18 de março de 2015

LIVROS - NOVIDADES

HOJE NAS LIVRARIAS







Sacrifício a Moloc
Åsa Larsson — Planeta (Clicar)
Março 2015


Sinopse
Um grupo de caçadores mata um urso nos bosques perto de Kiruna. Quando abrem a barriga do animal, encontram restos humanos entre as vísceras.

8 de março de 2015

UM CASO A RECORDAR - SOLUÇÃO

de Manuel Constantino


Os primeiros factos que chamaram a minha atenção foram:

1 -
a) O tiro no rosto como a disfarçar a identidade;
b) Os pingos de sangue nos dois sapatos;
c) Os dentes níveos;
d) A pele excessivamente pálida;
e) A chamada ao criado de “Ich”;
f) Ver-se “diante de um espelho”.
Decidira desde logo que o morto não era o alemão. Ninguém que masque tabaco tem os dentes níveos. A partir daqui deduzi que o morto era o Armando, um homem saído da prisão há poucos dias (razão da palidez), que para seu azar era tão parecido com o alemão que este lhe chamava “Ich” (eu) e se julgava perante um espelho.
Depois, ambos os sapatos tinham pingos de sangue - mas ninguém se descalça depois de morto e verificamos que um sapato foi atirado para junto da varanda, fora do alcance de qualquer salpico.
As impressões digitais deixadas na arma bem oleada e no cofre e não quaisquer outras, bem como o desaparecimento das folhas do passaporte onde eventualmente estaria uma impressão digital identificadora, dão-nos a certeza da premeditação do crime, quiçá para fugir a um chantagista incómodo (lembremos que o alemão era um oficial, muito possivelmente com culpas no cartório).

2 -A resposta à segunda questão é simples. Se a polícia tivesse desde o início tirado as impressões digitais do morto e procurasse identificá-las com os arquivos existentes, verificaria desde logo que o morto era o criado. O resto viria por arrastamento.
Creio que é o bastante, embora o problema dê “pano para mangas”.

1992 - 2º classificado no I Torneio de Divulgação organizado pela secção “Policiário”, orientada por Luís Pessoa, no jornal “Público”.


7 de março de 2015

UM CASO A RECORDAR



O concurso de contos promovido pela Tertúlia Policiária da Liberdade, com o apoio da Secção Policiária do jornal PÚBLICO decorre  até o dia 31 de Março.

Um dos pontos do Regulamento (Clicar para consulta) do CONCURSO DE CONTOS "MANUEL CONSTANTINO" determina:  

Dos trabalhos deverá obrigatoriamente constar, mas não como título, a frase da autoria de Manuel Constantino que a seguir se transcreve:  "QUEM RECORDA NUNCA ESTÁ SÓ", frase que pertence ao problema policial intitulado "UM CASO A RECORDAR" de 1992.

que agora aqui recordamos...


UM CASO A RECORDAR de Manuel Constantino
(publicado no jornal Público de 6 de Dezembro de 1992)

