha de cabeceira estava um pedaço de arame muito fino, que reconheceu como um dos usados para desentupir agulhas de injecção. Quando o médico da polícia chegou, nada lhe disse do achado, propositadamente, a fim de não influenciar as suas conclusões.
Não se surpreendeu, portanto, quando o médico anunciou:
— Esta mulher não morreu de envenenamento por cloro. Deram-lhe uma espécie de injecção narcótica.
Dulage sentiu-se agora seguro do terreno para interrogar o marido…, e usar de um pequeno ardil. Depois de lhe ter falado sobre a campainha e sobre a descoberta do desentupidor de agulhas, acrescentou com veemência:
— Não adianta mentir. O senhor disse que não via a sua esposa há meses. Como explica, então., a existência das suas impressões digitais no braço dela, onde lhe aplicaram a injecção?
— Impressões digitais? — inquiriu, atónito, o marido.
— Sim. Descobrimos um método de tirá-las dos corpos.
O truque provocou a confissão de um dos mais estranhos crimes ocorridos em França. Gormer não gostava da esposa, porém, não desprezava os bens consideráveis que ela possuía, por herança. Quando viviam juntos, tinham um criado, Fernand Maran, em que ambos depositavam grande confiança. Quando o casal rompeu, Maran procurou outro emprego. Decidido a livrar-se da esposa e a entrar na posse dos bens, Gormer procurou o antigo empregado, que concordou em tomar parte no plano, por dinheiro. Sabia que madame Gormer estava inconsolável por ter sido abandonada pelo marido, e que tudo faria para recuperá-lo. Maran sugeriu-lhe, pois, que escrevesse a carta suicida e a mandasse, com o testamento, para o marido, tomando a seguir uma dose do soporífero.
— Ele correrá para aqui, encontrando-a na cama, aparentemente morta. Ficará tão satisfeito quando os médicos a tiverem ressuscitado, que, estou certo, voltará para a sua companhia!
A mulher concordou. Gormer entrou na casa às quatro horas da madrugada, mas estava tão nervoso que as suas mãos tremiam ao injectar a dose letal. Despercebidamente deixou cair o pequeno arame, que o levou à guilhotina e mandou o seu cúmplice, Maran, para a prisão, por longo tempo.
M. Constantino
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