EFEMÉRIDES – Dia 30 de Janeiro
Jorge Reis - (1926-2005)
Pseudónimo de Atilano dos Reis Ambrósio. Nasce em Vila Franca de Xira. Vive em França durante muitos anos, onde estuda. Exerce várias profissões, desde tipógrafo, empregado fabril, jornalista e bibliotecário. É igualmente redactor de uma revista francesa. Inicia a actividade literária na Gazeta de Coimbra e revista Vértice. A sua estreia no policiário, Matai-vos Uns aos Outros, com prefácio de Aquilino Ribeiro recebe o prémio Camilo Castelo Branco 1967.
Este livro é publicado pela primeira vez em 1961, pela Prelo, nº3 da Colecção Autores Portugueses; tem várias edições. O Círculo de Leitores e a Editorial Caminho também publicam este livro. A edição mais recente é de 1988 da Vega Editora.
Jorge Reis - (1926-2005)
Pseudónimo de Atilano dos Reis Ambrósio. Nasce em Vila Franca de Xira. Vive em França durante muitos anos, onde estuda. Exerce várias profissões, desde tipógrafo, empregado fabril, jornalista e bibliotecário. É igualmente redactor de uma revista francesa. Inicia a actividade literária na Gazeta de Coimbra e revista Vértice. A sua estreia no policiário, Matai-vos Uns aos Outros, com prefácio de Aquilino Ribeiro recebe o prémio Camilo Castelo Branco 1967.
Este livro é publicado pela primeira vez em 1961, pela Prelo, nº3 da Colecção Autores Portugueses; tem várias edições. O Círculo de Leitores e a Editorial Caminho também publicam este livro. A edição mais recente é de 1988 da Vega Editora.
Clara Pinto Correia - (1960)
Nasce em Lisboa. Bióloga, historiadora das ciências, professora e investigadora tem larga experiência de escrita na área da sua especialidade. Escreve em 1985 um livro policiário Adeus Princesa, cuja acção se passa no Alentejo com a morte de um mecânico alemão na Base Aérea da Nato, em Beja. Criando ficção dentro da realidade, o romance deve ser considerado como um marco na moderna literatura policiária portuguesa.
Adeus Princesa é editado pela Relógio D'Água na colecção Crime Imperfeito.
Margaret Yorke (1924)
Margaret Beda Nicholson nasce Compton, Surrey – Inglaterra. Durante a 2ª Guerra serve na Woman's Royal Naval Service. Assistente na biblioteca de duas universidades de Oxford, é a primeira mulher a trabalhar na Christ Church Library Em 1979 e 1980 é a presidente da Crime Writers' Association. Publica em 1957 Summer Flight um romance mistério e até 2000 escreve mais de 40 livros; como contista tem uma boa série de narrativas, reunidas em colecções.
Em 1970, cria o personagem Patrick Grant, herói de uma série de romances:
1 - Dead in the Morning (1970)
2 - Silent Witness (1972)
3 - Grave Matters (1973)
4 - Mortal Remains (1974)
5 - Cast for Death (1976)
No Medals for the Major (1974) é considerado o seu melhor romance e foi editado em Portugal em 1991 pela Ulisseia, nº 20 da Colecção S.A., com o título A Provação do Major Johnson. Estão também publicados cerca de duas dezenas de outros livros da autora por diferentes editoras com destaque para as Publicações Europa-America na Colecção Livros de Bolso, série Clube do Crime e na Colecção Obras de Margaret Yorke.
Nasce em Lisboa. Bióloga, historiadora das ciências, professora e investigadora tem larga experiência de escrita na área da sua especialidade. Escreve em 1985 um livro policiário Adeus Princesa, cuja acção se passa no Alentejo com a morte de um mecânico alemão na Base Aérea da Nato, em Beja. Criando ficção dentro da realidade, o romance deve ser considerado como um marco na moderna literatura policiária portuguesa.
Adeus Princesa é editado pela Relógio D'Água na colecção Crime Imperfeito.