Há quem afirme, convicto, que as histórias se contam em qualquer altura, os casos verídicos relatam-se quando acontecem. No primeiro é a invenção que surge em qualquer momento, no segundo a realidade presente. Sem discutir a coerência do exposto, ninguém duvide da veracidade do presente relato: respeitem-se as recordações… Quem recorda nunca está só.
Comecei pelos problemas ou enigmas policiários, acabei como elemento da Judiciária, após um curso universitário e a passagem pela vida militar. Não me estava a sair nada mal. A prática objectiva e consciente, o entusiasmo e a intuição postos nos casos que me saíam – como se de um problema policial ficcionado se tratasse – acabaram por chamar a atenção dos superiores, determinando promoções e respeito. Em todas as circunstâncias, dar o melhor é um lema que sempre resulta: nem que seja para satisfação própria.
Naquele tempo, início do ano de 1947, algures para os lados de Sesimbra, o local pouco importa, uma moradia isolada, bem tratada… Quando chegamos, a GNR fazia guarda. Ninguém se aproximara, o que se justificava, aliás, pela localização.
O espectáculo que se me deparou não era bonito, não senhor. O corpo era algo horrível de se observar: de costas, a pele extremamente pálida, um branco pálido pouco comum, mãos abertas, de dedos em leque, a parte superior do rosto, do nariz para cima, parte da cabeça e cabelos, era carne dilacerada à mistura com sangue e o escuro da pólvora; dentes níveos, cerrados num rictos dir-se-ia diabólico, lábios afastados e franzidos, como se um sorriso de morte os aflorasse… Uma camisa um pouco larga, com monograma H.H., calças vulgares, o pé direito descalço, o dedo mínimo ligeiramente arranhado. O sapato parecia ter sido atirado descuidadamente para junto da varanda. Aos pés da vítima uma espingarda de cano único, calibre 12, de cuja câmara extraí e voltei a colocar um cartucho recentemente detonado, sem que os meus dedos deixassem ou apagassem qualquer indício e sem alterar igualmente a posição da arma.
O cesto junto da secretária continha papéis rasgados, contas sem importância para o caso, restos de cartas sem interesse, duas cartas meio rasgadas que a paciência me ajudou a reconstituir, assinadas por “Monte”, nas quais se exigia elevadas quantias que coincidiam com os talões dos cheques de uma caderneta encontrada no cofre aberto, constatando-se, por consulta ao banco, que haviam sido levantados sem possibilidade de identificação do detentor, já que o gerente contactara telefonicamente o depositante que, prontamente, confirmara a ordem de pagamento.
Descobri, caída debaixo da secretária, uma folha solta de passaporte; ainda que mutilada, continha a fotografia, nome e naturalidade de Hans Hentschel, tendo-me sido impossível descortinar em qualquer parte o resto deste importante documento.
O cofre continha vários documentos sem valor, moedas e notas várias de pouca importância, um envelope de grande formato contendo a foto de um oficial alemão (a vítima) ostentando diversas condecorações e datado de 1942.
Ninguém presenciara directamente a tragédia. Os dados mais consistentes foram fornecidos pelo antigo proprietário da maioria, o sr. Joaquim Mata, cujo depoimento encerra uma estranha história. Disse que por volta de 1944, sem dinheiro e sem família e com idade a pedir descanso, vendera a propriedade, por intermédio de um procurador, ao sr. Hentschel, ficando a habitar um pavilhão do jardim, que mobilara para esse fim, conforma escritura lavrada no notário. O novo proprietário era um indivíduo pouco sociável, nunca saía e raras vezes lhe falara, se bem falasse português com facilidade. Um criado, também alemão, fazia todo o serviço caseiro, bem como as compras necessárias no exterior. Este faleceu em Outubro do ano anterior e, ele, Mata, cegara pouco depois. A sua cegueira era irreparável e aguardada conforme informação médica anterior. Os primeiros tempos foram horríveis de suportar, sem um só gesto de ajuda do vizinho.
Valeu-lhe posteriormente a solicitude do novo criado, Armando Ricardo, um homem acessível que a justiça atirara para a prisão durante quinze anos e que aceitara o emprego poucos dias após a libertação, exactamente pelo isolamento do local. Não se mostrara receptível ao contacto público. O patrão proibira-o terminantemente de lhe falar ao segundo dia da sua chegada e vigiava o cumprimento dessa proibição, pressentia ele. Nada mais sabia da sua vida, embora Armando encontrasse maneira de lhe deixar à porta o indispensável ao sustento que, em regra, pedia telefonicamente.
Hentschel mostrava-se cada dia mais rabugento, verdadeiramente intratável. Ouvia-o passear no jardim dia e noite, atirando pontapés a tudo o que se lhe deparasse no caminho, entregue ao terrível vício de mascar tabaco continuamente. Tratava o novo criado por “Ich” e seguia-o com sonoras gargalhadas. Resmungava vinganças, em voz surda, para si próprio, falava em “Monte”, ou “Morte”, em “chantagem”, ria como um louco, dizia-se “diante de um espelho”, repetia a frase e ria, ria muito. Chegara a temê-lo, principalmente quando se punha a gritar em “estrangeiro”!
Naquele dia ouvira-o chamar por Armando repetidamente. Não sabia se o encontrara, mas a meio do dia ouvira um tiro abafado. Tudo estava num silêncio profundo. Receando qualquer anormalidade ou por uma espécie de pressentimento, dirigira-se, tacteando, à casa. Não obtivera resposta aos seus chamamentos de quem quer que fosse. O silêncio assustara-o, voltara para o pavilhão e telefonara. E terminara:
– Oh! Armando deve ter abalado ontem à noite, farto desta vida, com toda a certeza! Ainda bem que o fez porque, apesar de não o conhecer bem, pressentia que era um homem bom que pagara à sociedade o seu crime, fosse ele qual fosse.
Hentschel é um tirano.

