EFEMÉRIDES – Dia 20 de Março
Ernest Bramah (1868 - 1942)
Ernest Bramah Smith nasce em Hulme, Manchester, Inglaterra. Jornalista e editor inicia a carreira de escritor em 1900 com The Wallet of Kai Lung,o primeiro da série Kai Lung um chinês contador de histórias, protagonista de 7 livros. Cria Max Carrados, um detective cego, coleccionador de moedas — reflexo do interesse em numismática do autor; este personagem, que é mais tarde adaptado à rádio e à televisão, surge em 1914 no livro de short stories: Max Carrados. Ernest Bramah escreve diversas short stories e um total de 21 livros.
Ernest Bramah (1868 - 1942)
Ernest Bramah Smith nasce em Hulme, Manchester, Inglaterra. Jornalista e editor inicia a carreira de escritor em 1900 com The Wallet of Kai Lung,o primeiro da série Kai Lung um chinês contador de histórias, protagonista de 7 livros. Cria Max Carrados, um detective cego, coleccionador de moedas — reflexo do interesse em numismática do autor; este personagem, que é mais tarde adaptado à rádio e à televisão, surge em 1914 no livro de short stories: Max Carrados. Ernest Bramah escreve diversas short stories e um total de 21 livros.
TEMA — CRIMINOLOGIA — MÓBIL DO CRIME
O elemento impulsionador do delito, seja contra ou património ou delito de sangue — homicídio — é, em regra considerável, o detonador que revela o autor do crime. Sem dúvida que, também em regra, um quebra-cabeças para o investigador, mas uma vez encontrado, é como ter descoberto a placa identificadora de uma rua que se procura. Com os motivos assegurados, os indícios e as provas dos delitos surgem com naturalidade fora do comum.
Na lista das motivações, relacionada com maior frequência:
1 – Lucro (roubo, burla, peculato, corrupção, herança, partilha, etc.) em delitos materiais acompanhados ou não de assassínio,
2 – Vingança, ciúme e traição muitas vezes ligadas, que nos parece impossível apontar com infalibilidade, cada um deles (o crime passional irreflectido, também emocional ou ponderado),
3 – Eliminação, que também pode ser enquadrado no ponto anterior (sempre que se trate de eliminar um marido ou esposa que se tornou indesejável, a remoção de um amante pelo marido ou cônjuge), um chantagista ou uma testemunha que sabe demais etc.;
4 - Convicção, exemplo de um rival politicamente perigoso por qualquer circunstância;
5 – Prazer de matar, o criminoso nato, o psicopata, que se satisfaz no acto ou na vaidade de ver o assunto na comunicação social;
6 – Sexo (violação, orgia tortura, sadismo, etc., às quais se segue a morte — para esconder os actos ou pelo caso de ser abrangido pelo ponto anterior)
Outras hipóteses seriam de aludir, o mundo é vasto e as motivações parecem ainda maiores.
M. Constantino
TEMA — CASOS E CASOS — O DILEMA DO PISTOLEIRO
Eddie Simpson era chamado o Houdint Louco por causa do brilho selvagem dos seus olhos e da sua extra-ordinária habilidade para fugir, mesmo quando trancado numa cela.
Como membro da infame quadrilha Kilgallen, em Boston, Eddie havia adquirido a fama de ser o melhor atirador do bas-fond. Entretanto, embora a sua especialidade fosse assassinar os concorrentes, guardava seu mais acerbo ódio para a polícia.
Mais de uma vez havia sido encurralado, mas depois que o fumo dos tiros se dissipava, Eddie havia desaparecido. Mesmo quando a polícia o prendeu em 1923, acusado de tentativa de assassinato contra um polícia escapou facilmente. Traiu os amigos e livrou-se da pena.
Em 1937 era um bandido solitário, odiado no seu meio, evitado pelos seus antigos amigos e perseguido desesperadamente pela polícia que o agarrou e encarcerou na Cadeia da Rua Charles, em Boston. Entretanto, alguns dias mais tarde, o Houdint Louco tinha desaparecido.
Usando um fio humedecido com saliva e coberto com esmeril em pó, abriu passagem cerrando as barras da janela do seu cubículo.
Novamente em liberdade, furtou um carro, roubou alguns restaurantes e arranjou dinheiro para comprar roupas vistosas. Queria a companhia das mulheres, mas sabia que qualquer das suas antigas conhecidas entregá-lo-ia à polícia na primeira oportunidade. Assim, no carro roubado e bem vestido fez uma conquista.
A moça manifestou o desejo de aprender a guiar Eddie, ansioso para agradar à sua nova namorada, entregou--lhe o volante. Alguns minutos depois ela avançou num sinal vermelho. Dois polícias do trânsito, Henry Bell e William Phelan, obrigaram o carro a encostar.
Ser preso, mesmo por violação do regulamento do tráfego, era uma coisa que Eddie não podia sofrer. Tentou subornar os policiais, o que foi um erro, pois fez William Phelan ir ao café da esquina e telefonar ao distrito.
— Há qualquer coisa esquisita neste negócio — disse Phelan ao colega, antes de partir. Vigie esse sujeito. Não tem boa cara.
Logo que Phelan partiu no carro da polícia, Eddie perdeu a cabeça, Pôs a moça fora do carro, sacou uma arma, e obrigou Bell a entrar.
— Vá guiando — ordenou — e depressa!
Este foi o segundo erro.
A moça, gritando que um polícia tinha sido raptado, chamou a atenção de outro, Lawrence Murphy, que partiu velozmente em perseguição, na sua motocicleta.
Eddie percebeu então que tinha avançado muito para recuar. As balas da sua mortífera pistola abateram Murphy. Bell soltou o volante e atracou-se com o homem ao seu lado. Eddie disparou contra ele, depois saltou do carro e começou a correr.
Murphy, embora mortalmente ferido, levantou-se e disparou contra o fugitivo. O homem cambaleou, porém não caiu. Um instante depois tinha desaparecido.
Uma vez mais estava livre. Mas…
O tiro de Murphy tinha-o atingido nas costas. A bala alojara-se numa vértebra do pescoço. Havia nela as marcas balísticas que a identificariam como disparada pela arma de Murphy.
Durante dias ficou de cama no seu esconderijo, tratado empiricamente e servido por um homem com quem travara amizade na prisão. O ferimento o atormentava e em vez de sarar, estava dando sinais de infecção.
Eddie viu-se pela primeira vez, numa situação contra a qual nada podia fazer. Pior do que isso, encontrou-se nas portas de um dilema como poucas pessoas se têm encontrado. Se mandasse extrair a bala por um médico, a polícia saberia e a bala condená-lo-ia à cadeira eléctrica. Se não a mandasse extrair, morreria de infecção.
Ainda permanecia indeciso quando a polícia invadiu o seu esconderijo. Mesmo no leito do hospital da prisão, delirando de febre, ele não tomou uma resolução. E a lei não podia intervir. Em Massachussetts nenhuma pessoa encarcerada pode ser submetida a uma operação sem seu próprio consentimento.
Somente quando percebeu que ia morrer cedeu. Uma rápida intervenção cirúrgica salvou-lhe a vida. E a mesma operação revelou a bala de Murphy e condenou-o à morte.
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