30 de agosto de 2012

CALEIDOSCÓPIO 243

Efemérides 30 de Agosto
Mary Shelley (1797 - 1851)
Mary Woolstonecraft Godwin nasce em Somers Town, Londres, Inglaterra. Romancista e ensaísta é conhecida principalmente pela sua obra Frankenstein (1818) já referido nas efemérides do CALEIDOSCÓPIO 1 (clicar) e que é o 1º livro Biblioteca Essencial de Ficção Científica e Fantasia (Clicar). Em Portugal além de Frankenstein publicado por diferentes editoras, estão também editados:
1 – O Mortal Imortal Contos Sobrenaturais (2001), Edições Século XXI. Título Original: The Mortal Immortal (1833).
2 – Contos Góticos (2008), Colecção Pena de Corvo, Editora Bico de Pena. Título Original: On Ghosts (1824).
3 – Contos Misteriosos e Fantásticos (2009), Editora Planeta. Título Original: The Keepsake (1828).

Camilla Läckberg (1974)
Jean Edith Camilla Läckberg Eriksson nasce em Fjällbacka, Bohuslän, Suécia. É uma das escritoras suecas de literatura policiária mais conhecidas. Camilla Läckberg tem, desde 2002, tem uma dezena de romances publicados, que estão traduzidos em várias línguas e são vendidos em mais de 50 países. O livro mais recente da escritora mereceu já destaque no Policiário de Bolso (clicar). Em Portugal estão ainda editados:
1 – A Princesa De Gelo (2010), Colecção Literatura Policial, Editora Dom Quixote. Título Original: Isprinsessan (2002).
2 – Gritos Do Passado (2010), Colecção Literatura Policial, Editora Dom Quixote. Título Original: Predikanten (2004).
3 – Teia De Cinzas (2011), Colecção Literatura Policial, Editora Dom Quixote. Título Original: Stenhuggarenn (2005).
4 – Ave De Mau Agoiro (2011), Colecção Literatura Policial, Editora Dom Quixote. Título Original: Olycksfageln (2006).
5 – Diários Secretos (2012), Colecção Literatura Policial, Editora Dom Quixote. Título Original: Tyskungen (2007).


TEMA — CRÓNICAS REPORTER X — UM CRIME MAIOR
Ignoro os antecedentes de Maria Rosa. Sob aquele esplendor cleopatriano havia decerto uma novela-folhetim, com amores ingénuos degenerescências a conduzira-la ao pântano… Estava destinada a ventura simples dum rés-do-chão da Estrela ou mesmo a de um primeiro andar das Avenidas Novas, com jardim, rendas nos berços dos filhos, cozido ao jantar, Tivoli e Odeon duas vezes por semana e festim com champanhe quando houvesse anos, Iá em casa… Uma má hora e uma má alma escamotearam-lhe o Destino, e atiraram-na para o mundanismo como um táxi. É possível que nos primeiros anos da feerie de papel pintado do seu triunfo julgasse que era Deus que a tirava da ventura monótona para a sucursal na terra do Paraíso dos Céus. Curta ilusão foi a da sua morfina! Ela julgava que bastaria ser como era, bela, loura, boa figura, sedutora e atraente para que se estendesse sob os pés o tapete rolante e fofo da fortuna!
Exibiu-se, variou, teve regisseurs e contra-regras; ensaiadores e intermediários… Uma vez acertou e acertou brilhantemente. Um senhor caduco, endinheirado e b
ajojo teve um beguin por Maria Rosa. Aos vinte anos e sem fortuna podia levá-lo ao crime, à loucura, à infâmia. Velho e rico — contentou-se em assinar cheques. Estabeleceu uma mesada de vinte contos.
Vinte contos por mês! Quem é que os ganha por aí, honradamente? Qual] a esposa casada com um homem honesto, trabalhador e inteligente, mas sem pôr a consciência em hasta pública — que se possa gabar de ter no seu orçamento uma receita mensal de vinte mil escudos?
Nenhum! Nenhuma!
E contudo, que de vidas nobres não se normalizariam, que de projectos grandiosos não se iniciariam; que de asilos, que de hospitais, que de lares malfadados não se reabilitariam com esse rendimento fabuloso?
Podia dizer-se que a felicidade de uma alma bem merece uma fortuna. Mas era Maria Rosa feliz com esse ouro que lhe caía, por milagre de Mefistófeles, sobre a sua vida? Nao!
Um dia ela apercebeu-se da verdade, da verdade do seu coração. O coração pode mais do que o homem, do que a vaidade, do que a comodidade I Apercebeu-se que aqueles 20.000 escudos não chegavam, como lenha, para acender o fogão da sua ventura. O sacrifício que eles exigiam, era superior suas forcas… E aceitou como contra-veneno, o amor dum gentil jongleur de corações, moço e astuto, bem trajante e experimentado.
Alucinada pela orgia de 20.000 escudos — ter com quem dividir o dinheiro de que ela nem sabia que fazer! Que volúpia representar perante amante— o mesmo papel ridiculamente e criminosamente generoso que o mitché caduco representava para ela! Era como que uma represália, como que um desabafo.

