EFEMÉRIDES – Dia 14 de Janeiro
Thomas Tryon (1926-1991) — Nasce em Hartford, Connecticut-EUA. Em 1969 abandona a carreira de actor de cinema e televisão para se dedicar à escrita de livros de mistério e ficção científica. Publica vários contos curtos e os seguintes livros: The Other (1971), Harvest Home (1973), Lady (1974), The Night of the Moonbow (1989), The Wings of the Morning (1990), In the Fire of Spring (1991), The Adventures of Opal and Cupid (1992) e Night Magic (1995).
John Lescroart — Nasce em 1948 em Houston, Texas. Escreve o primeiro livro Son of Holmes em 1986, seguido de Rasputin's Revenge (1987), ambos da série Auguste Lupa. Cria ainda mais três séries: Dismas Hardy, com 13 títulos publicados, Abe Glitsky com 4 e Wyatt Hunt, com 3 títulos. Os seus livros estão traduzidos em 16 línguas e são editados em 75 países. Em Portugal:
O primeiro livro da série Abe Glitsky A Certain Justice (1995) é editado em 2000, com título Justiça Até Certo Ponto pela Temas e Debates, o Nº6 da colecção Top Ten e novamente pelo Círculo de Leitores em 2002.
O terceiro livro da série Dismas Hardy, Hard Evidence (1993) é editado pela Temas e Debates, 2003, com o título Prova Material.
O primeiro livro da série Abe Glitsky A Certain Justice (1995) é editado em 2000, com título Justiça Até Certo Ponto pela Temas e Debates, o Nº6 da colecção Top Ten e novamente pelo Círculo de Leitores em 2002.
O terceiro livro da série Dismas Hardy, Hard Evidence (1993) é editado pela Temas e Debates, 2003, com o título Prova Material.
UM TEMA — ARQUITECTURA E CONTEXTO DA NARRATIVA POLICIÁRIA - 1
Em Os Elementos Fundamentais da Narrativa Policiária (in Pesquisa Nov.1990) consideramos que o hibridismo de que se reveste tal narrativa impede uma definição generalizada. Conclusão válida. É bem óbvio que nas diversidades de concepção e constante mutação da sua arquitectura, é inútil procurar um ponto comum. Por outro lado há sempre possibilidade de assinalar em concreto as bases de cada padrão narrativo.
No todo da narrativa policiária há que distinguir o conteúdo imaginário do verdadeiro. No último caso é necessário determinar se tal assunto é puramente real ou se se está em presença de uma crónica novelada, por exemplo A Sangue Frio de Truman Capote. Não é indiferente pôr no mesmo saco as Memórias de Vidocq, descrição de vida e aventuras do célebre polícia francês, antes ladrão procurado por aquela, da história dos crimes da máfia ou recompilação de crónicas forenses, fichas criminais que correspondem a factos verídicos, e a novelação literária que aproveita a realidade, rodeada de fantasia bastante para criar tensão de mistério e intriga indispensáveis ao interesse e apreensão do leitor.
Há quem distinga este tipo de literatura, que os puristas classificam de narrativa criminal, da literatura ficcionada, a policiária. Bem parece teoria de emaranhar ou complicar: a literatura policial é só uma, há sim diversos ramos, géneros ou subgéneros. Segundo o tema que aborda e visão do analista.
O romance, a novela, o conto, o enigma ou problema policiário (jogo de lógica de raciocínio proposto como passatempo intelectual) são ficção pura. Neles se distinguem os géneros maiores: a narrativa de enigma ou novela de problema clássico, a narrativa negra ou de máscara negra, ou de suspense. Destas sim, ao longo do tempo, com acentuado clima no espaço norte-americano, são férteis os sub-géneros (crook, hardboiled, thoug procedural, private eye, penitentiary story, psychology) a desenvolver em futuros TEMAS.
No que concerne a narrativa de enigma, a clássica narração que origina o género policiário, estruturada na existência de um delito, em regra um homicídio misterioso, face ao qual o detective, investigador privado ou simples curioso, recorrendo a indícios encontrados, a procedimentos técnico-científicos e a interrogatórios, desmascara o culpado.
Para captar a atenção do leitor, que em muitos casos inconscientemente, em nervosa expectativa, entra em competição com o investigador, é imprescindível utilizar pistas falsas, armadilhas habilmente urdidas para atrapalhar a acção da polícia ou investigador, até ao encaixar das peças dispersas do puzzle criado pela inteligência do autor.