Margaret Yorke (1924)
Margaret Beda Nicholson nasce Compton, Surrey – Inglaterra. Durante a 2ª Guerra serve na Woman's Royal Naval Service. Assistente na biblioteca de duas universidades de Oxford, é a primeira mulher a trabalhar na Christ Church Library Em 1979 e 1980 é a presidente da Crime Writers' Association. Publica em 1957 Summer Flight um romance mistério e até 2000 escreve mais de 40 livros; como contista tem uma boa série de narrativas, reunidas em colecções.
Em 1970, cria o personagem Patrick Grant, herói de uma série de romances:
1 - Dead in the Morning (1970)
2 - Silent Witness (1972)
3 - Grave Matters (1973)
4 - Mortal Remains (1974)
5 - Cast for Death (1976)
No Medals for the Major (1974) é considerado o seu melhor romance e foi editado em Portugal em 1991 pela Ulisseia, nº 20 da Colecção S.A., com o título A Provação do Major Johnson. Estão também publicados cerca de duas dezenas de outros livros da autora por diferentes editoras com destaque para as Publicações Europa-America na Colecção Livros de Bolso, série Clube do Crime e na Colecção Obras de Margaret Yorke.
UM TEMA — ESPIONAGEM – ESPIA POR AMOR À PÁTRIA
Quando se alude a espias famosas, desde logo, entre centenas, um nome surge: Mata Hari. Todavia, não será assim. Mata Hari conquistou realmente a celebridade nos anais da espionagem e literatura biográfica, crítica e de ficção, contudo o seu desempenho como espia é medíocre, quando comparado com a acção de Louise de Bettignies (Adolfo Coelho in Espionagem – Segredos da Grande Guerra). Enquanto o interesse ou a escravidão de um passado pouco limpo são determinantes que impelem a maioria das espias na 1ª Grande Guerra Mundial (1914-1918), Louise moveu-se pelo amor à pátria, dedicação irreprimível da aristocrata que se não fosse a guerra, teria sido freira.
Louise Marie Jeanne Henriette de Bettignies nasceu a 15 de Julho de 1880, pertencia a uma velha família de Hainaut e podia orgulhar-se de uma sólida ascendência fidalga. Diplomada pela Universidade de Oxford, falando com perfeição inglês, italiano alemão, além da sua própria língua, o francês.
Estava em Lille, em casa da mãe, quando em Outubro de 1914 o exército alemão se apoderou da cidade. No desejo imperioso de aspirar o ar da França livre, parte para a Holanda e daí para Inglaterra. Num apertado interrogatório dirigido pelas autoridades inglesas, que procuram informações acerca do inimigo, mostra-se de tal modo observadora, que lhe propõem a entrada para o serviço de espionagem britânico. Pede para reflectir e aceita a missão desde eu trabalhe junto do serviço francês de espionagem. Volta a França e, após consultar o seu director espiritual, decide aceitar a missão. Antes, patrioticamente, oferece-se para os serviços secretos franceses, mas é olhada com desconfiança pelos compatriotas, pelo que cumpre os serviços à ordem dos britânicos. A aristocrata, educada Bettignies, passa a ser a anónima cidadã Alice Dubois.
Vezes sem conta atravessa a fronteira da Holanda, frequentemente vigiada dirige-se a Lille munida de elementos para organizar os serviços de informação na região, o que consegue. Com energia incomum percorre a região, conquista dedicações e colhe resultados eficientes. Disfarçada de camponesa atravessa fronteiras para levar valiosas notícias e documentação precisa, transpõe barreiras de arame farpado, iludindo a luz dos fortes projectores, detectando na escuridão os fios dissimulados de alta tensão. Memorizando um mapa numerado consegue através de um pequeno hieróglifo riscado numa carruagem do caminho-de-ferro belga, indicar a localização de baterias inimigas que no dia seguinte serão atacadas e irão pelos ares.
Junto de Alice, uma outra mulher, Marie-Léonie Vanhoutte (ou Charlotte Lameron) desnorteia os serviços secretos alemães. Mas a roda da fortuna desanda. Marie é presa em Bruxelas e Alice arisca tentar salvá-la. Astuciosamente com um único salvo-conduto, que depois de lhe servir para atravessar um posto de guerra é enviado à companheira, por um garoto, para que esta passe também. Riem-se da partida, intempestivamente, pois estão a ser observadas por dois agentes que lhes pedem a identificação. Agora juntas eram impossível repetir o truque, foram presas.