O grande crime, o maior crime que se oculta atrás deste drama, é o dos símbolos, é o do ambiente, é o da época, é o que vive aí, por todas as esquinas! É o crime dum senhor que rico e que, por satisfação aos seus caprichos suspeitos confia a uma mundana a fortuna que tanto arranjo faria as crianças pobres e aos doentes e aos que não têm nem podem ter pão!



TEMA — ARMAS
Qualquer objecto pode ser utilizado, ocasionalmente, como arma de crime. No entanto e na generalidade as armas ou instrumentos causadores de morte ou ferimento, dividem-se, quanto aos seus efeitos e maneiras de utilização em:
Cortantes — ferimentos mais compridos que largos. Feridas incisivas. Ex.: navalha de barba;
Perfurantes — ferida em profundidade, penetrante. Ex: estilete;
Contundentes — lesão em extensão, por choque. Ex.: martelo;
Corte-perfurantes — ponta em profundidade e gume lateral. Ex.: faca;
Corto-contundentes — choque e corte. Ex.: machado;
Armas de mão — reforçam o efeito do punho. Ex: boxers;
Armas brancas — empunhada para ferir com ponta e gume. Ex.: faca;
Armas de arremesso — para actuar à distância. Ex.: pedra;
Armas de fogo — por deflagração da matéria explosiva.

Estas últimas armas — as de fogo — pela sua maior utilização, mereciam um capítulo desenvolvido. O carácter deste trabalho não o permite. De resto, após a última conflagração mundial, a indústria de armas tem-se desenvolvido tão intensamente, e é tão elevada a variedade de tais engenhos mortais, que dificilmente se poderia esboçar documentação exaustiva. Acresce ainda, e nisto se tenha a maior atencão, que a mesma marca de arma pode ter características diferentes, tudo dependendo do ano do fabrico e do próprio fabricante, uma vez que, casos há, são fabricadas em países diferentes dos originários. Importa, no entanto, salientar alguns elementos identificativos, excluindo partida armas de cano longo (armas de guerra) que, como e natural e conhecido, estão adstritas ao poder militar e limitadas, com excepções raras, a este campo.
Numa primeira identificação, resulta:
Cano Curto — revólveres e pistolas:
Cano Longo — carabinas, espingardas de caça, espingardas de guerra.

O revólver e menos sofisticado que a pistola, se bem que não menos eficiente, mas com menos potencial de fogo (numero de projécteis a disparar). O carregador onde os projécteis são inseridos, conforme o tipo de arma:
i) o cano move-se para carregamento;
ii) o cano é fixo e é o rolo que se afasta para carregamento;
iii) cano fixo como o rolo que tem uma patilha para carregar.

Na pistola: o tiro uma vez disparado, projecta a cápsula para fora da arma
i) colocação dos cartuchos no carregador;
ii) introdução do carregador;
iii) com a introdução do primeiro cartucho na câmara, fica apta a disparar automaticamente, por simples pressão no gatilho; as cápsulas vazias são ejectadas também automaticamente.