Resumindo, na narrativa clássica, mais do que simples entretenimento, propõe-se um jogo de inteligência — investigador/contraventor — que desafio o raciocínio do leitor.
Uma derivação do género, mas nele incluída é a chamada narração invertida. Nesta sabe-se quem cometeu o crime e como foi cometido, residindo a expectativa em seguir o trabalho do investigador e seguir os escassos indícios que o delinquente deixou ao cometer o crime até à sua identificação. O enigma é uma interrogação constante em busca da resposta, elucidação ou explicação que o autor montou, exige um princípio ético, convincente e a denúncia do mal face à ordem e à justiça. Obviamente que o autor com frequência inclui aspectos individuais, sociológicos, políticos, fantasiosos e outros para dar um fundo de impacto à escrita e confundir o leitor, mas qualquer que seja essa derivação, determina sempre a resolução do enigma fulcral.
M. Constantino
Em Os Elementos Fundamentais da Narrativa Policiária (in Pesquisa Nov.1990) consideramos que o hibridismo de que se reveste tal narrativa impede uma definição generalizada. Conclusão válida. É bem óbvio que nas diversidades de concepção e constante mutação da sua arquitectura, é inútil procurar um ponto comum. Por outro lado há sempre possibilidade de assinalar em concreto as bases de cada padrão narrativo.
No todo da narrativa policiária há que distinguir o conteúdo imaginário do verdadeiro. No último caso é necessário determinar se tal assunto é puramente real ou se se está em presença de uma crónica novelada, por exemplo A Sangue Frio de Truman Capote. Não é indiferente pôr no mesmo saco as Memórias de Vidocq, descrição de vida e aventuras do célebre polícia francês, antes ladrão procurado por aquela, da história dos crimes da máfia ou recompilação de crónicas forenses, fichas criminais que correspondem a factos verídicos, e a novelação literária que aproveita a realidade, rodeada de fantasia bastante para criar tensão de mistério e intriga indispensáveis ao interesse e apreensão do leitor.
Há quem distinga este tipo de literatura, que os puristas classificam de narrativa criminal, da literatura ficcionada, a policiária. Bem parece teoria de emaranhar ou complicar: a literatura policial é só uma, há sim diversos ramos, géneros ou subgéneros. Segundo o tema que aborda e visão do analista.
O romance, a novela, o conto, o enigma ou problema policiário (jogo de lógica de raciocínio proposto como passatempo intelectual) são ficção pura. Neles se distinguem os géneros maiores: a narrativa de enigma ou novela de problema clássico, a narrativa negra ou de máscara negra, ou de suspense. Destas sim, ao longo do tempo, com acentuado clima no espaço norte-americano, são férteis os sub-géneros (crook, hardboiled, thoug procedural, private eye, penitentiary story, psychology) a desenvolver em futuros TEMAS.
No que concerne a narrativa de enigma, a clássica narração que origina o género policiário, estruturada na existência de um delito, em regra um homicídio misterioso, face ao qual o detective, investigador privado ou simples curioso, recorrendo a indícios encontrados, a procedimentos técnico-científicos e a interrogatórios, desmascara o culpado.
Para captar a atenção do leitor, que em muitos casos inconscientemente, em nervosa expectativa, entra em competição com o investigador, é imprescindível utilizar pistas falsas, armadilhas habilmente urdidas para atrapalhar a acção da polícia ou investigador, até ao encaixar das peças dispersas do puzzle criado pela inteligência do autor.
Resumindo, na narrativa clássica, mais do que simples entretenimento, propõe-se um jogo de inteligência — investigador/contraventor — que desafio o raciocínio do leitor.
Uma derivação do género, mas nele incluída é a chamada narração invertida. Nesta sabe-se quem cometeu o crime e como foi cometido, residindo a expectativa em seguir o trabalho do investigador e seguir os escassos indícios que o delinquente deixou ao cometer o crime até à sua identificação. O enigma é uma interrogação constante em busca da resposta, elucidação ou explicação que o autor montou, exige um princípio ético, convincente e a denúncia do mal face à ordem e à justiça. Obviamente que o autor com frequência inclui aspectos individuais, sociológicos, políticos, fantasiosos e outros para dar um fundo de impacto à escrita e confundir o leitor, mas qualquer que seja essa derivação, determina sempre a resolução do enigma fulcral.
M. Constantino
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