EFEMÉRIDES – Dia 19 de Fevereiro
Yves Dermèze (1915 - 1989)
Paul Bérato nasce em Tonneins, Aquitânia, França. Escritor de policiário, aventura e ficção científica usa vários pseudónimos, sendo os mais conhecidos Yves Dermèze, Paul Béra. É galardoado em 1950 com o Prix du Roman d'Aventures com Souvenance Pleurait. Em 1977 recebe o Grand Prix de l'Imaginaire atribuido pelo conjunto da sua obra. Escreve no total perto de 40 livros. Para registo eis os pseudónimos usados pelo escritor: André Gascogne, Michel Avril e Paul Mystère, este último como co-autor. E ainda Alain Janvier, Francis Hope, François Richard, Jean Vier, John Luck, Luigi Saetta, Martin Slang, Serge Marèges, Serge Valentin, Steve Evans, Téka e outros… No campo policiário estão publicados em Portugal:
1 - Um Anel de Rubis (1951), nº104 da Colecção Os Melhores Romances Policiais, Livraria Clássica Editora. Título Original: Double Crime Sans Indices (1946)
2 - Souvenance Chorava (1951), Clássica Editora 1950. Título Original: Souvenance Pleurait
Yves Dermèze (1915 - 1989)
Paul Bérato nasce em Tonneins, Aquitânia, França. Escritor de policiário, aventura e ficção científica usa vários pseudónimos, sendo os mais conhecidos Yves Dermèze, Paul Béra. É galardoado em 1950 com o Prix du Roman d'Aventures com Souvenance Pleurait. Em 1977 recebe o Grand Prix de l'Imaginaire atribuido pelo conjunto da sua obra. Escreve no total perto de 40 livros. Para registo eis os pseudónimos usados pelo escritor: André Gascogne, Michel Avril e Paul Mystère, este último como co-autor. E ainda Alain Janvier, Francis Hope, François Richard, Jean Vier, John Luck, Luigi Saetta, Martin Slang, Serge Marèges, Serge Valentin, Steve Evans, Téka e outros… No campo policiário estão publicados em Portugal:
1 - Um Anel de Rubis (1951), nº104 da Colecção Os Melhores Romances Policiais, Livraria Clássica Editora. Título Original: Double Crime Sans Indices (1946)
2 - Souvenance Chorava (1951), Clássica Editora 1950. Título Original: Souvenance Pleurait
Ross Thomas (1926 - 1995)
Ross Elmore Thomas nasce em Oklahoma City, EUA. É jornalista, agente de relações públicas, guionista e especialista em ficção político-criminal. Cria os personagens Mac McCorkle e Mike Padillo. Inicia-se no romance policiário em 1966 com The Cold War Swap, obra que ganha Edgar Award para o melhor primeiro romance no ano seguinte. Para a série Mac McCorkle escreve quatro títulos, para a série Arthur Case Wu, três, publica treze romances entre 1967 e 1994; sob o pseudónimo Oliver Leeck escreve cinco livros de suspense e aventura, entre 1969 e 1976, protagonizados por Philip St. Yves, mais tarde adaptados ao cinema. Em 1982 Ross Thomas é convidado por Wim Wenders para guionista do filme Hammett, onde acaba por desempenhar um pequeno papel. Ganha o Edgar Award para o melhor romance, em 1985, com Briarpatch (1984). Depois de trinta anos ao serviço da literatura policiária Ross Thomas recebe a título póstumo, em 2002, The Gumshoe Lifetime Achievement Award pelo conjunto da sua obra.
(este escritor foi incluído, por lapso, no dia 12; fica agora a situação corrigida)
Ross Elmore Thomas nasce em Oklahoma City, EUA. É jornalista, agente de relações públicas, guionista e especialista em ficção político-criminal. Cria os personagens Mac McCorkle e Mike Padillo. Inicia-se no romance policiário em 1966 com The Cold War Swap, obra que ganha Edgar Award para o melhor primeiro romance no ano seguinte. Para a série Mac McCorkle escreve quatro títulos, para a série Arthur Case Wu, três, publica treze romances entre 1967 e 1994; sob o pseudónimo Oliver Leeck escreve cinco livros de suspense e aventura, entre 1969 e 1976, protagonizados por Philip St. Yves, mais tarde adaptados ao cinema. Em 1982 Ross Thomas é convidado por Wim Wenders para guionista do filme Hammett, onde acaba por desempenhar um pequeno papel. Ganha o Edgar Award para o melhor romance, em 1985, com Briarpatch (1984). Depois de trinta anos ao serviço da literatura policiária Ross Thomas recebe a título póstumo, em 2002, The Gumshoe Lifetime Achievement Award pelo conjunto da sua obra.