Nas espingardas de caça, os cartuchos são introduzidos mediante a abertura da arma (um cano, ou dois canos paralelos ou sobrepostos) ou pela abertura da culatra nas armas semi-automáticas (5 ou mais tiros).
Nas armas de guerra, o carregamento é idêntico, regra geral, ao da pistola automática, grandes carregadores de tipo “fita” ou “com molas”.
É de referenciar, como elemento útil na pesquisa do tipo de arma disparada, que, hoje, só as armas de caça têm canos lisos, todas as outras estriadas, o que facilita identificar a arma que disparou a bala ou projéctil, através do sentido das estrias (esquerda ou direita), o seu calibre e eventuais defeitos de fabrico ou provocados pelo uso.
Ainda que muito incompletamente vejamos algumas armas, curtas, estriadas, das mais divulgadas, indicando-se por ordem, o calibre, o número de estrias e o seu sentido:
Pistolas:
Walter 6,35/6/Esq.
Walter 7,65/6/Esq
F.N. 7,65/6/Esq.
Star 9/6/Esq.
Astra 9/6/Esq.
Colt 45/6/Dir.
Colt 38/6/Esq.
Colt 32/6/Esq.
Webley Scott 455/7/Dir.
Llama 9/6/Dir.

Revólveres:
Tanque 32/5/Esq.
Colt 38/6/Esq.
Webley Scott 320/5/Dir.
Webley Scott 380/7/Dir.
Webley Scott 455/7/Dir.

Espingardas (cano longo):
(calibres expressos em milímetros)
calibre 4       27,4
calibre 6       23,9
calibre 8       21,7
calibre 10     20,2
calibre 12     19     18,5
calibre 16     17,29                   17
calibre 20     16,3          15,1
calibre 24     15,04
calibre 28     14,29
calibre 32     13,73


Nos EUA e Inglaterra, usam-se calibres nominais (medida convencional em relação indirecta com a perfuração) expressos em decimais de polegadas, na Europa Continental, os mesmos são reais (largura do cano sem ter em conta as estrias) expressos em milímetros.
Na absoluta e compreensiva impossibilidade de pormenorizar as armas cuja utilização e mais comum, opta-se por breve apontamento a partir dos seus calibres.
A arma calibre 6,35 é a mais usada. Trata-se do calibre autorizado na maioria dos países para armas de defesa pessoal (Star, Astra, EN., Browning, etc), seguindo-se-lhe o 7,65, também permitido ainda que condicionalmente; o calibre 7,63 é um tipo especial de cartucho que só se usa em pistola Mauser automática de tipo militar. O de 9 mm e de uso exclusivo dos militares e da polícia. O 11,5, raro na Europa, corresponde um calibre próximo do Colt .45 automático, e 455, também automático (Webbley & Scott) o qual é o Colt militar fabricado sob licença da Noruega e que durante a ocupação se estendeu a todos os países escandinavos.
Também se encontram na Europa outros calibres de pistolas automáticas — a Lilliput 4,25 mm, a Clement 5 mm, a Steyr e a Roth de 8 mm, etc
Em calibre 22, pistolas semi-automáticas, encontram-se a Walther Mod. P. P., Walther Olympia, Parabellum (Luger), Colt, High Standard, a Star Espanhola. Ainda deste calibre, em armas muito pequenas, com o seu que de ornamental ou especialidade, se usa a Ruger automática (EUA) a Baretta modelo olímpico (Itália), a Hammerali automática, também um modelo olímpico de fabrico suíço, Tompkins para um só cartucho destinado a tiro no alvo (EUA), a Neneuhausen, igualmente suíça com um cano que se pode trocar para indiferentemente de calibres 9 e 7,65 Parabellum.
E isto será, uma pálida, muito pálida ideia do panorama mundial, com a agravante de que em todos os dias, podem surgir uma ou novas armas diferentes.
Continuaremos proximamente a fornecer elementos identificativos sobre armas.

 







Sem comentários:

Enviar um comentário