EFEMÉRIDES – Dia 29 de Fevereiro
Heimo Lampi (1920 – 1998)
Nasce em Hollola, Filândia. Advogado e colunista de jornais está incluído no grupo de escritores de crime escandinavos. O destaque na sua obra vai para Death Stalks Meteora , no título original Kuolema Kulkee Meteoralla, escrito em 1981.
Heimo Lampi (1920 – 1998)
Nasce em Hollola, Filândia. Advogado e colunista de jornais está incluído no grupo de escritores de crime escandinavos. O destaque na sua obra vai para Death Stalks Meteora , no título original Kuolema Kulkee Meteoralla, escrito em 1981.
TEMA — OS GRANDES TEMAS DA FICÇÃO CIENTÍFICA - ROBÔS
Desde os tempos em que a bruma da história é intensa, impenetrável, por vezes transformada em mera lenda, a criação de seres metálicos ou mecânicos ocupa uma parcela da fascinação humana.
Um passeio pelo túnel do espaço literário permite conhecer os homens mecânicos de As Mil e Uma Noites, as raparigas de ouro do deus grego Hefaísto, os jogadores de xadrez do Barão de Kempelen ou Maelzel, etc. etc.
Em R.U.R., iniciais correspondentes a Rossum's Universal Robots, peça teatral de 1920, do autor checo Karel Čapek, (1890-1938), nasce o termo robot, derivado de robota (trabalho) aplicado aos seres artificiais criados pelo industrial Rossum para substituir os homens no trabalho. A partir de então, o termo usa-se, na generalidade, para designar criaturas metálicas, quase sempre hominídeas, perigosas umas — sempre prontas da dominar a humanidade em seu proveito — pacíficas outras, por vezes sujeitas a maus tratos e agressões da incompreensão humana, a menos que apresentem programação menos segura.
Breve resenha que se pretendia esboçar do robô através da história da ficção científica apresentar-se-ia como um tratado, tal o volume de diversificação da temática.
Opta-se por exemplificarão sabor da preferência.
Os robôs de Rossum estão impregnados daquilo a que se convencionou designar por sindroma de Frankenstein, isto é, a constância da revolta da criatura contra o seu criador. Advirta-se, por outro lado que, muito embora se tivesse recolhido e propagado o termo robô através daquela narração, no actual nível da literatura de ficção científica tais figuras seriam classificadas de andróides dada a sua natureza orgânica produzida por meios sintéticos. A palavra robô será aplicada exclusivamente a seres mecânicos construídos de matérias inorgânicas, metal em regra, e dotados de cérebros electrónicos que lhes permitiria a movimentação.
Os robôs de Rossum vestem-se como ao pessoas, blusas de pano cru, apertadas por correias e ostentando placas de cobre com um numero. Caras sem expressão, olhar fixo, os seus movimentos e a maneira de falaz tem qualquer coisa de seco, de hirto. Podem fazer o mesmo trabalho que o homem, mas por menor custo: os robôs Rossum podem ser adquiridos por 150 dólares cada.
Harry Domin, director geral das fábricas, comenta: o velho Rossum queria destronar Deus. Era um materialista terrível. O que ele queria era fornecer a prova de que não precisamos de Nosso Senhor, metendo-se-lhe na cabeça fazer um homem exactamente igual a nós diante do seu tubo de ensaio e sonhando que dali sairia uma árvore da vida, inteirinha. Uma salmoura coloidal que nem um rafeiro seria capaz de tragar, e que poderia ter obtido, por exemplo, uma medusa com cérebro de Sócrates ou então uma minhoca com cinquenta metros de comprimento.Isto é o que diz o velho Rossum, mas foi o jovem Rossum quem teve a ideia de fazer máquinas de trabalho vivas e inteligentes.Uma máquina de trabalho não precisa de sentir alegria, nem tocar violino, nem fazer uma porção de coisas no género… e fabricar operários artificiais é a mesma coisa que fabricar motores a petróleo… os robôs não são homens; do ponto de vista mecânico
São mais perfeitos do que nós, possuem uma inteligência admirável, mas não têm alma…Mas de tempos a tempos os robôs que não têm amor a nada, nem a eles próprios, têm um ataque de raiva. Chama-se-lhes convulsões, acredita-se num defeito do organismo e era necessário metê-los na prensa.
De trabalhadores passaram a soldados. Primeiro nos campos de batalha…, depois a insurreição em Madrid contra o governo…
A primeira organização da raça robô formou-se no Havre.