(este escritor foi incluído, por lapso, no dia 12; fica agora a situação corrigida)
A.D.G. (1947 – 2004)
Alain Fournier nasce em Tours. Jornalista e escritor policiário assina as suas obras com as iniciais do seu pseudónimo, Alain Dreux Gallou. Cria um estilo próprio, muitas vezes rotulado de neo-polar. A sua escrita é recheada de gíria, trocadilhos e neologismos e os personagens das suas histórias são verdadeiros anti heróis livres truculentos. O seu primeiro romance é La Divine Surprise (1971) e seguem-se mais de vinte livros na mesma linha
Alain Fournier nasce em Tours. Jornalista e escritor policiário assina as suas obras com as iniciais do seu pseudónimo, Alain Dreux Gallou. Cria um estilo próprio, muitas vezes rotulado de neo-polar. A sua escrita é recheada de gíria, trocadilhos e neologismos e os personagens das suas histórias são verdadeiros anti heróis livres truculentos. O seu primeiro romance é La Divine Surprise (1971) e seguem-se mais de vinte livros na mesma linha
CONTO — QUARTO COM SOLPorque há que descansar ao fim de semana, propomos um conto de Ficção Científica de Vasco Fortes.
M. Constantino
Acordar de manhã. Raios de sol atravessam as finas cortinas e incidiram sobre o soalho dando um novo tom ao quarto.
Uma volta na cama. O desejo de estar uns momentos mergulhado no sono comprometia o acordar. Estava em sonhos. Não deviam ser maus pois queria manter-se mais um pouco.
Com um gemido a consciência aos poucos tornava posse do seu corpo. As pernas mexeram-se, algo incomodadas com a longa estada na mesma posição. Agora, eram os olhos que saíam da penumbra característica dos sonhos. Notou a luz que lhe chegou através das pálpebras numa tonalidade vermelha de sangue. Calmamente caiu na realidade do tempo. Gradualmente tomou consciência. E, apesar dos olhos fechados percebeu estar num sítio estranho. De facto os seus acordares não eram assim.
Como toda a família, dormia no interior da pequena e velha casa entalada entre prédios altos mais modernos, mas mesmo assim já antigos. Apenas a janela da sala iluminava de luz natural o espaço da casa. O seu quarto não era excepção. Também ele estava completamente imerso na escuridão, mesmo ao meio-dia.
O cheiro confirmava que estava fora do seu abrigo de todas as noites. Sim, cheirava a cera fresca, pelo menos do dia anterior, o que lhe causava um certo incómodo, irritando-lhe as mucosas nasais.
“Atchim!!”
O espirro obrigou-o a sentar-se na cama e a abrir os olhos. Apesar de o compartimento ser de pequenas dimensões, reparou que eram maiores do que as do seu quarto. Olhou em volta ainda empecilhado com a irrigação excessiva dos seus olhos provocada pelo espirro e pelo rompante de luz que entrava em fios pelo meio do quarto.
“Atchim!!”
Novo espirro impediu-o de olhar mais atentamente. Fungou com força para tentar evitar novo ataque.
Mais calmo, e em melhores condições pôde olhar em volta. Era um quarto simples, de pessoa que vive só. Pelo menos assim dava a entender a estreiteza da cama onde dormira. Esta coberta com uma colcha de seda natural branca, localizava-se geometricamente no meio do quarto. De um lado, e a meio ficava a janela alta e com bandeira.
Enquanto olhava em volta coçava-se, reflectindo no sono profundo que tinha passado. Como de costume não lembrava o que tinha sonhado. Apenas traços muito gerais e esbatidos davam-lhe a certeza de ler sonhado. Não importava; importava, isso sim, saber como tinha vindo ali parar, naquele quarto estranho.
Absorto, coçava as costas. Estava em roupa interior. O cabelo completamente despenteado, tomava jeitos e trejeitos a fazer madeixas de cabelo fino a .sair em várias direcções, o que lhe dava um aspecto esgrouviado.
“Ahhhhh!”
Bocejou. Um esgar exagerado da sua boca acompanhava o ruído que fazia. Quando terminou, coçou a cabeça com força.
