EFEMÉRIDES – Dia 23 de Fevereiro
M. S. Craig (1923 – 1991)
Mary Francis Shura (Young) Craig nasce em Pratt, Kansas, EUA. É uma autora de livros infantis e de romances para jovens e adultos. Utiliza diferentes pseudónimos, M. S. Craig para os romances policiários. Publica na área do romance de suspense To Lay The Fox (1982), Gillian's Chain (1983), The Third Blonde (1985), Flash Point (1987); Em 1990 é eleita presidente dos Mystery Writers of America.
M. S. Craig (1923 – 1991)
Mary Francis Shura (Young) Craig nasce em Pratt, Kansas, EUA. É uma autora de livros infantis e de romances para jovens e adultos. Utiliza diferentes pseudónimos, M. S. Craig para os romances policiários. Publica na área do romance de suspense To Lay The Fox (1982), Gillian's Chain (1983), The Third Blonde (1985), Flash Point (1987); Em 1990 é eleita presidente dos Mystery Writers of America.
John Sandford (1944)
John Roswell Camp nasce em Cedar Rapids, Iowa, EUA. Jornalista, autor de bestsellers, recebe o Prémio Pulitzer do jornalismo em 1986. Rules of Prey, o seu primeiro romance policiário, é editado em 1989; é protagonizado pelo detective Lucas Davenport, numa série com mais de 20 livros e que ainda se continua a publicar.
TEMA — MISTÉRIOS DA HISTÓRIA
A MORTE DO HERDEIRO DO FARAÓ
A catedrática Sue Black, chefe de anatomia e antropologia forense da Universidade de Dundee, na Escócia, foi convidada para examinar um fragmento de crânio e face do rosto mumificado, ostentando um nariz rotundo que o identifica como realeza faraónico e por tal, guardado no Museu do Egipto do Cairo entre outras múmias destroçadas. Examinando o fragmento, a famosa catedrática, depois de séries de pesquisas e exames, verificou que se tratava de um varão de entre trinta a quarenta anos e que o nariz mumificado tinha uma depressão do lado esquerdo devido, sem a menor dúvida, a um forte golpe capaz de lhe ter provocado por acidente ou crime.
Atendendo à época, recorreu-se ao testemunho bíblico, dado que aquele nariz pertencera a Ramsés II (1303?-1213? a.C.) o faraó que inspirara o êxodo com seu filho, já que ambos haviam conhecido Moisés, sofreram as dez pragas do Egipto e era o seu exército que perseguira os filhos de Israel. Nas tábuas ou nos hieróglifos não se registavam qualquer acidente. Sem registos os estudiosos, que nem sequer põem em dúvida o êxodo e o fracasso do exército faraónico, voltam-se para os egiptólogos que escavavam o solo do Vale dos Reis. Aí encontram uma tumba meio destruída onde recolhem o que dizem ser o 1º, 2º, 6º e 9º filho de Ramsés, o Grande, e que foram retirados.
Soe Black, com toda a sua autoridade e conhecimentos mantém que a fractura encontrada originou a morte, por ter haver atingido um vaso sanguíneo, tem a forma de uma pedra, uma arma letal usada nas batalhas na antiguidade. A morte, assim, seria normal para um homem da sua idade e líder do exército d sereso seu pai, tratar-se-ia de Amun-her-khepeshef, o primogénito do Faraó. O êxodo envolveu dois milhões de seres, de entre os filhos de Israel, enquanto os homens do exército não chegariam aos 20 000, bem armados mas inúteis em terreno quase sempre adverso. Nada mais fácil do que passar despercebido o matador, mas não a morte, já que o corpo foi para o Museu do Cairo.
Ontem como hoje, razões políticas abafam os contratempos cujo conhecimento prejudica a governação.
M. Constantino
TEMA — O CRIME NA LITERATURA NÃO POLICIÁRIA
TRAIÇÃO
Extracto de Jornadas de Portugal
De Antero de Figueiredo
O sr. Francisco, velho alquilador, dono e condutor da traquitana a espedaçar-se nas suas ferragens desconjuntadas, vai-me contando casos e coisas das terras que atravessamos. A sua cara sem barba, modelada pelas sombras da face seca e pelos vincos fundos aos lados da boca, na testa e em volta dos olhos negros que dominam, com expressão fiel, toda esta rudeza — lembra a dos «homens do Infante», no painel de Nuno Gonçalves.
Por deferência, conversa comigo em língua grave (português), mas com a rara gentinha triste que vamos topando por estes rudes caminhos, troca dizeres em ter-mos charros (mirandês) de espanholado falar.
— Como vai aqueilha que sabes?
— Marie?
— Si.
— Não me hables delha!
— Porquê?
— Es una ambrulheira, una cotchina, una…
— Que me cuntas?!
Nesta altura o tal Menul (um moço de lavoura tosco e espadaúdo), fita os olhos de brasa nos olhos mansos do Francisco e, por entre dentes cerrados esfuzia uma palavra baixa e insolente, a espumar ódio e sangue, contra a traidora, levantando os braços hirtos de cólera e enviesando o olhar inviperado na direcção de uma aldeia parda, ao longe, faz, com as mãos crispadas, um gesto convulso de ameaça tremenda. Súbito, corta, duro, para o monte, em passadas agrestes. Vai furibundo: leva na alma o cio de um toiro e o ciúme arreganhado e noctívago de um felino montês.
O cocheiro ainda lhe gritou do alto da boleia:
— Manul, anda cá!
— Adius!
— Que tengas juizio!…
E para mim:
— A cabra da rapaza!… Pregou-lha!…É rês ao monte!…
— Mata-a?
— O mais certo. Nestes sítios, as mortes são só por vinho ou por mulheres.
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