A Colecção Vampiro — Os Mestres da Literatura Policial, mais conhecida por Vampiro de Bolso, surge em 1947. É uma das 30 colecções editadas pela Livros do Brasil e é reconhecida, com unanimidade e aclamação, como a colecção mais popular de literatura policiária.
O sucesso deste caso deve-se certamente a uma multiplicidade de factores. Para o prestígio da colecção, foi determinante a qualidade dos autores — muitos inéditos em Portugal — fruto de uma selecção criteriosa. Segundo Luís Miguel Queirós (Clicar) a popularidade da Vampiro também pode ser atribuída às capas “uma verdadeira pedrada no charco das artes gráficas nacionais.”, destacam-se as da autoria de Cândido Costa Pinto e de Lima de Freitas. O formato de bolso (105x160) e o seu impacto, não só no preço, mas na comodidade com que podiam ser transportados e lidos. A diversidade de locais onde os livros podiam ser adquiridos extravasa os escaparates das livrarias, os quiosques, bancas de caminho-de-ferro e camionagens, tabacarias, contribuiu certamente para facilitar a compra e agarrar novos leitores numa época em que as viagens eram longas e o quotidiano deslizava devagar. Cada livro oferecia nas últimas páginas “a condensação” do volume seguinte, um verdeiro presente envenenado que transcrevia pequenos trechos e terminava invariavelmente com perguntas “Mas afinal quem assassinou…? Porque o fez? Como se passou…?” aliciando desta forma o leitor para a compra de mais um livro. E como se isso não fosse suficiente exibia na contracapa sob o título “O Próximo Volume” mais um chamariz com dados sobre o autor ou sobre os protagonistas, chegando por vezes ao ponto de lançar um desafio irrecusável ao leitor: conseguir descobrir o mistério antes da personagem principal…
A Vampiro é um caso único de longevidade, com a publicação mensal regular durante décadas e tem 703 títulos publicados.
Em 2004, no Nº677 A Astúcia de Mr. Reeder de Edgar Wallace, a Colecção Vampiro altera o formato dos livros (115x185) e publica apenas mais 26 livros até 2007
No Nº703, o último título editado — Do Álbum de um Detective da autoria de Headon Hill — na Nota de Abertura é prometido que “a Colecção Vampiro passará a sair regularmente de dois em dois meses” o que infelizmente não viria a acontecer…
O Policiário de Bolso traz hoje aos leitores a promessa feita no início do ano — um olhar especial sobre a famigerada da Colecção Vampiro. A primeira etapa: Nº1 a Nº100!
Reportagem SIC - 2006
Das confissões de um leitor policiário: Excelente.
ResponderEliminarObrigada pelo comentário.
EliminarO Policiário de Bolso está ainda na “fase de investigação” sobre quais serão os aspectos mais interessantes a incluir na apresentação de cada um dos livros.
O "Nº 1 da Vampiro" está prestes a ser publicado. Agradecemos sugestões.
Det. Jeremias
Belíssima reportagem sobre uma coleção memorável. Eu a coleciono há 37 anos e tenho em torno de 514 volumes que são um dos orgulhos de minha biblioteca. Das capas de Cândido Costa Pinto ou Lima de Freitas, das traduções de Fernanda Pinto Rodrigues ou Wilson Velloso (ou mesmo de brasileiros como, por ex.,o poeta Mário Quintana que traduziu Fredric Brown para a Vampiro), de autores muito bons e inéditos no Brasil (como Harry Carmichael, John Franklin Bardin, Joel Townsley Rogers, etc) tudo é adorável na valorosa Vampiro. E esta reportagem me deu a oportunidade de ver o Sr. António Souza-Pinto com o qual me correspondi, por carta, durante 10 anos e era uma simpatia de pessoa. Tudo acaba, infelizmente, e este dia chegou para a querida Vampiro. Só posso agradecer a todos da Livros do Brasil que, por 37 anos, fez a alegria deste humilde brasileiro. E um muito obrigado por esta matéria e por todo este site adorável meu caro Det. Jeremias.
EliminarAgradeço o seu comentário e a sua adesão ao blogue.
EliminarA falta de tempo não tem permitido ao Policiário de Bolso dedicar a atenção devida à Colecção Vampiro, dando continuidade à apresentação de cada um dos números publicados. Estamos a pensar numa forma diferente de dar a conhecer os primeiros números desta colecção única.
Informo ainda que sou "uma" detective e não "um" detective, o que é impossível de identificar a partir do "Jeremias", pseudónimo que comecei a utilizar para concorrer como solucionista a desafios policiários.
Uma vez mais, obrigada pelas suas palavras.
Det. Jeremias
Prezada Det. Jeremias. Em primeiro lugar, como dizemos aqui no Brasil, "mil desculpas" pelo equívoco. Eu realmente fui enganado pelo nome Jeremias. Mea culpa, mea maxima culpa. Quanto ao conteúdo do site, em especial ao tema da Col.Vampiro, eu vou enfatizar bem: um trabalho hercúleo, feito com carinho e dedicação. Parabéns mais uma vez e lamento que meus adjetivos sejam tão precários para expressar a minha admiração pelo seu trabalho. Se me permitir,cara Det.Jeremias, estarei visitando, sempre que puder, este pequeno paraíso chamado Policiário de Bolso. E termino usando a língua de Shakespeare: Please keep up the good work, congratulations and thank you so much, my dear Jeremias.
EliminarBom dia a partir de Lisboa!
EliminarTenho a colecção Vampiro completa, revistas incluídas que saíram com a 1ª edição durante algum tempo. Vendo pela melhor oferta.
Olá.Você possui a coleção? Consegue me dizer quantas reedições tiveram os exemplares?
ResponderEliminarAté mais.