Condenadas à morte em 1916, Louise escreve ao general Von Bissing pedindo o perdão para Marie, assumindo toda a culpa. O general não acede mas comuta-lhe a pena em prisão. Pior do que a morte, Louise teme a clausura, contrai febre tifóide e morre em 27 de Setembro de 1918.
É posteriormente agraciada pelos serviços franceses e ingleses com várias distinções honorificas. Marie sobrevive e é libertada com o Armistício e também ela é feita Cavaleiro da Legião de Honra.
M. Constantino
Quando se alude a espias famosas, desde logo, entre centenas, um nome surge: Mata Hari. Todavia, não será assim. Mata Hari conquistou realmente a celebridade nos anais da espionagem e literatura biográfica, crítica e de ficção, contudo o seu desempenho como espia é medíocre, quando comparado com a acção de Louise de Bettignies (Adolfo Coelho in Espionagem – Segredos da Grande Guerra). Enquanto o interesse ou a escravidão de um passado pouco limpo são determinantes que impelem a maioria das espias na 1ª Grande Guerra Mundial (1914-1918), Louise moveu-se pelo amor à pátria, dedicação irreprimível da aristocrata que se não fosse a guerra, teria sido freira.
Louise Marie Jeanne Henriette de Bettignies nasceu a 15 de Julho de 1880, pertencia a uma velha família de Hainaut e podia orgulhar-se de uma sólida ascendência fidalga. Diplomada pela Universidade de Oxford, falando com perfeição inglês, italiano alemão, além da sua própria língua, o francês.
Estava em Lille, em casa da mãe, quando em Outubro de 1914 o exército alemão se apoderou da cidade. No desejo imperioso de aspirar o ar da França livre, parte para a Holanda e daí para Inglaterra. Num apertado interrogatório dirigido pelas autoridades inglesas, que procuram informações acerca do inimigo, mostra-se de tal modo observadora, que lhe propõem a entrada para o serviço de espionagem britânico. Pede para reflectir e aceita a missão desde eu trabalhe junto do serviço francês de espionagem. Volta a França e, após consultar o seu director espiritual, decide aceitar a missão. Antes, patrioticamente, oferece-se para os serviços secretos franceses, mas é olhada com desconfiança pelos compatriotas, pelo que cumpre os serviços à ordem dos britânicos. A aristocrata, educada Bettignies, passa a ser a anónima cidadã Alice Dubois.
Vezes sem conta atravessa a fronteira da Holanda, frequentemente vigiada dirige-se a Lille munida de elementos para organizar os serviços de informação na região, o que consegue. Com energia incomum percorre a região, conquista dedicações e colhe resultados eficientes. Disfarçada de camponesa atravessa fronteiras para levar valiosas notícias e documentação precisa, transpõe barreiras de arame farpado, iludindo a luz dos fortes projectores, detectando na escuridão os fios dissimulados de alta tensão. Memorizando um mapa numerado consegue através de um pequeno hieróglifo riscado numa carruagem do caminho-de-ferro belga, indicar a localização de baterias inimigas que no dia seguinte serão atacadas e irão pelos ares.
Junto de Alice, uma outra mulher, Marie-Léonie Vanhoutte (ou Charlotte Lameron) desnorteia os serviços secretos alemães. Mas a roda da fortuna desanda. Marie é presa em Bruxelas e Alice arisca tentar salvá-la. Astuciosamente com um único salvo-conduto, que depois de lhe servir para atravessar um posto de guerra é enviado à companheira, por um garoto, para que esta passe também. Riem-se da partida, intempestivamente, pois estão a ser observadas por dois agentes que lhes pedem a identificação. Agora juntas eram impossível repetir o truque, foram presas.
Condenadas à morte em 1916, Louise escreve ao general Von Bissing pedindo o perdão para Marie, assumindo toda a culpa. O general não acede mas comuta-lhe a pena em prisão. Pior do que a morte, Louise teme a clausura, contrai febre tifóide e morre em 27 de Setembro de 1918.
É posteriormente agraciada pelos serviços franceses e ingleses com várias distinções honorificas. Marie sobrevive e é libertada com o Armistício e também ela é feita Cavaleiro da Legião de Honra.
M. Constantino
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