1 de novembro de 2012

NOVEMBRO

Novembro é um mês triste…

… Um mês de dor e saudade. Anda no ar um cinzento opaco que convida à melancolia, secundado pelo cair das folhas
Propenso à meditação sobre o acaso da vida… a própria chuva são lágrimas que, do alto se vêm juntar às que através dos olhos irrompem da alma…
Lágrimas de dor
Dor e Saudade pelos idos…
Nossos, vossos, de todos nós.
Novembro arrasta consigo o Dia dos Finados e este não é um dia comum: queira-se ou não, a recordação de uma mãe, de um pai, de um folho, de um parente ou amigo. É uma prova dolorosa…
O nascimento e a morte são os pólos de todas as manifestações da vida.
A noite e o dia. E quão longa é a noite do tempo sem limites comparada com o curto sonho da vida.
Em Novembro há rostos diferentes; húmidos e feridos de nostalgia. Diante um qualquer coval, um cortejo de íntimas lembranças revivem um passado de manifestações inesquecíveis… olhares, afectos. Passos, gestos… sonhos da vida interrompida que deixa sofrida lembrança em quem fica.
Baixemo-nos humildes sobre esta verdade. Deixemos que as lágrimas nos rolem pelas faces, livremente, sentida e abertamente, rezemos pela paz eterna dos que nos deixaram, rezemos com saudade, ternura e amor…
E bem seria de espalhar por este mundo, a mesma compreensão, a mesma ternura e amor… bom seria que se instalasse entre nós…
… que não houvesse mais mão estendidas à míngua de compreensão e ternura
… que a fome e a miséria fossem banidas do dia a dia
… que cada criança recebesse o seu quinhão de carinho e amor
… que os idosos tivessem o reconhecimento do respeito que merecem
… que vivêssemos como irmãos leais, mais envolvidos e mais humanos
Então; quem sabe?
Novembro, na sua melancolia poderia abrir-se num breve e tímido sorriso, brindar-nos com um pouquinho de sol mais quente…
… os crisântemos transformaram-se em rosas brancas… pombas da Paz volteando nos céus!


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