É tudo.
Mesmo antes de obter a confirmação que as impressões digitais encontradas na arma bem oleada eram exclusivamente da vítima – arma, aliás, averbada em seu nome –, tudo indicava que fora disparada com o dedo mínimo do pé descalço; que os pingos de sangue encontrados nos sapatos eram igualmente da vítima, bem como todas as impressões digitais encontradas no cofre. Antes de confirmar tudo isso, eu tinha formado uma teoria que reduzi a relatório e, afinal, se mostrara correcta.
O problema que se punha era de vastas hipóteses: admitir o suicídio como tudo indicava; o homicídio perpetrado pelo desaparecido Armando, farto do alemão ou por roubo; assalto por pessoa ou pessoas desconhecidas ou pelo “chantagista”, nos dois últimos casos disfarçando o crime, etc.…

Qual a opinião dos meus queridos amigos e leitores, e porquê?

Pensando bem, excluindo todo o raciocínio e encaixe dos vários detalhes, se a polícia tivesse em princípio procedido a uma elementar operação técnica, teria solucionado todo o trama.

Qual era essa operação?


6 de março de 2015

LIVROS - NOVIDADES



O Espião Português
Nuno Nepomuceno — Editora Topbooks (Clicar)
Fevereiro 2015

Sinopse
E se toda a sua vida, tudo aquilo em que acredita, não passar de uma mentira? O que faria? Quando André Marques-Smith, o jovem director do Gabinete de Informação e Imprensa do Ministério dos Negócios Estrangeiros português é enviado à capital sueca, está longe de imaginar que aquele será um ponto de viragem na sua vida. 



5 de março de 2015

LIVROS - NOVIDADES




O Assassinato de Margaret Thatcher
Hilary Mantel — Editora Jacarandá (Clicar)
Tradução de Beatriz Sequeira
Março 2015

Sinopse
Uma colectânea de contos brilhante − e bastante transgressora − da autora duas vezes distinguida com o Man Booker Prize com as obras "Wolf Hall" e o "Livro Negro".

Hilary Mantel é uma das escritoras mais aclamadas internacionalmente.
Nestes dez contos revigorantemente subversivos, os seus dons de observação e caracterização elevam-se ao mais alto nível, invocando os dramas tantas vezes escondidos atrás das fachadas do quotidiano. Em "Vírgula", a crueldade da infância vive-se por trás dos arbustos; enfermeiras confrontam-se em "Harley Street" sobre algo mais do que simples problemas profissionais; e no conto que dá título à obra, ficar em casa a aguardar a chegada do canalizador transforma-se numa espera ambígua e potencialmente mortal. Quer situadas num apartamento claustrofóbico na Arábia Saudita ou numa perigosa estrada de montanha na Grécia, estas histórias lançam um olhar sobre os recantos mais sombrios do espírito humano. Plenas do inconfundível estilo e perspicácia de Hilary Mantel, revelam uma grande escritora no auge do seu talento.

Hilary Mantel é autora de catorze livros, incluindo "A Place of Greater Safety", "Beyond Black" e o livro de memórias "Giving Up the Ghost". Os seus dois mais recentes romances, "Wolf Hall" e a respectiva sequela "O Livro Negro" venceram ambos o Man Booker Prize - uma proeza sem precedentes.





4 de março de 2015

CONCURSO DE CONTOS





O XI Convívio da Tertúlia Policiária da Liberdade está agendado para 17 de Maio, em Almeirim.
Será homenageado Manuel Constantino − 90 anos de idade e 70 de policiarismo.