Nós, primeira organização da raça de Rossum's Universal Robot, declaramos o homem inimigo e proscrito do universo.
O homem já não nasce, mas vida não perecerá.
A tradição explica a querela: uma nova imagem da rebelião de Lúcifer contra o seu criador, e que dominou a Ficção Científica primitiva.
Foi preciso esperar até 1938, para que o robô monstruoso, vilão, desse lugar a um tipo bem mais simpático, Adam Link, de Eando Binder (ps. dos irmãos Earl Andrew Binder (1904 -1965), e Otto Oscar Binder (1911-1974), que protagoniza uma série de aventuras verdadeiramente agradáveis.
A confirmação dessa nova imagem deve-se, porém, ao famoso Isaac Asimov. Em 1939 escreveu Robbie um robô-ama-seca, que ficará famoso, cuja cabeça era um pequeno paralelepípedo de arestas e cantos arredondados lidados a um paralelepípedo maior, que servia de tronco por meio de uma baste curta e flexível, brilhantes olhos vermelhos, pele metálica mantida a uma temperatura de vinte e um graus pelas bobines interiores de alta resistência. Pernas e braços de aço cromado, braços capazes de vergar uma barra de aço de cinco centímetros de espessura até lhe dar a forma de um biscoito, mas capazes também de enlaçar suave e amorosamente uma menina de oito anos. Uma máquina sem voz, sim, mas uma máquina cheia de amor.
As Asimov se devem os robôs positrónicos, nova técnica que substitui cérebro electrónico então existente. Ao mesmo se devem as três Leis da Robótica, que baniu o terrível síndroma de Frankenstein:
1 - Um robô não pode causar dano a um ser humano nem, por inacção, permitir que qualquer homem sofra danos;
2 – Um robô deve cumprir as ordens que lhe forem dadas pelos seres humanos, excepto em casos que essas ordens colidam com a Primeira Lei;
3 – Um robô deve proteger a própria existência desde que essa protecção não colida com a Primeira ou com a Segunda Lei.
Máquinas perfeitas, sem dúvida.
Em L-do-it?, um interessante conto de Clifford Simak, encontramos o modelo suficiente perfeito para pôr em causa o termo máquina.Demonstraremos a Vossa Senhoria — disse Lee — que os robôs são algo mais que simples máquinas. Nós estamos dispostos a apresentar provas de que em tudo, salvo no metabolismo, o robô e uma cópia do homem e que inclusivamente t o metabolismo e até certo ponto, análogo ao metabolismo do homem.
E o Tribunal pronunciou as suas decisões:
Os robôs possuem capacidade de livre escolha…
Os robôs possuem capacidade de pensar…
Os robôs podem reproduzir-se…M Constantino
Desde os tempos em que a bruma da história é intensa, impenetrável, por vezes transformada em mera lenda, a criação de seres metálicos ou mecânicos ocupa uma parcela da fascinação humana.
Um passeio pelo túnel do espaço literário permite conhecer os homens mecânicos de As Mil e Uma Noites, as raparigas de ouro do deus grego Hefaísto, os jogadores de xadrez do Barão de Kempelen ou Maelzel, etc. etc.
Em R.U.R., iniciais correspondentes a Rossum's Universal Robots, peça teatral de 1920, do autor checo Karel Čapek, (1890-1938), nasce o termo robot, derivado de robota (trabalho) aplicado aos seres artificiais criados pelo industrial Rossum para substituir os homens no trabalho. A partir de então, o termo usa-se, na generalidade, para designar criaturas metálicas, quase sempre hominídeas, perigosas umas — sempre prontas da dominar a humanidade em seu proveito — pacíficas outras, por vezes sujeitas a maus tratos e agressões da incompreensão humana, a menos que apresentem programação menos segura.
Breve resenha que se pretendia esboçar do robô através da história da ficção científica apresentar-se-ia como um tratado, tal o volume de diversificação da temática.
Opta-se por exemplificarão sabor da preferência.
Os robôs de Rossum estão impregnados daquilo a que se convencionou designar por sindroma de Frankenstein, isto é, a constância da revolta da criatura contra o seu criador. Advirta-se, por outro lado que, muito embora se tivesse recolhido e propagado o termo robô através daquela narração, no actual nível da literatura de ficção científica tais figuras seriam classificadas de andróides dada a sua natureza orgânica produzida por meios sintéticos. A palavra robô será aplicada exclusivamente a seres mecânicos construídos de matérias inorgânicas, metal em regra, e dotados de cérebros electrónicos que lhes permitiria a movimentação.