Deixou-se cair de novo sobre a cama, ainda em pensamentos confusos, tentando descobrir como teria vindo ali parar. Fechou os olhos para concentrar-se melhor. Mas apesar de tentar resistir acabou por adormecer de novo, caindo nos pensamentos que lhe turvavam a consciência.
Acordou de novo, mas agora perturbado pela escuridão familiar que o envolvia. Estava de novo no seu quarto, e num salto brusco retomou as faculdades sobressaltadas pela lembrança do ocorrido havia pouco. Era de facto o seu quarto, e mais uma vez ficou intrigado pela circunstância. Abriu as gavetas da memória, e, ainda embriagado de sono, veio-lhe à cabeça uma frase — Quarto com Sol. Fora com este desejo que adormecera na noite anterior, o que seria acordar num quarto completamente novo banhado pelo Sol…
M. Constantino
Acordar de manhã. Raios de sol atravessam as finas cortinas e incidiram sobre o soalho dando um novo tom ao quarto.
Uma volta na cama. O desejo de estar uns momentos mergulhado no sono comprometia o acordar. Estava em sonhos. Não deviam ser maus pois queria manter-se mais um pouco.
Com um gemido a consciência aos poucos tornava posse do seu corpo. As pernas mexeram-se, algo incomodadas com a longa estada na mesma posição. Agora, eram os olhos que saíam da penumbra característica dos sonhos. Notou a luz que lhe chegou através das pálpebras numa tonalidade vermelha de sangue. Calmamente caiu na realidade do tempo. Gradualmente tomou consciência. E, apesar dos olhos fechados percebeu estar num sítio estranho. De facto os seus acordares não eram assim.
Como toda a família, dormia no interior da pequena e velha casa entalada entre prédios altos mais modernos, mas mesmo assim já antigos. Apenas a janela da sala iluminava de luz natural o espaço da casa. O seu quarto não era excepção. Também ele estava completamente imerso na escuridão, mesmo ao meio-dia.
O cheiro confirmava que estava fora do seu abrigo de todas as noites. Sim, cheirava a cera fresca, pelo menos do dia anterior, o que lhe causava um certo incómodo, irritando-lhe as mucosas nasais.
“Atchim!!”
O espirro obrigou-o a sentar-se na cama e a abrir os olhos. Apesar de o compartimento ser de pequenas dimensões, reparou que eram maiores do que as do seu quarto. Olhou em volta ainda empecilhado com a irrigação excessiva dos seus olhos provocada pelo espirro e pelo rompante de luz que entrava em fios pelo meio do quarto.
“Atchim!!”
Novo espirro impediu-o de olhar mais atentamente. Fungou com força para tentar evitar novo ataque.
Mais calmo, e em melhores condições pôde olhar em volta. Era um quarto simples, de pessoa que vive só. Pelo menos assim dava a entender a estreiteza da cama onde dormira. Esta coberta com uma colcha de seda natural branca, localizava-se geometricamente no meio do quarto. De um lado, e a meio ficava a janela alta e com bandeira.
Enquanto olhava em volta coçava-se, reflectindo no sono profundo que tinha passado. Como de costume não lembrava o que tinha sonhado. Apenas traços muito gerais e esbatidos davam-lhe a certeza de ler sonhado. Não importava; importava, isso sim, saber como tinha vindo ali parar, naquele quarto estranho.
Absorto, coçava as costas. Estava em roupa interior. O cabelo completamente despenteado, tomava jeitos e trejeitos a fazer madeixas de cabelo fino a .sair em várias direcções, o que lhe dava um aspecto esgrouviado.
“Ahhhhh!”
Bocejou. Um esgar exagerado da sua boca acompanhava o ruído que fazia. Quando terminou, coçou a cabeça com força.
Deixou-se cair de novo sobre a cama, ainda em pensamentos confusos, tentando descobrir como teria vindo ali parar. Fechou os olhos para concentrar-se melhor. Mas apesar de tentar resistir acabou por adormecer de novo, caindo nos pensamentos que lhe turvavam a consciência.
Acordou de novo, mas agora perturbado pela escuridão familiar que o envolvia. Estava de novo no seu quarto, e num salto brusco retomou as faculdades sobressaltadas pela lembrança do ocorrido havia pouco. Era de facto o seu quarto, e mais uma vez ficou intrigado pela circunstância. Abriu as gavetas da memória, e, ainda embriagado de sono, veio-lhe à cabeça uma frase — Quarto com Sol. Fora com este desejo que adormecera na noite anterior, o que seria acordar num quarto completamente novo banhado pelo Sol…
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