Está lançado um concurso de contos, cujas provas deverão enviadas até 31 de Março.




Regulamento do CONCURSO DE CONTOS "MANUEL CONSTANTINO"

XI CONVÍVIO - 2015

         1. - A Tertúlia Policiária da Liberdade, com o apoio da Secção Policiária do jornal PÚBLICO, promove um CONCURSO DE CONTOS que pretende homenagear e ter como inspiração a personalidade e a obra de Mestre MANUEL CONSTANTINO, por ocasião do seu 90º aniversário.

         2. - O Concurso é aberto a todos, policiaristas ou não, sem condicionalismos de idade.

         3. - É vedada a participação de membros do júri ou seus familiares, podendo cada concorrente apresentar mais do que um original, desde que o faça utilizando pseudónimos diferentes. Os pseudónimos utilizados, bem como os textos, não poderão por qualquer forma levar à identificação do concorrente.

         4. - Os trabalhos, na modalidade de conto policiário, em língua portuguesa, deverão ser apresentados impressos em páginas de formato A4 e não deverão exceder seis páginas.

         5. -  Cada trabalho, com o respectivo autor identificado apenas por um pseudónimo, deverá ser enviado pelo correio até ao dia 31 de Março de 2015, em triplicado, num sobrescrito dentro do qual também deverá ser metido outro sobrescrito bem fechado, identificado por fora com o mesmo pseudónimo e contendo um papel onde se indique o título do conto, o pseudónimo e a verdadeira identificação e o endereço do concorrente, número de telefone ou endereço de email. Outra forma de identificar o texto, que não seja a do pseudónimo, poderá acarretar a desclassificação.

         6. -  A abertura dos sobrescritos contendo a identificação dos concorrentes premiados, só será efectuada após as decisões do Júri.

         7. - Dos trabalhos deverá obrigatoriamente constar, mas não como título, a frase da autoria de Manuel Constantino que a seguir se transcreve:  "QUEM RECORDA NUNCA ESTÁ SÓ", frase que pertence ao problema policial intitulado "UM CASO A RECORDAR" de 1992.

         8. - Os trabalhos, nos moldes atrás descritos, deverão ser enviados para a seguinte direcção postal: Maria José Mendonça R. Lucília Simões, 8 - 10.º B 1500-387 LISBOA.

         9. - O júri será constituído por três personalidades de reconhecido mérito, a designar pela organização do XI Convívio da T. P. L., o qual se realizará, com a respectiva entrega de prémios, no dia 17 de Maio de 2015, na região de Santarém.

         10.- Das decisões do Júri não haverá recurso, ficando-lhe atribuída a competência de determinar, dependendo da quantidade e da qualidade dos trabalhos, se deverão ou não ser atribuídos os prémios, no limite previsto de três.

         11.- Os nomes dos premiados serão anunciados a seu tempo na página da Secção Policiária do jornal PÚBLICO, bem como em imprensa regional, sites e blogues ligados ao policiarismo.

         12.- A Tertúlia Policiária da Liberdade reserva-se o direito, dentro do prazo de um ano, de promover a publicação de qualquer dos trabalhos concorrentes, sem pagamento de direitos autorais.


         13.- Para esclarecimentos poderão ser utilizados os telefones 214719664 ou 966102077 (Pedro Faria), 213548860 (António Raposo), ou 219230178 (Rui Mendes).

DIA MUNDIAL CSI







A produtora norte americana CBS (Columbia Broadcasting System) resolveu instituir o dia 4 de Março como Dia Mundial do CSI (Crime Scene Investigation). Para comemorar o 15º aniversário da conhecida série, está planeada uma exibição mundial simultânea em mais de 150 países. (Clicar)

Nos EUA estreia hoje “CSI – Cyber”, sobre crime cibernético, com Patricia Arquette como protagonista.
Em outros países será exibido, à mesma hora, “Kitty”, um episódio de CSI Las Vegas que faz a ligação a “CSI – Cyber”.



Em Portugal “Kitty” é na SIC (Clicar) à meia noite e meia.



Video promocional



O Policiário de Bolso está de volta!