Os robôs de Rossum vestem-se como ao pessoas, blusas de pano cru, apertadas por correias e ostentando placas de cobre com um numero. Caras sem expressão, olhar fixo, os seus movimentos e a maneira de falaz tem qualquer coisa de seco, de hirto. Podem fazer o mesmo trabalho que o homem, mas por menor custo: os robôs Rossum podem ser adquiridos por 150 dólares cada.
Harry Domin, director geral das fábricas, comenta: o velho Rossum queria destronar Deus. Era um materialista terrível. O que ele queria era fornecer a prova de que não precisamos de Nosso Senhor, metendo-se-lhe na cabeça fazer um homem exactamente igual a nós diante do seu tubo de ensaio e sonhando que dali sairia uma árvore da vida, inteirinha. Uma salmoura coloidal que nem um rafeiro seria capaz de tragar, e que poderia ter obtido, por exemplo, uma medusa com cérebro de Sócrates ou então uma minhoca com cinquenta metros de comprimento.Isto é o que diz o velho Rossum, mas foi o jovem Rossum quem teve a ideia de fazer máquinas de trabalho vivas e inteligentes.Uma máquina de trabalho não precisa de sentir alegria, nem tocar violino, nem fazer uma porção de coisas no género… e fabricar operários artificiais é a mesma coisa que fabricar motores a petróleo… os robôs não são homens; do ponto de vista mecânico
São mais perfeitos do que nós, possuem uma inteligência admirável, mas não têm alma…Mas de tempos a tempos os robôs que não têm amor a nada, nem a eles próprios, têm um ataque de raiva. Chama-se-lhes convulsões, acredita-se num defeito do organismo e era necessário metê-los na prensa.
De trabalhadores passaram a soldados. Primeiro nos campos de batalha…, depois a insurreição em Madrid contra o governo…
A primeira organização da raça robô formou-se no Havre.
Nós, primeira organização da raça de Rossum's Universal Robot, declaramos o homem inimigo e proscrito do universo.
O homem já não nasce, mas vida não perecerá.
A tradição explica a querela: uma nova imagem da rebelião de Lúcifer contra o seu criador, e que dominou a Ficção Científica primitiva.
Foi preciso esperar até 1938, para que o robô monstruoso, vilão, desse lugar a um tipo bem mais simpático, Adam Link, de Eando Binder (ps. dos irmãos Earl Andrew Binder (1904 -1965), e Otto Oscar Binder (1911-1974), que protagoniza uma série de aventuras verdadeiramente agradáveis.
A confirmação dessa nova imagem deve-se, porém, ao famoso Isaac Asimov. Em 1939 escreveu Robbie um robô-ama-seca, que ficará famoso, cuja cabeça era um pequeno paralelepípedo de arestas e cantos arredondados lidados a um paralelepípedo maior, que servia de tronco por meio de uma baste curta e flexível, brilhantes olhos vermelhos, pele metálica mantida a uma temperatura de vinte e um graus pelas bobines interiores de alta resistência. Pernas e braços de aço cromado, braços capazes de vergar uma barra de aço de cinco centímetros de espessura até lhe dar a forma de um biscoito, mas capazes também de enlaçar suave e amorosamente uma menina de oito anos. Uma máquina sem voz, sim, mas uma máquina cheia de amor.
As Asimov se devem os robôs positrónicos, nova técnica que substitui cérebro electrónico então existente. Ao mesmo se devem as três Leis da Robótica, que baniu o terrível síndroma de Frankenstein:
1 - Um robô não pode causar dano a um ser humano nem, por inacção, permitir que qualquer homem sofra danos;
2 – Um robô deve cumprir as ordens que lhe forem dadas pelos seres humanos, excepto em casos que essas ordens colidam com a Primeira Lei;
3 – Um robô deve proteger a própria existência desde que essa protecção não colida com a Primeira ou com a Segunda Lei.
Máquinas perfeitas, sem dúvida.
Em L-do-it?, um interessante conto de Clifford Simak, encontramos o modelo suficiente perfeito para pôr em causa o termo máquina.Demonstraremos a Vossa Senhoria — disse Lee — que os robôs são algo mais que simples máquinas. Nós estamos dispostos a apresentar provas de que em tudo, salvo no metabolismo, o robô e uma cópia do homem e que inclusivamente t o metabolismo e até certo ponto, análogo ao metabolismo do homem.
E o Tribunal pronunciou as suas decisões:
Os robôs possuem capacidade de livre escolha…
Os robôs possuem capacidade de pensar…
Os robôs podem reproduzir-se…M Constantino
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